segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Decisões compartilhadas, proatividade dos estudantes e maior diálogo entre gestores, professores, estudantes, servidores e pais. Todos esses elementos são resultado da gestão democrática implantada pelo Governo do Maranhão na rede estadual de ensino. Na escola Vicente Maia, no bairro do Anjo da Guarda, em São Luís, o Grêmio Estudantil foi reativado e os estudantes passaram a ter um envolvimento maior com as atividades diárias da escola.

“Antes eu achava que tudo era responsabilidade apenas da diretora. Se alguma coisa ia para frente ou não, dava certo ou não, a responsabilidade era apenas dela. Estudo aqui desde a 5ª série e foi apenas do ano passado para cá que nós conseguimos fazer muitas coisas, projetos, até uma festa junina, o que parecia que nunca ia sair”, comentou Laynara Emily Lima Barros, de 16 anos, estudante do 1º ano do Ensino Médio e membro da Diretoria de Cultura do Grêmio.

Outro avanço alcançado na rede estadual de ensino foi a eleição para gestor escolar, algo inédito no Maranhão. Alunos, pais, professores e servidores se engajaram no processo eleitoral, desde a organização até a fiscalização, incluindo a formação de uma comissão para ações de conscientização da comunidade escolar sobre a importância do voto.

Quase um ano após o pleito, realizado em dezembro do ano passado e que também envolveu escolas de outras 19 regionais de ensino por todo o estado, a gestora eleita na escola Vicente Maia, Bernadeth de Lourdes Castro, comentou os avanços na unidade de ensino. “Eu estava aqui há 18 anos. Acredito que essa eleição foi um reconhecimento do trabalho realizado e o que nós ganhamos foi um apoio muito grande desses alunos. A comunidade sempre foi muito presente, mas agora eles também assumem responsabilidades, se preocupam com a escola que também é deles”, destacou.

Novos rumos

A mudança de postura se reflete em todo o ambiente escolar do Vicente Maia e também na vida dos estudantes. “Antes era uma escola depredada. Agora, não. Tivemos a reconstrução feita pelo Governo, o que há muito tempo nossa diretora pedia, mas não vinha e agora todo mundo cuida da escola. A gente consegue conscientizar os outros alunos para cuidar”, contou Sara Freitas, 17 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio e também presidente do Grêmio Estudantil.

Sara Freitas explicou que fazer parte do movimento estudantil também apresentou mudanças para a vida dela. “Eu assumi um papel de liderança aqui na escola e isso estou levando para a vida. Desenvolvi essa liderança, já consegui fazer viagens, participar de eventos do movimento estudantil e aprendi muita coisa que foi bom para nossa escola também”, explicou.

Segundo Sara Freitas, o resultado de um ambiente de incentivo ao diálogo e democracia é que todos saem ganhando. “Esses processos eleitorais, tanto para gestor como para o Grêmio e para o Colegiado, nos deixou muito mais consciente de tudo e também trouxe um espaço de diálogo amplo, em que todo mundo cresce muito”, afirmou a estudante.

O tímido Rayan Phelipe Galdez Campos, 17 anos, cursa o 1º ano do Ensino Médio e como diretor de Esportes do Grêmio também viu sua vida tomar um novo rumo. “Eu era calado, não me envolvia e agora já consigo promover eventos aqui, envolver a comunidade, já viajei por vários lugares graças ao esporte que eu descobri aqui. Certamente eu vou levar isso para minha vida”, declarou.

Mudança

O fenômeno do engajamento e protagonismo dos estudantes não é exclusivo do Vicente Maia. De acordo com a secretária adjunta de Educação, Rosyjane Paula, envolvida na realização das eleições       que ocorreram este ano, além da maior presença de pais e estudantes na Secretaria de Estado da Educação (Seduc), buscando saber sobre as melhorias para as escolas, o que se observa é a conscientização sobre direitos, deveres e constante participação nas decisões.

“Com certeza as eleições aumentaram a participação da comunidade escolar nas decisões, nos processos de gestão. Os gestores por sua vez passaram a ouvir mais e consultar as opiniões da comunidade. Não que antes não fizessem isso, mas agora há uma conscientização de que eles são representantes dessas comunidades e por isso, antes de agir é imprescindível consultar a comunidade”, explicou Rosyjane Paula.

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