segunda-feira, 20 de julho de 2015



Na noite do dia 17 de julho, o Museu Histórico de Carolina recebeu mais um evento cultural. Dessa vez, o lançamento do livro ‘‘Newton Carvalho: Um realizador de Sonhos’’, de autoria das filhas de Newton, Rosa Carvalho e Zilma Carvalho. O evento contou com a presença de autoridades locais e da comunidade.
 
O livro fala um pouco do contexto de Carolina, do contexto familiar de Newton, dos sonhos dele, projetos, suas construções e realizações, até a sua saída da cidade para construção de hidrelétricas. Além disso, mostra o idealizador, uma pessoa que acreditava no que fazia e lutava pelos seus ideais, capaz de transformar seus sonhos em realidade.
 
Newton Alcides de Carvalho – Ele foi um autodidata, que construiu a primeira hidrelétrica do Norte do Brasil e a segunda do Nordeste no país. Mas, para isso ele teve que vencer obstáculos quase intransponíveis para implantar, por exemplo, na Região Amazônica a primeira usina hidroelétrica, em plena ditadura do então presidente Getúlio Vargas.
 
Newton nasceu em Carolina, em 26 de julho de 1900. Era um dos onze filhos do casal Alípio Alcides de Carvalho e Rosa Sardinha de Carvalho. A formação do homem visionário, que pensava adiante do seu tempo, não era comum à época: tinha concluído apenas o curso ginasial, o qual lhe proporcionou sólida base cultural voltada para as ciências exatas. Autodidata, dedicou-se com afinco ao estudo da matemática, da física e da engenharia, tendo adquirido por conta própria noções de inglês e alemão.
 
Em sua cidade natal, lecionou matemática e escrituração mercantil a jovens conterrâneos. Ali, participou, também, da construção de uma usina açucareira, ao mesmo tempo em que desenvolvia atividades comerciais. Ainda não havia atingido quarenta anos quando resolveu vender todos os seus bens para conseguir tornar real o sonho de executar o projeto da construção da pequena usina hidroelétrica em Carolina.
 
Não tendo sido ressarcido de seus investimentos, Newton Carvalho, decepcionado com a alta inadimplência dos consumidores de energia, principalmente com a da iluminação pública, em 1944, resolveu transferir-se com a família, a esposa Eliza Ayres de Carvalho e seus filhos, para o interior do estado de Goiás.
 
Ali, construiu as usinas hidroelétricas das cidades de Anicuns (1948/1949) e de Santa Cruz de Goiás. Elaborou, ainda, projetos para as usinas de Campos Belos e Babaçulândia, obras, porém, não realizadas. Em 1949, já radicado em Goiânia, trabalhou na Secretaria de Educação no planejamento e construção de 248 prédios escolares na zona rural. Diversificando suas atividades, elaborou, também, um projeto para a exploração industrial do babaçu. No período de 1961 a 1965 exerceu a função de chefe-geral da limpeza pública da capital do estado. Estruturou o serviço de coleta e destino do lixo, apresentando um estudo sobre o aproveitamento do mesmo, através de tratamento mecânico e biológico, baseado no método dinamarquês, conhecido por “Dano”, altamente avançado para a época.
Faleceu em 25 de outubro de 1969, vítima de acidente automobilístico, antes mesmo de completar 70 anos. Deixou para a posteridade um exemplo de homem probo, determinado, corajoso e realizador.
 
Foto: Ascom Carolina

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