sábado, 21 de novembro de 2015

Grande público compareceu á Praça Nauro Machado durante as comemorações do Dia da Consciência Negra

A Praça Nauro Machado lotada marcou a programação do Dia da Consciência Negra (20) do ‘Mais Cultura e Turismo’, projeto do Governo do Maranhão realizado pelas Secretarias de Estado da Cultura (Secma) e Turismo (Setur).

A culinária dos terreiros teve seu espaço entre as atrações

“Todo o mês de novembro do Mais Cultura e Turismo foi dedicado à Cultura afro-brasileira, mas hoje, dia em que é comemorado o Dia da Consciência Negra, em memória ao líder Zumbi dos Palmares, sem dúvida a programação tinha que ser ainda mais especial”, lembrou o secretário de estado da Cultura, Felipe Camarão.

 Cortejo de grupos afros foi uma das atrações da noite
Logo no meio da tarde, por volta das 16h, o público foi chegando e se espalhando para ver as atrações: rodas de capoeira, cortejos de grupos afros, tambor de crioula, shows com artistas maranhenses e bumba meu boi.

Nas rodas de capoeira e tambor de crioula, crianças e adultos animaram o público com a demonstração de movimentos, ritmos e música. Ivan Carlos, de 11 anos, pratica capoeira há oito anos na Associação Cultural Afro-Brasileira Raízes e garante que o que mais gosta é de jogar e tocar berimbau.

Outra atração de destaque foi a Feira Gastronômica, instalada na tenda ‘E WÁ ADJEUN’ (Venha Comer). A degustação de quitutes típicos das casas de matriz africana em São Luís (Povos de Terreiro) foi um sucesso, e as pessoas puderam apreciar pratos como bobó de feijão branco, caruru, vatapá, arroz doce, batata doce, macaxeira, manjá entre outros.

“A degustação da culinária dos terreiros é uma forma de divulgar e valorizar a riqueza cultural presente nas tradições das religiões afro-brasileiras”, disse o superintendente de Difusão e Ação Cultural da Secma, Jô Brandão.  A noite foi finalizada com a festa do bumba meu boi, com o Boi de Santa Fé, Boi da Maioba, Boi de Leonardo e Boi de Maracanã.

Quem é de Axé diz que é

Um encontro que também marcou os festejos para a comemoração do dia de Zumbi foi o Seminário “Diálogo entre Matrizes – Quem É de Axé diz que É”. Promovido pelo Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), com o apoio da Secma, o evento aconteceu na Casa do Maranhão, com a participação maciça das comunidades e povos tradicionais de matriz africana.

O objetivo foi discutir alternativas de combate à discriminação religiosa e estratégias que assegurem o respeito e a valorização da religiosidade de matriz africana no Brasil.

Para Neto de Azile, coordenador do Fórum, a redução da vulnerabilidade é um ingrediente fundamental na luta pelos direitos e pela liberdade religiosa. “Atualmente vem aumentando os casos de agressão física contra os povos de terreiro, tudo isso causado pelo incentivo à uma cultura de ódio”. O Fórum mantém uma agenda de segurança e garantia dos direitos desde 1996 e atua no sentido de informar e conscientizar, além de dar apoio jurídico nas questões de agressão e discriminação.

Para a Superintendente de Difusão e Ação Cultural da Secretaria de Cultura, Jô Brandão, a importância de apoiar um evento como esse está na oportunidade de pensar e formular políticas públicas que instituam medidas preventivas de combate à falta de respeito com as religiões de matriz africana. “É importante que se desconstruam ideias e conceitos, que os grupos dialoguem com o Estado e que as políticas de combate à discriminação estejam presentes em todas as áreas de políticas públicas”, finalizou.

Dona Zuci, 74 anos, do terreiro Centro Espírita e Tambor de Mina Iansã Oxóssi, que participava do seminário, disse que uma única coisa ela deseja: que um dia as coisas se deem de igual para igual. “Acredito que esse dia não está muito longe, é preciso que as pessoas pratiquem a partilha e a compreensão”, completou.

( Fotos/Gilson Teixeira/divulgação)

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