sexta-feira, 3 de novembro de 2017
Fica em cartaz até o dia 27 de novembro, na Galeria Trapiche Santo Ângelo, a exposição "Corpo Quântico de Unicidade", do artista plástico maranhense Miguel Veiga. A mostra reúne 24 esculturas feitas a partir de formas copiadas no corpo do artista e desconstruídas para dar novas formas, trazendo a tona temas como igualdade, tolerância, gênero, censura, criminalização artística e o corpo nu. A Galeria, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, fica localizada na Avenida Vitorino Freire - Praia Grande (em frente ao Terminal de Integração), aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 14h às 19h.

O artista contou como a mudança do seu próprio corpo motivou a compor a exposição. "Tudo começou a partir do meu corpo e da mudança dele, as transformações que ele passou ao longo dos meus 62 anos. Isso sempre me impressionou e eu fui gostando desse corpo, achando bonito o formato e o volume, e fui percebendo também que eu não envelheço sozinho, todo mundo envelhece. Ao estudar Ciência da Educação me aprofundei em disciplinas filosóficas a partir de alguns pensadores que falam da unicidade e do pensamento complexo, então entendi que o que me fascinava não era só a mudança do meu corpo, mas a mudança de todos, porque somos iguais", disse Miguel Veiga.

Para ele, a exposição vem instigar a uma reflexão sobre a unicidade, em que todos fazem parte de um todo. "Todos somos fios de uma teia e cada um é responsável pelo equilíbrio dela. A partir da unicidade, poderia existir a tolerância e o respeito pelo outro. Precisamos pensar nessa harmonia cósmica. Biologicamente somos todos iguais, somos pó diante do universo, somos quânticos. Então, para quê tanta intolerância?", completou.


FORMAS

A professora Rosângela Potásio visitou a exposição e contou o quando ficou encantada com as obras expostas. "É um privilégio ver essa belíssima exposição do Miguel Veiga, um artista renomado na nossa cidade, em mais uma produção maravilhosa que traz essa energia quântica e coloca o seu corpo como modelo de várias formas, máscaras e cores. Ele é um artista completo, nessa exposição passeia pelo teatro, artes visuais e diversas técnicas para retratar esse homem em diferentes dimensões. Podemos entender que todos nós estamos ligados de alguma forma pelo universo e ele retrata isso muito bem, mostra a energia entre nós".

A exposição entrou em cartaz no fim do mês de outubro e na oportunidade foi exibido o vídeo "Miguel Veiga", com direção de Beto Matuck e realizado pela Guarnicê Produções, por meio de um projeto desenvolvido pelo Museu da Memória Audiovisual do Maranhão (Mavam) através da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Maranhão. O vídeo retrata a vida e obra do artista, que além de esculturas, sua produção artística inclui pintura e desenho, performances, instalações e intervenções, ambientações, decorações e consultorias. Para compor a exposição em cartaz na Galeria, o artista demorou cerca de um ano, sendo que ela já está pronta há dois anos e foi aumentando neste período.


"O Miguel é um artista com uma trajetória de 40 anos e para nós é de grande importância ter um artista como essa bagagem para expor na Galeria. Esta mostra é um trabalho inédito e não são as obras comerciais dele, é um trabalho voltado para sua filosofia de vida, aquilo que ele acredita. Além disso, ações como esta nos convidam a refletir como nós somos e que fazemos parte de um todo, ampliando os conhecimentos de quem visitar este equipamento público", destacou a diretora da Galeria Trapiche, Camila Grimaldi.

Miguel Veiga é licenciado em Desenho e Artes Plásticas e especialista em Educação Artística pela Universidade Federal do Maranhão. O artista também é especialista em Artes Visuais pelo Senac, mestre em Pedagogia Profissional pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em parceria com o ISPETP, instituição educacional sediada em Cuba, e doutorando em Ciências da Educação pelo Instituto Ideia e Universidade Americana, parceria entre Brasil e Paraguai.

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