quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O projeto reúne escritores contemporâneos publicados ou não em rodas de conversa mensais sobre experiências de leitura e escrita

O último Literatura Mútua recebeu o dramaturgo maranhense Igor Nascimento, na Galeria Trapiche Santo Ângelo. O projeto iniciou em agosto de 2016, idealizado e mediado pela jornalista Talita Guimarães, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, e reuniu escritores contemporâneos publicados ou não em rodas de conversa mensais sobre experiências de leitura e escrita. Em dezessete meses, o projeto sem fins lucrativos realizou 44 edições com 26 escritores em rodas de conversa distribuídas por 05 espaços parceiros: Galeria Trapiche, Feira do Livro de São Luís, Biblioteca Municipal do Bairro de Fátima, Centro de Ensino São Cristóvão e Livraria e Espaço Cultural AMEI.

"O projeto sempre foi um incentivo de talentos locais e uma forma de fomentar discussões construtivas nos equipamentos municipais e em outros espaços parceiros. Os convidados eram de diferentes áreas e que escrevem sobre diversas linguagens. Para a Galeria Trapiche o LM dinamizava este espaço, por isso o Literatura Mútua nasceu neste equipamento e se tornou um projeto permanente que acontecia todos os meses", afirmou Camila Grimaldi, diretora da Galeria Trapiche Santo Ângelo.

Entre poetas, cronistas, romancistas, cordelistas, documentaristas, pesquisadores, jornalistas e dramaturgos, participaram do projeto Felipe Castro (MA), Sabryna Mendes (MA), Jônatas (MA), Júlia Emília (MA), Thalita Rebouças (RJ), Ferréz (SP), Duda Veloso (MA), Igor Nascimento (MA), Gustavo Lacombe (RJ), Zema Ribeiro (MA), Manu Marques Barbosa (MA), Laísa Couto (MA), Elizeu Cardoso (MA), Dyl Pires (MA), Thayná Rosa (MA), Aurora da Graça (MA), Beto Scanssete (MA), Jaqueline Morais (MA), Déa Alhadeff (MA), Fernando Abreu (MA), Jorgeana Braga (MA), Lúcia Santos (MA), Frederick Brandão (MA), Sharlene Serra (MA), Rose Panet (PB) e Júnior Lobo (MA).

"O grande objetivo do LM foi aproximar autores e leitores em um ambiente de escuta e partilha. Nesse sentido, sinto que a missão foi cumprida com êxito porque tivemos a chance de conversar com vários perfis de autores e principalmente leitores, dos mais maduros aos mais jovens em formação, descobrindo o que os interessam quando se trata de leitura e escrita", avalia Talita Guimarães.

A professora de ballet, Márcia de Aquino, de 31 anos, acompanhou o projeto em quase todas as edições. Para ela, o LM é uma oportunidade impar. "O projeto estabelece uma relação nossa com os autores que gostamos de ler. Eu leio muito e ter esse contato faz com que a gente se fascine cada vez mais e sinta mais vontade de ler. O LM deveria continuar, porque realmente abre muitos caminhos".

Última edição

A escolha do dramaturgo Igor Nascimento para a despedida surgiu como oportunidade de homenagear a própria trajetória do LM revisitando uma das mais memoráveis edições do projeto, realizada durante a 10ª edição da FeliS ao lado do cronista carioca Gustavo Lacombe e que rendeu uma conversa bastante interessante sobre a força da leitura e da escrita como motor da existência.

Na oportunidade, o autor falou sobre seu novo livro 'Fôlego Curto' e sua vasta trajetória de trabalhos para teatro e cinema. Igor começou sua carreira aos 19 anos e como não se limitava a nenhum gênero especifico, como poesia ou prosa, encontrou no teatro o formato perfeito para se expressar. Além dele, o artista plástico Dinho Araújo, responsável pelo projeto gráfico do livro também participou da roda de conversa.

"Este foi o segundo convite que recebi para participar desse projeto que considero tão interessante pelo seu caráter aproximativo e de troca. O Literatura Mútua desloca aquele estigma ligado às 'belas letras', em que o poeta é algo superior, o das academias, alguém que está longe, que é alheio, estranho. O LM desmitifica isso, é um movimento de comunicação, de conversa, é mútuo, é pra todos. É muito bom para quem escreve poder compartilhar o nosso trabalho, o processo de escrita, estratégias de publicação e o processo de criação. Nos torna mais próximos, mostra que somos leitores também, que somos iguais".

Igor também falou sobre o teatro e peças que dirigiu. "Ao todo já dirigi quatro peças, desde que comecei fui escrevendo e dirigindo. Abracei a dramaturgia, tanto textualmente como na parte de organização e ação de outros elementos que o espetáculo exige. Dentre estes elementos, o texto é minha pesquisa mais forte, em que concentro mais esforços. Mas, gosto de tudo no teatro, a dramaturgia do cenário, do ator, da direção, visão cênica, luz, entre outros. É por onde eu vivo, é o que respiro e daí vem as outras coisas", completou.

TALITA GUIMARÃES - Natural de São Luís-MA (1989), é jornalista e escritora. Idealizadora e mediadora do projeto Literatura Mútua, de rodas de conversa sobre experiências de leitura e escrita. Autora dos livros Recorte! (2015) e Vila Tulipa (2007). Participou ainda da coletânea São Luís em Palavras (Aquarela Brasileira, 2017). Edita o site Ensaios em Foco (www.ensaiosemfoco.com) e escreve e ilustra crônicas às quintas-feiras para o Armazém de Cultura (www.armazemdecultura.com) de São Paulo. Foi Assistente de Direção da Série O dia em que nos tornamos terroristas, exibida nas emissoras públicas de televisão.

IGOR NASCIMENTO - Ludovicense, é dramaturgo, diretor e roteirista. Autor dos livros Fôlego Curto, Caras-Pretas, Assassinato de Charllenne e As Três Estações da Loucura. Assina a dramaturgia dos espetáculos As Três Fiandeiras (Xama Teatro e Petit Mort), Nêgo Cosme (Cena Aberta), Atenas: Mutucas, boi e body (Santa Ignorância e Petit Mort) e da radionovela Dom Cosme - o Tutor da Liberdade, estes dois últimos em coautoria com Lauande Aires.

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