segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Meio sem graça fui entrando.

O ambiente é antiquado, não posso negar. As mesas dispostas pelo salão demonstram um restaurante bem frequentado. Estava bem cheio!


Várias geladeiras, propagandas de bebidas e recortes de matérias de jornal também fazem a decoração displicente do local.

Não deu um minuto e meio e lá estava eu com dor nas costelas. As cadeiras do balcão são realmente muito ruins. Sempre que sento num balcão desses de boteco, fico desconfortável. Doi as costas, as pernas ficam dormentes, não tenho onde por os braços e meus olhos não sabem para onde se direcionam, um horror!

Mudei para uma mesa mesmo sob a ameaça de que iriam me cobrar 10% e pedi um PF de fígado com salada.

Ele veio todo rapidinho e vestia um paletó super branco e engomado. Veio me trazer os pratos e os talheres para deixar na mesa.

Por dento do paletó ele vestia uma camisa também branquíssima com uma gravatinha preta que combinava com uma calça um tanto russa e um sapato engraxado recentemente.

Está no mesmo restaurante e na mesma função há 45 anos e tem a mesma energia de antes.

A displicência do ambiente não combina com suas vestes limpas e alvas, que combinam com seus cabelos brancos.

Pouco ouve. Repeti meus pedidos umas três vezes.

Ele não entende como as pessoas almoçam com o celular hoje em dia. Também não entende como as pessoas podem ter deixado pra lá a mania de vestirem-se bem.

Estar alinhado faz parte do trabalho e lhe dá orgulho. O freguês gosta.

Eu gostei.

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