sábado, 27 de julho de 2019
Na primeira etapa, cerca de 100 artesãos de Cururupu, Guimarães e Bequimão serão atendidos pelo projeto Turismo na Floresta dos Guarás


O estado do Maranhão transpira inspiração e originalidade, suas paisagens, riquezas naturais, históricas e culturais alimentam criativamente artistas locais e influenciam a produção artesanal, uma importante expressão da nossa identidade e diversidade cultural.

Segundo dados do IBGE, o artesanato brasileiro vem se fortalecendo ao longo dos últimos 20 anos, com a ascensão da economia criativa. Como segmento de mercado, o artesanato já movimenta hoje R$ 50 bilhões por ano apenas no Brasil, e é responsável pela renda de aproximadamente 10 milhões de pessoas.

Além de se apresentar como uma atividade econômica expressiva, o segmento vem gerando inúmeras ocupações. De acordo com dados do sistema Data Sebrae, 3 em cada 5 artesãos têm o artesanato como principal fonte de renda, mas apenas 40% deles possuem CNPJ, o que torna a formalização um dos grandes desafios para o setor.


A artesã Dulce Seguins, de Guimarães, é uma amostra de como o artesanato tem se tornado uma alternativa para geração de trabalho e renda: ela decidiu abandonar a carreira como enfermeira para viver exclusivamente do artesanato. Profissional experiente, ela já atua como empresária criativa a mais de 20 anos e de acordo com ela o crescimento do artesanato como uma atividade ligada diretamente ao turismo já pode ser sentido.

“Sentimos a valorização do nosso trabalho a partir do momento que os turistas que visitam a região começaram a procurar as nossas peças para comprar. Guimarães e a nossa região estão dando sinais de que o turismo vai de fato acontecer e isso é muito bom pra gente que vive de artesanato. Essa iniciativa do Sebrae de apoiar o turismo valoriza e ajuda todos nós, que temos negócios de alguma forma ligados ao florescimento do turismo. Ganha desde o dono de pousada, restaurante até nós artesãos” frisou a artesã.

O trabalho de Dulce é transformar elementos naturais como escamas de peixe, conchas e perolas em belíssimos artigos de decoração. Essa é uma outra tendência entre os artesãos, o levantamento do Sebrae identificou que as matérias-primas de origem natural são as mais utilizadas, especialmente tecidos (43%), madeira (21%) e fios (11%).

Projeto – Olhar a cadeia produtiva do artesanato é enxergar que ela está fortemente entrelaçada com a do turismo, contendo também diversos negócios relacionados com a cultura, o entretenimento e o lazer. E é essa simbiose que o Sebrae no Maranhão busca fortalecer com a execução do projeto Turismo na Floresta dos Guarás.


Um plano de trabalho focado nos artesãos do Litoral Ocidental Maranhense e da floresta dos guarás foi apresentado recentemente para os profissionais da região. Com início definido para ao mês de agosto o plano contemplará nesta primeira etapa cerca de 100 artesãos dos municípios de Cururupu, Guimarães e Bequimão.

“O Sebrae tem um olhar muito atencioso para a região do Litoral Ocidental maranhense, acreditamos que aquela região poderá ser próxima fronteira do turismo no nosso estado e por isso estamos trabalhando para contribuir com a estruturação do destino, como já vem sendo feito em outras regiões do Maranhão. O turismo é um negócio rentável e transformador de vidas e essa é a nossa aposta para a região. Acreditamos que o turismo mudar a realidade de vários empreendedores locais.”, observou o Diretor Superintendente do Sebrae Maranhão, Albertino Leal.

Tipologias – Os trabalhos serão dedicados a cinco  tipologias específicas do artesanato da região: em Cururupu, o Sebrae Maranhão trabalhará a produção de miniaturas de personagens do Bumba-Meu-Boi e a elaboração de artefatos utilizando a fibra do guarimã (uma planta nativa de regiões alagadas do Maranhão); em Guimarães, as consultorias e oficinas serão voltadas para a arte dos bordados de Bumba-Meu-Boi e peças de crochê, uma tradição na região; em Bequimão, a atenção será voltada para as tecelãs da comunidade de Centro dos Câmaras e seu talento histórico na produção de redes de dormir em tear de parede.

Além das ações voltadas especificamente para o aperfeiçoamento, melhoria da qualidade e criação de novos produtos, outras iniciativas de apoio à comercialização, finanças, gestão e abertura de mercado também serão realizadas. A fase inicial de execução do plano de trabalho, que consiste em sensibilizar o público alvo e formar o grupo de artesãos, já foi finalizada.

Em agosto, serão iniciadas as próximas duas etapas do plano de trabalho, que serão as oficinas e consultorias de criatividade e as oficinas de gestão para empreendimentos artesanais. Os resultados deste acompanhamento serão apresentados em uma feira com produtos da região que deve acontecer ainda este ano e para 2020 a ideia é que as peças se transformem um catálogo com produtos do litoral.

Texto: Ernesto Batista; Fotos: Umc/Sebrae
Informação: JP Turismo 

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