domingo, 27 de dezembro de 2015
Aberta ao público, na noite de terça-feira (22), na Casa do Maranhão, no Centro Histórico de São Luís, a exposição FM+30, do artista plástico maranhense, radicado no Rio de Janeiro, Fernando Mendonça. Até o fim de fevereiro, o público poderá apreciar a obra do artista que comemora 30 anos de produção. Com apoio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) foi lançado, durante a abertura da exposição, o álbum Zeladores de Voduns, como resultado da pesquisa fotográfica do maranhense Márcio Vasconcelos.

Representando o secretário de Estado da Cultura, Felipe Camarão, a superintendente de Ação e Difusão Cultural da Secma, Jô Brandão, destacou o orgulho Governo do Estado em apoiar o trabalho de dois artistas. “Não poderíamos fechar o ano de uma forma melhor, do que apresentando dois trabalhos primorosos”.

Em 12 telas em acrílica, que formam 1/3 da exposição, Fernando Mendonça retrata personagens urbanos, os mesmos que o artista vem pintando durante quase toda a sua trajetória: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, travestis, crianças, trabalhadores, seres que circulam em constantes encontros e desencontros no mundo urbano.

Em um segundo recorte da mostra, o artista lança mão de outros suportes, dialogando com a cultura popular. Inspirados na indumentária do bumba-meu-boi, a mostra segue com trabalhos em veludo preto, bordados e costurados com canutilhos dourados e prateados, sendo esta parte da exposição uma celebração coletiva. Fernando Mendonça divide a criação dos trabalhos com artistas populares Nadir, Paulo, Talyene, Charles, Manoel, Marcigleuber e Wallison, artesãos do Boi da Floresta.

Já o álbum Zeladores de Voduns é o retrato da experiência de Márcio Vasconcelos na África, onde esteve, em 2009, na companhia do antropólogo Hippolyte Brice Sogbossi.  O trabalho contempla pesquisa e inserção fotográfica envolvendo terreiros e seus chefes, no Benim e no Maranhão. Tomando como inspiração a saga de NãAgontimé, rainha expulsa do reino do Daomé (atual Benim), ela teria chegado ao Brasil na condição de escrava, para fundar, em São Luís do Maranhão, uma das mais respeitadas casas de culto afro do país, a Casa das Minas.

Na África, os pesquisadores estiveram nas cidades de Cotonou, Abomey, Allada, Ouidah, Calavi e Porto. Fizeram entrevistas e ensaios com personagens de reconhecida importância no cenário do culto aos voduns a fim de perceberem sintonias e diferenças entre os sacerdotes africanos e os chefes de terreiros do Tambor de Mina do Maranhão. 

O projeto venceu o I Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras da Fundação Cultural Palmares. A exposição foi fotográfica foi apresentada no Museu de Artes Visuais, em São Luís; no Museu Afrobrasil, em São Paulo; no Museu Casa do Benin, em Salvador, na Rio+20, no Rio de Janeiro; e na República Dominicana.

Agora, seu rico conteúdo é compartilhado em livro que traz textos do editor Bruno Azevedo e dos antropólogos Sergio Ferretti e Hippolyte Brice Sogbossi.

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