terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Nascida em 13 de setembro de 1969, em São Luís do Maranhão, Ana Cristina Vieira da Silva, filha mais velha da lavadeira Dona Maria Lourdimar Santos Vieira e do motorista Arnold Dias Vieira, sempre foi dedicada aos estudos. Com o ensino médio completo, Ana fez o curso de magistério, pois sua mãe sempre sonhou em ser professora e queria realizar seu sonho através da filha. Em 1986, Ana dava aulas particulares na cozinha de sua casa, e nesta época realizou seu primeiro curso no Senac. Com 18 anos, passou no concurso do Estado para professora e começou a trabalhar com alfabetização para adultos, almejando crescer profissionalmente, Ana viajou para São Paulo em 1989 e foi morar com sua tia. O início não foi bem como imaginou, passou fome e vergonha, pois a tia que a recebeu queria que ela fosse babá de seus filhos e a tratava com indiferença. Mas Ana não se abalou, conseguiu um emprego como operadora de caixa de supermercado e depois disso só cresceu profissionalmente e com 15 dias em São Paulo tornou-se bancária do Itaú. Em 1992, Ana retornou a São Luís junto com Lunguimar Diniz da Silva, o grande amor de sua vida que encontrou em São Paulo, que na época precisou retornar para São Luís a trabalho.


Ana Cristina exerceu a atividade de enfermeira por alguns anos, mas depois de um tempo percebeu que não gostava da área da saúde em que só se via o sofrimento das pessoas, mas sim da área que deixava as pessoas felizes, e a partir de então começou a se aperfeiçoar em estética. Hoje, a mãe de Hallefy Breendo Vieira da Silva e Hallayne Brenna Vieira da Silva, possui mais de 10 cursos pelo Senac, e é dona do seu próprio negócio: o Centro Estético Sol Bronzeamento, Estética e Beleza, no bairro do São Bernardo. Apaixonada pelo que faz, Ana não quer parar por aí, deseja continuar se qualificando para atender melhor seus clientes.

Como foi a sua infância?
Praticamente criei todos os meus irmãos, como naquela época era muito rigoroso e nossos pais não permitiam nada, então você fazia aquilo que eles mandavam. Eu cuidava sempre dos meus irmãos, dava banho, levava para a escola e fazia a comida porque mamãe passava o dia lavando roupa. Com 8 anos de idade, eu ajudava a minha mãe fazendo a entrega das roupas que ela lavava para suas clientes. Naquele tempo, por qualquer coisa se apanhava bastante, lembro que meu pai era alcoólatra e não gostava de feijão, sempre que chegava em casa e encontrava feijão ele jogava fora no quintal e batia em todos da casa, minha mãe, meus irmãos, todos apanhavam. Não tenho trauma, tive uma vida difícil, mas nada que me revolte e também não me envergonho de nada do que passei, tenho é orgulho, pois pelo que passei, pelo que batalhei para o que eu sou hoje, só tenho que ter orgulho. Passava muita fome, tinha dia que ia para a escola e só tomava café, não almoçava e nem jantava porque não tinha nada para comer, então meu pai me colocava para subir no pé de mamão e eu apanhava e nós comíamos ele cozido com água e sal, era aí que a gente se alimentava. Meu pai pegava o dinheiro que recebia e gastava todo na rua, então quem mais sustentava a casa era a minha mãe, lavando roupa. Depois mamãe começou a fazer unha, nisso que ela começou a fazer unha, eu já estava com 12 ou 13 anos de idade, ela aprendeu sozinha e me colocou para fazer junto.

O que você sonhava em ser quando era criança?
Médica, sempre gostei da área da saúde. Mas eu era invocada com beleza, maquiava e sempre era a chefe, eu comandava, fazia desfile, era um dom. Sempre gostei dessa área.

Em que momento da sua vida você decidiu seguir a profissão que exerce hoje?
Quando voltei de São Paulo, por volta dos anos 90, e deparei com a triste realidade da falta de oportunidade de emprego.

Quem a incentivou? Alguém foi contra? O que fez você ter certeza sobre a profissão?
O incentivo veio através da minha cunhada, que viu em mim o perfil de profissional da beleza e também habilidade para desenvolver o trabalho. Não houve nenhuma objeção por ninguém. Muito pelo contrário, só tive incentivos dos familiares e amigos.

Como você conheceu o Senac e porque o escolheu para se qualificar?
Conheci o Senac através de uma amiga que na época tinha um conhecimento mais amplo, e já havia feito cursos nessa instituição. Escolhi o Senac para me qualificar por ser uma instituição de renome, qualificada e que abre as portas para outras empresas nos acolher. Nos dá prestígio quando nos referimos que fizemos cursos no Senac. A credibilidade é grande e o respeito é garantido.

Qual foi o primeiro curso que fez na instituição?  
O primeiro curso feito no Senac foi o de Telex, Operadora de Teleimpressora, em 1986.

Quantos cursos tem pelo Senac?
Muitos, entre eles tenho de Oficina de moda e beleza (1998); Limpeza de pele (1998);  Atualização para cabeleireiro (1998);  Colorimetria (1998);  Automaquiagem (1998); Atualização em corte e escova (1998); Oficina de penteados (1998); Estética facial (1999);  Alisamento e permanente (1998); Depilador (1998); Introdução a microinformática (2006); Design de sobrancelha com henna (2017) e o último que fiz foi o de Massagem relaxante (2018).  

O que mudou em sua vida após ter a qualificação do Senac?
Mudou tudo! Foi através dos cursos e certificados que eu tenho pelo Senac que as portas de emprego se abriram a mim. Foi a garantia e o diferencial, que tive ao me apresentar no Banco Itaú em São Paulo em 1989. Graças aos cursos que havia feito na época de Telex e Datilógrafo que me destaquei entre os demais concorrentes e garanti minha vaga de emprego como operadora de caixa.

Durante sua trajetória, você enfrentou muitas coisas para conseguir ser bem-sucedida profissionalmente, conte qual foi a maior decepção de sua vida e o que fez para se reerguer.  
Na verdade tive vários aborrecimentos, não diria decepções, mas ensinamentos. Um dos fatos é a minha casa que caiu duas vezes. Perdi uma casa primeiro, que até foi por isso que eu não paguei a última parcela do curso de estética no Senac, nesse tempo eu morava numa casa de taipa e ela desabou, quase em cima de mim, foi a época que eu estava fazendo o curso, fiz todas as provas, mas não tive condição de pagar a última parcela, eu comecei a trabalhar, mas não tinha condição de comprar nenhum material. Aí que entrou a parte de cabeleireiro, e eu comecei a ganhar dinheiro com o cabelo, que começou a suprir minhas necessidades. Em uma outra vez, em 2008, veio uma chuva e alagou a minha casa inteira, ficou 1,30 de altura, perdi tudo, passei uma semana vestindo roupa emprestada, perdi meus documentos, mas não perdi os certificados dos cursos que fiz, tem certificados que estão intactos. Foram perdas de bens materiais, causados pela natureza, algo que me levou a pensar no quão Deus é maravilhoso, fazendo com que eu reconquistasse tudo novamente, em pouco espaço de tempo, e redobrando minha fé e crença no Senhor Jesus.

Quando decidiu abrir seu próprio negócio?  
Decidi abrir meu próprio negócio quando voltei de São Paulo e tive muita dificuldade em me empregar, logo procurei um meio de ganhar dinheiro e poder me manter. Foi aí que abri uma lanchonete e também vendia confecções. E no decorrer do tempo, surgiram oportunidades e incentivos para que eu partisse para um outro ramo de negócio, cujo este, estava voltado para a área da beleza. Comprei a idéia, investi, me especializei, me dediquei e me identifiquei por completo. Uni o gosto, a vontade e a oportunidade.  Hoje amo o que faço e tenho total orgulho do que desempenho atualmente.

Você teve alguma dificuldade para criar sua empresa?
Graças a Deus não. Até porque sou bem determinada no que quero e no que faço. Foi tranquilo, também houve ajuda de amigos para eu dar mais esse passo em minha vida.

Como se sente quando ouve falarem bem do seu trabalho?
Sinto-me lisonjeada e agradecida aos meus clientes e a Deus. É algo gratificante e maravilhoso; poder fazer o que se gosta e poder atribuir auto estima a outras pessoas. Posso dizer que é magnânimo.

Quais seus planos para o futuro?
Terminar minha faculdade, liderar uma equipe com mais profissionais qualificados, aumentar meu espaço de trabalho e ser referência na área em que atuo.

Se fosse agradecer a alguém por tudo que possui hoje, a quem agradeceria?
Agradeço a Deus! Tudo o que construí e conquistei foi permitido e traçado por Deus, e ainda tenho muito a conquistar, pois minha fé, gratidão e respeito a Deus são infinitos.

Como você descreve sua profissão?
Descrevo como algo essencial na vida das pessoas. Todos nós queremos e amamos ser bem cuidados, agraciados e bonitos interior e externamente. A beleza humana está no que ele transmite e o que é belo é bem aceito. Amo fazer parte da beleza de cada cliente que tenho e de cada pessoa que me conhece.

O que você falaria para seus funcionários como incentivo à profissão? 
Diria e digo sempre: Nunca desistam dos seus sonhos, mas acima de tudo tenham muita fé em Deus e acredite no seu potencial, se qualifique, se especialize, se recicle e ame o que faz, pois conhecimento e amor à profissão te faz diferente. O diferencial é sua arma no mercado de trabalho e na competitividade dos negócios, conhecimento nunca é demais e humildade é a chave de tudo.

Se você fosse indicar o Senac para alguém, o que diria?
Diria que é uma instituição séria, de total credibilidade, que te dá suporte, conhecimento adequado e chances de poder ter um emprego, abrir seu próprio negócio, ajudando muito a todos que buscam conhecimentos em muitas áreas e que queiram vencer na vida. O Senac é uma instituição “mãezona” em incentivos e formações profissionais.

Uma frase para finalizar.  
Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.

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