sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
A Cantata Natalina do projeto ‘Ritmos da Vida’, realizada nesta quarta-feira (7), no Cine Teatro da Cidade, oportunizou mais um momento de interação e vivência cultural dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), atendidos nos serviços de saúde mental do Estado e Município, incluindo as Residências Terapêuticas, Centros de Assistência Psicossocial (Caps), Unidades de Acolhimento (UA), enfermaria médica psiquiátrica e enfermaria de pacientes em conflitos com a lei que estão cumprindo medidas de segurança no Hospital Nina Rodrigues (HNR).

Essa foi a sexta edição em 2016 do ‘Ritmos da Vida’, um projeto de interatividade com a cultura e o meio social, realizada pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e Administração Penitenciária (Seap), e a Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func). Segundo o diretor geral do HNR, Ruy Cruz, a cantata é a culminância de todas as atividades realizadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“Entendemos que a assistência à saúde envolve cuidados com a qualidade de vida. Esse momento é uma comemoração por nossos avanços. Além disso, trabalhamos o caráter preventivo, chamando outros públicos para participarem e terem uma visão diferenciada sobre o que é saúde mental”, afirmou Ruy Cruz. O trabalho de inclusão e valorização com a presença dos pacientes e familiares, nesta época em que se fala muito de esperança, é também oportuno para que eles sejam motivados a continuarem buscando significado para suas vidas.

Participaram da programação o Caps Álcool e Drogas Estadual (Caps AD) com as apresentações do ‘Auto de Natal’ e do ‘Coral Caps AD’. O Coral Renascer, dos pacientes da Seap em tratamento no HNR, apresentou músicas natalinas e arrancou aplausos do público. Também estiveram presentes os corais do ‘Caps Infantil Municipal’, o ‘Esperança Viva’, da UA, ‘Sementes do Amanhã’, do Centro Espírita Jardim da Alma, ‘Coral da Vila Embratel’, e ‘Vozes do Advento’, da Igreja Adventista. Além da Banda do Parque do Bom Menino e Projeto Social de Cultura Negra do João Paulo ‘Arte Erê’.

O trabalho de musicoterapia influencia no tratamento dos pacientes e faz parte de uma série de oficinas terapêuticas disponíveis na rede pública de saúde associadas aos tratamentos, como explica o enfermeiro, Maxwell Fernandes, ex-integrante do ‘Coral São João’, que desenvolve um trabalho com o coral do Caps Infantil Municipal. “Tudo faz parte de um processo de reintegração social e de melhora do quadro psicopatológico dos pacientes com transtornos mentais, cognitivos ou comportamentais”, explicou Maxwell Fernandes.

O paciente do Caps AD, Marcos Adriano Oliveira, de 21 anos, está em tratamento há oito meses, e apesar de ser sua terceira participação no ‘Ritmos da Vida’, foi a primeira vez que teve a oportunidade de se apresentar participando do Auto de Natal. “Enxergo esses momentos como importantíssimos para o sucesso do nosso tratamento. Estou muito feliz por descobrir uma habilidade que eu não sabia que tinha, que é a de contracenar. Podemos ver que somos mais capazes do que achamos e isso nos motiva muito”, contou Marcos Adriano.

Tratamento integrado

A partir da ‘Reforma Manicomial’, os serviços de saúde não trabalham mais com a perspectiva de tratamento isolado, entendendo que o melhor tratamento consiste na inserção do paciente na comunidade, o que exerce um papel social, considerado pela gestão estadual a melhor forma de promover a reabilitação psicossocial daqueles que precisam dos serviços de saúde mental.

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