quarta-feira, 8 de julho de 2015
Visão para assessorar, qualificar e expandir negócios

A empolgação é de um empreendedor, contida pela serenidade e consciência  de quem tem a certeza da necessidade de que é preciso buscar a formalização e qualificação para empreender. Nos quarenta minutos que durou a entrevista com o superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, foi possível imaginar o Maranhão dos Negócios Formais em vários segmentos;  turismo, cultura, religião entre outros e em todos os níveis do pequeno, médio ao grande investidor. A proposta do Sebrae é avaliar os cenários, identificar oportunidades e desenvolver  mercados em rede. Atividades já acontecem com resultados concretos como é o caso da Rota das Emoções e outras ganham ações complementares como é o caso do Observatório Sebrae no Maranhão. Acompanhe a entrevista e conheça um pouco mais dos projetos que pretendem desenvolver o Estado. 

Cazumbá - O cenário econômico está propício aos investimentos? Como o Sebrae está orientando as empresas em momento de tanta incerteza?

João Martins - É preciso ter cautela e analisar todos os dados. O Sebrae, por meio do seu Observatório [www.observatorio.sebraema.com.br] disponibiliza de maneira transparente dados importantes coletados a partir do Governo do Estado, das Prefeituras, do empresariado e de pesquisas de mercado que ajudam na análise do cenário. A decisão do investimento é de empreender quer seja de pequeno, médio ou grande porte. É preciso conviver com a crise de maneira concreta e consciente, de maneira alguma ignorar a situação para então decidir qual melhor opção. Para os pequenos e médios empreendedores o desafio é maior, pois, ao contrário das grandes empresas que podem contratar as consultorias econômicas, eles precisam ter acesso à informação (que pode ser pelo observatório) e interpretar esses dados para tomar a decisão.

Cazumbá  – A Rota das Emoções, está no seu 3º ciclo, 9º ano e 3ª edição do Salão do Turismo, realizado recentemente em Jericoacoara (CE). Percebe-se um roteiro integrado e consolidado, mas ainda sob a coordenação do Sebrae dos três Estados: Maranhão, Ceará e Piauí. O projeto ainda precisa amadurecer para ter a própria governança?

João Martins - A  ideia é que o Sebrae não fique o responsável o tempo todo pela Rota integrada das Emoções. Pela expertise que tem, pela maior agilidade nos processos burocráticos e pelo interesse nas ações continuadas na região do roteiro assumiu essa responsabilidade. No entanto, agora a Rota entra no seu quarto ciclo com a proposta de estabelecer uma governança, identificar os pontos estratégicos que precisam ser fortalecidos como a presença do maior poder público (por meio das prefeituras e governos) quando o assunto é infraestrutura de turismo e também a qualificação dos moradores dos municípios que integram o destino para que passem a fornecer produtos (hortaliças, frutas, lacticínios) e serviços para os hotéis, pousadas, agências de turismo da região de maneira mais intensa. É essencial incluir as comunidades da rota no processo de desenvolvimento da cadeia do turismo para que possam melhorar os indicadores sociais.

Cazumbá - É fato que a estrutura planejada e de análise constante dos cenários do Sebrae possibilita identificar potenciais nichos a serem desenvolvidos. É o caso do Observatório, que além dos próprios dados econômicos teve um desdobramento no Maranhão. Qual foi?

João Martins – No Observatório o empreendedor encontra publicação de pesquisas e dados econômicos que o ajudarão a fazer uma análise do cenário. Estamos em vias de fecharmos parceria com o governo do Estado do Maranhão para que a ferramenta seja ainda mais proativa. Ou seja, quando o governo for trabalhar determinado empreendimento, o Sebrae fará uma análise dos  impactos socioeconômicos que o investimento levará ao município, assim como identificar o potencial da própria comunidade a ser utilizado durante a obra; quer como empregados ou fornecedores de produtos e serviços. Entre as obras em vista para análise do Sebrae estão a construção da ponte sobre o rio Pericumã ligando o município de Bequimão a Central do Maranhão que beneficiará cerca de dez cidades, a construção da estrada entre Paulino Neves e Barreirinhas e Água Doce e Araioses, e a estrada de Itans, cidade com projetos na área de piscicultura.

Cazumbá – Quais os outros projetos do Sebrae no Maranhão para o desenvolvimento de outras cadeias de negócios?

João Martins – O Maranhão é um estado de oportunidades; a diversidade cultural, religiosa, turística, culinária permite o desenvolvimento de várias cadeias de negócios. Somente um dos exemplos; o festejo de São Sebastião (20 de janeiro) é fortíssimo na região de Alcântara até Carutapera, há registros de até 30 festas em um mês nesses municípios. Imagine a rede de fornecedores que podem ser envolvidos; locação de equipamentos de som, aquisição de objetos religiosos, aumento na venda de alimentos na cidade, contratação de pessoas para montagem do equipamento de som entre outras. Imagine catalogar todas essas festas religiosas do Maranhão e incentivar a capacitação para que essa cadeia se formalize. Desta forma, conseguir mais recursos para investir na qualificação e reinvestimento na própria cadeia. São números que passam a fazer parte das estatísticas oficiais e com isso ajudam no desenvolvimento do Estado.

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