quarta-feira, 10 de maio de 2017
Os Ecopontos, equipamento da Prefeitura de São Luís construído para receber materiais que não são recolhidos na coleta convencional, diminuindo assim os pontos de descarte irregular, têm fomentado a cadeia produtiva de resíduos e contribuído com a coleta seletiva na capital. Por meio da parceria com a Prefeitura, cooperativas como a Reciclagem São Luís (Coopresl) tem recebido um maior volume de material e com isso aumentado o trabalho e a renda dos cooperados, que têm na atividade a principal fonte de renda da família.

Todo o material reciclável coletado nos Ecopontos, que hoje funcionam em cinco bairros da capital - Jardim América, Parque Amazonas, Bequimão, Turu e Angelim - são encaminhados às cooperativas e associações que fazem a seleção e a comercialização do material.

A presidente da Coopresl, primeira cooperativa de reciclagem do Maranhão, Maria José Castro, conta que houve um aumento significativo no volume de material recebido por eles a partir da criação dos Ecopontos. "Atualmente trabalhamos com 15 cooperativados. Antes dos Ecopontos a cooperativa trabalhava apenas com seis pessoas e nossa renda era bem menor", disse Maria José. "Dependo do volume de material que movimentamos no mês o valor pago a cada um dos cooperados pode chegar a mais de um salário mínimo. Antes esse valor ficava em torno de R$ 70,00", completou a presidente da cooperativa.

A presidente da Associação de Catadores de Material Reciclável (Ascamar), Maria José Nascimento, também reconhece que os Ecopontos são responsáveis por uma maior movimentação de material na associação. "Recebemos o caminhão da Prefeitura com o material trazido dos Ecopontos três vezes por semana. Isso tem sido muito positivo, aqui separamos tudo e vendemos os que recebemos", disse.

Quem também está muito satisfeita com o aumento do volume de material que chega à cooperativa é Lidiane Cruz Diniz, uma das 15 pessoas que trabalha na cooperativa Coopresl. "Aqui, quanto mais material chega mais a gente fica feliz, porque com mais trabalho vendemos mais e arrecadamos mais", disse, entusiasmada. Ela contou que antes de fazer parte da cooperativa estava sem trabalho e que a renda que recebe todo mês como cooperada é muito importante para seu sustento. "É bom a gente chegar ao fim do mês e ter nosso dinheiro e aqui é certo, não atrasa", contou.

Cada Ecoponto tem capacidade de armazenamento de 100 toneladas de resíduos por mês, podendo variar com a demanda. Atualmente os cinco Ecopontos recebem, em média, 250 toneladas de resíduos por mês. A estrutura é padrão e possui setor administrativo, instalações sanitárias, estacionamento, áreas de recebimento e acondicionamento temporário dos materiais, área de manobra de equipamentos e veículos.

CAPACITAÇÃO

O projeto de criação dos Ecopontos vai além do simples local para o recebimento do material que não é recolhido pela coleta domiciliar, mas tem também cunho educativo. Mês passado os funcionários que atuam nos Ecopontos passaram por capacitação promovida pela Prefeitura de São Luís. O objetivo foi orientá-los no correto tratamento dos resíduos descartados nestes espaços, além de informar os servidores sobre a legislação referente.

A capacitação, realizada pelo Comitê de Limpeza Urbana de São Luís, que é vinculada à Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp), é a primeira voltada a este segmento. Durante o curso, foram repassadas orientações sobre maneira correta de recebimento dos resíduos; meios para a separação ambientalmente adequada dos itens; tipos de materiais recebidos; e promoção do descarte regular - do recebimento, seleção, separação e armazenamento dos itens. Os colaboradores aprendem ainda noções de educação ambiental, prevenção de acidentes e preservação do meio ambiente.

O projeto de implantação dos Ecopontos, segundo destacou a coordenadora do comitê, Carolina Estrela, envolve diretamente a comunidade, a partir do momento que conscientiza sobre o descarte irregular e suas consequências, além de estimular a entrega voluntária dos materiais. "O tratamento de resíduos e sua destinação final apropriada são essenciais à preservação do meio ambiente", enfatizou Carolina Estrela.

"Consideramos de grande importância este aprendizado, repassar estas noções aos colaboradores, para que possam desenvolver cada vez melhor seu trabalho e ter o conhecimento do material com o qual estão lidando para tratá-lo adequadamente e sem riscos à sua saúde e integridade física", enfatiza a coordenadora do Comitê.

Os Ecopontos funcionam da seguinte forma: a população leva o resíduo que não é recolhido pela coleta regular para o local, sendo o mesmo recebido por agentes de limpeza da Prefeitura. O material reciclável e eletrônicos recolhidos no local vão para as entidades de catadores. Nas cooperativas e associações, o material é separado e embalado para ser encaminhado às empresas compradoras que enviam todo material para fora do Estado, a maioria vai para o Sul do país.

Os resíduos de construção civil, vão para o aterro de inertes na área da Unidade de Beneficiamento da Ribeira; os resíduos volumosos para o pátio de compostagem; a madeira para a Vila de Moradores Cinturão Verde e os pneus são recolhidos pela Reciclanip, que tem sede em São Paulo e é considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira na área de responsabilidade pós-consumo.

GERENCIAMENTO

A Prefeitura de São Luís tem se destacado pela gestão pioneira na implantação das metas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O maior exemplo voltado para essa ação é o novo Aterro da Ribeira, localizado no Distrito Industrial. Antes cenário de degradação humana e ambiental, o local hoje se destaca no gerenciamento de resíduos sólidos e orgânicos.

A Prefeitura de São Luís também foi a primeira das regiões Norte e Nordeste do país a criar um espaço exclusivo para receber pneus de descarte. O recolhimento é feito em ruas, córregos e borracharias da capital. O trabalho contribui de forma efetiva para a preservação do meio ambiente e para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zica.

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