sábado, 2 de março de 2019
A exposição Entre Passos entrou em cartaz nesta quinta-feira e tem como autores os artistas Emanuely Luz e Edi Bruzaca. A visitação acontece até o dia 5 de abril


Uma fotografia da dança do lelê tirada com as técnicas de zoom e baixa velocidade, que deixam a imagem borrada. Após observar o registro, feito em 2018, a fotógrafa Emanuely Luz teve o insight que culminou na exposição Entre Passos, realizada em parceria com o artista Edi Bruzaca. A exposição entrou em cartaz nesta semana como parte da mostra Ocupação Trapiche, na Galeria Trapiche. Equipamento da Prefeitura de São Luís, a Galeria fica localizada na Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração. A exposição fica aberta à visitação até o dia 5 de abril, das 14h às 19h.

"Tivemos uma boa movimentação de público na abertura da mostra, que traz fotografias com as temáticas dança, corpo e movimento. O olhar dos artistas faz toda a diferença na produção das fotografias, que mostram nossa cultura de uma forma singular. Vale ressaltar que os editais da Ocupação Trapiche tornam o processo de ocupação da Galeria mais transparente e democrático", pontua a diretora da Galeria Trapiche, Camila Grimaldi.

A exposição Entre Passos traz 28 fotografias, 14 de cada artista, que mostram o movimento de saias e pés, giros e ritmos de apresentações abertas de tambor de crioula, cacuriá e a dança do lelê.

Luz tem tudo a ver com o evento porque é essencial para a produção de uma fotografia e também é o sobrenome de um dos responsáveis pela mostra, Emanuely Luz. É dela a fotografia intitulada 'Por Dentro do Movimento', que integra a exposição e recebeu menção honrosa na categoria Digital Preto e Branco no VI Salão Nacional de Arte Fotográfica de Ribeirão Preto (SP), em 2018.


Os registros que integram a mostra foram selecionados de um total de mil fotos, de ambos os artistas, e foram tirados de 2016 a 2019. "As técnicas que usamos fazem com que o observador tenha um novo olhar sobre as manifestações da nossa cultura popular. Além do zoom e baixa velocidade, também usamos alta velocidade e o preto e branco, que dá mais destaque para o movimento. A nossa proposta é que o expectador seja imerso na dança", explica Emanuely.

Edi Bruzaca conta que há muito tempo a dupla fotografa a cultura popular, não apenas em períodos festivos. "Com a nossa experiência, percebemos na cultura popular uma grande expressão de movimento, com destaque para a dança circular. A nossa proposta é singular porque, além da beleza do figurino, apresentamos vários recortes de movimento, vestimenta e corpo. O nosso olhar é como observador, buscando fotografias espontâneas. Algo curioso que descobrimos é que as coreiras mais velhas dizem que as mais novas dançam diferente, rebolam mais", revela.

A estudante de Artes Visuais Larissa Micenas, de 22 anos, veio prestigiar o trabalho do amigo Bruzaca e afirma que a mostra é uma representação intrínseca da cultura popular maranhense. "É um resgate da dança pelo olhar dos fotógrafos, utilizando técnicas que leva a gente a imaginar que está dançando junto com os brincantes. Gostei das fotos do Edi que mostram os pés das coreiras e as da Emanuely, que chamam a atenção para os detalhes das roupas", revela.


BIOGRAFIA

Formado em Arte Visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Edi Bruzaca é maranhense e iniciou suas atividades com fotografia por curiosidade de registrar a arte urbana, em 2012, e se apaixonou por registrar momentos da vida. Também maranhense, Emanuely Luz começou na fotografia em 2013 e as suas imagens refletem as vivências e experiências do dia a dia. Tem formação em Turismo pela UFMA e Administração pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Atualmente, dedica-se a retratar a cultura popular maranhense.

Entre Passos é a segunda exposição da dupla de amigos. A primeira foi intitulada 'O Pregão nosso de cada dia' e foi exibida na Casa de Nhozinho, em maio de 2017. A mostra retratou os pregoeiros, ambulantes que criam rimas para vender seus produtos.

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