sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Com apenas 16 anos, a estudante do Curso Técnico em Química do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus São Luís-Monte Castelo, Hyngrid Coelho, está desenvolvendo um projeto de iniciação científica que tem o objetivo de recolher Placas de Raios-X para a realização de reciclagem para obtenção da prata.

A proposta é, futuramente, também conseguir obter plástico a partir dessa reciclagem. O projeto “Trabalho obtenção e reciclagem da prata e do plástico das placas de Raios-X”, que teve início em agosto desse ano, tem o apoio do IFMA por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC Ensino Médio CNPq/IFMA 2017-2018) e conta com mais três estudantes do Curso Técnico em Química: Ana Carolina França, João Pedro Santos e Letícia Costa. A orientação é do professor do Curso de Química do Campus, Luiz Carlos Júnior.

Hyngrid Coelho conta que a ideia surgiu quando o pai de uma das alunas da pesquisa viu uma reportagem na televisão informando que alguns hospitais estavam recolhendo placas de raios-x. “Como nós somos da área de Química, ficamos com algumas perguntas na cabeça: o que teria nessas placas? Será que daria para reutilizar alguma coisa delas?”, questionou na época a estudante.

Assim, Hyngrid Coelho teve a ideia de submeter um projeto de iniciação científica para poder se aprofundar com o tema. “Nosso projeto inclui a conscientização das pessoas, pois a maioria não sabe como e onde descartar as placas. Um descarte indevido traz consequências negativas à natureza, como: contaminação dos lençóis freáticos, dos rios e do solo”, explicou a estudante.

O orientador do projeto, o professor do Curso de Química do IFMA Campus São Luís-Monte Castelo, Luiz Carlos Júnior, ressaltou a relevância social do projeto dos estudantes. “Apesar de termos hoje as imagens de raios-x feitas de forma digital, ainda temos equipamentos que operam produzindo uma película que contém prata e plástico que são dois componentes que quando descartados de forma inadequada causam sérios danos ao meio ambiente. 

A proposta é, portanto, diminuir esses impactos extraindo a prata e dando novas utilidades ao acetato das radiografias utilizando técnicas simplificadas de reciclagem. Outro aspecto é fazer a comunidade ter conhecimento sobre a destinação correta das chapas de radiografias”, analisou o professor. 

Passo a passo da reciclagem das Placas de Raios-X

1° etapa) As placas são imersas em uma solução de hipoclorito de sódio 10% para serem limpas

2º etapa) A parte mais escura da placa sai e fica em solução
3º etapa) Forma-se um corpo de fundo no recipiente separando o hipoclorito da prata que estava contida na placa

4º etapa) Retira-se a parte líquida (hipoclorito de sódio), deixando somente a parte sólida

5º etapa) A parte sólida vai para uma estufa para secagem tornando-se prata em forma de pó

Próximos passos da pesquisa

Hyngrid Coelho explica que ainda não foi possível obter a prata pura a partir desse procedimento de reciclagem. “Quando a prata se apresenta em forma de pó ela traz impurezas que necessitam ser retiradas. Assim, teremos de realizar outro processo após a obtenção desse pó”, esclareceu.

Atualmente as estudantes conseguiram recolher por volta de 30 placas. O objetivo é recolher um número maior. “Como a quantidade de prata acaba se reduzindo com os processos realizados, precisamos de mais placas para realizar mais lavagens e, com isso, conseguirmos uma quantidade significativa de prata que pode ser destinada para lugares que compram prata e serem usadas para a produção de joias”, informou.

As Placas de Raios-X podem ser entregues na recepção do Campus São Luís-Monte Castelo que está localizado na Avenida Getúlio Vargas, nº 04, Monte Castelo.

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