segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Você vai precisar de pelo menos dois dias inteiros para cobrir o essencial de São Luís: o centro histórico e um bate-volta a Alcântara (preferencialmente, com pernoite por lá). Dias suplementares servem para pegar praia, ficar mais tempo em Alcântara, voltar ao centro histórico ou dar um pulinho em Raposa, para ver as rendeiras de bilro.

Vale a pena alugar carro em São Luís?

Só se você totalmente alérgico a andar de táxi. Dentro de São Luís, as distâncias são curtas -- e com os aplicativos para chamar táxi (incluindo Uber), viver sem carro ficou muito mais fácil. (É bom considerar também a possibilidade de blitz de lei seca.) Como a Alcântara você vai de barco e nos Lençóis um carro é inútil (todos os passeios são feitos de jardineira ou jipe, e apenas veículos credenciados com guias idem podem entrar na área do parque), alugar carro em São Luís não faz muito sentido. Se for fazer o passeio a Raposa e não quiser pegar tour nem ir de buzão, aí alugue para o dia.

O Centro Histórico de São Luís


Boa notícia: na nossa última visita, em junho de 2017, encontramos o centro histórico bem mais cuidado do que nos anos anteriores. Ainda há muito por restaurar (e por re-restaurar), mas a sensação de decrepitude se dissipou. O melhor do lugar continua sendo os casarões transformados em centros culturais. A noite só vale pelos agitos da sexta-feira.


O museu mais interessante é a Casa da Festa, ou Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, que joga uma luz sobre o tambor-de-mina, a vertente maranhense do candomblé. O andar dedicado ao bumba-meu-boi ajuda explicar por que Joãosinho Trinta só poderia ter nascido no Maranhão.

Um ótimo complemento à Casa da Festa é a Casa de Nhozinho, dedicada à obra e à influência de Mestre Nhozinho, um grande artista popular maranhense que criava obras-primas mesmo sofrendo de uma doença degenerativa. O lugar também recebe exposições culturais.

Muito pertinho você encontra a Casa das Tulhas (rua da Estrela entre Portugal e Feira). De manhã ainda dá para pegar todas as bancas vendendo produtos fresquinhos; as barracas de comida e de artesanato ficam abertas até o fim da tarde (domingo, até as 15h). É um ótimo lugar para comprar presentinhos, como garrafinhas de tiquira, a aguardente -- roxa! -- de mandioca, ou sacos da farinha grossa que é típica do Maranhão e da Amazônia.

Dois lugares recomendados para a parada do almoço: o Cafofinho da Tia Dica (Travessa marcelino de Almeida, 173, tel. 98/98706-5089; abre diariamente sem interrupção entre almoço e jantar), que prepara um belo arroz com frutos do mar ao leite de coco (o 'arroz do cafofo'), e o Restaurante-Escola Senac (R. de Nazaré, 242, tel. 98/3198-1100, abre para almoço até as 15h; 6ª também jantar; fecha domingo), que serve um buffet que inclui especialidades maranhenses.


Para ver os resquícios da vida aristocrática da São Luís antiga, visite o Teatro Arthur Azevedo; quando fizer a visita guiada, verifique se não há nenhuma apresentação para os dias em que você estará na cidade; voltar à noite para ver o teatro em funcionando é o ideal.


Duas quadras para cima, vale entrar no Museu Histórico e Artístico, não só pelo acervo de mobiliário e documentos de época, mas pela oportunidade de entrar num casarão bem preservado em pleno centro histórico.

Se quiser encontrar tudo aberto e funcionando no centro histórico, vá entre terça e sexta, à tarde (lembre-se de encaixar a visita ao Teatro Artur Azevedo às 14h30, 15h30 ou 16h30). A sexta-feira é o melhor dia, já que no fim da tarde acontecem apresentações tambor-de-crioula, na praça Nauro Machado, pertinho do Mercado das Tulhas.

Bumba-meu-boi em São Luís


A temporada do bumba-meu-boi começa no fim de maio, com os ensaios, tem seu auge em junho (é uma festa junina!) e se encerra em julho, com os enterros dos bois. Mas o bumba-meu-boi só é um acontecimento 'de rua' nas comunidades que mantêm os bois.

Em São Luís, as apresentações acontecem na segunda quinzena de junho, em arraiais espalhados pela cidade, com programação noturna. Não, você não vai topar com bois desfilando pelas ruas do centro histórico -- não é assim que a coisa acontece.

Há dois arraiais na área central: o Arraial da Praça Maria Aragão, em frente à Igreja Nossa Senhora dos Remédios (com atrações diárias) e o Arraial da Praça Nauro Machado, no coração do Centro Histórico (com atrações às 6ªs e sábados). O arraial mais próximo da zona hoteleira da Praia Grande/Calhau é o Arraial do Ipem (com atrações diárias). A entrada é gratuita.

Os bois se apresentam sobre um grande tablado no arraial, como um show. Ou seja: o formato é mais de festa de São João do que de carnaval, mesmo. A vantagem dos arraiais é que são ambientes bastante seguros, frequentados por famílias com crianças pequenas.

Texto e fotos: Viaje na viagem 

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