sábado, 14 de setembro de 2019
A exposição do artista Filipe Espindola encerrou nesta sexta-feira (13), fez parte da mostra Ocupação Trapiche e reuniu 100 obras


Um quebra-cabeças para o espectador montar como quiser e, a partir dele, refletir sobre temáticas atuais. Essa foi a proposta da exposição "O Inventário do Caos", do artista Filipe Espíndola, que encerrou nesta sexta-feira (13) na Galeria Trapiche. As obras fizeram parte da mostra Ocupação Trapiche, promovida pelo equipamento da Prefeitura de São Luís, coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura. A Galeria fica localizada na Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração.

Em cartaz desde 9 de agosto, a exposição fez uma retrospectiva de 25 anos do trabalho do artista em 100 obras, dividida em três fases. A primeira é a paulista, região onde o autor nasceu, que aborda a religiosidade com oratórios e relicários em cromatismo marrom e elementos orgânicos como folhas secas e caixas de frutas.

A segunda fase é a carioca, que evidencia a problemática do lixo no Centro do Rio de Janeiro, assim como as temáticas do colonialismo e do turismo sexual. Há três anos, o artista se mudou para o Maranhão e teve seu filho, por isso a terceira fase tem um caráter lúdico-infantil e obras mais limpas e seguras de serem tocadas.


"Meu trabalho não visa o lucro. Faço colagens com materiais reciclados para despertar a reflexão sobre as temáticas de reaproveitamento, excesso, consumo e sustentabilidade. Outras temáticas são os genocídios indígena, negra e Lgbtqi+ e a questão educacional. Sou artista integralmente, faço performance corporal e também trabalho com tatuagem e piercing", explica o autor.

Na última quinta-feira (12), alunos do Centro de Ensino Carlos Melo, sediado na Vila Operária, em São José de Ribamar, participaram de um passeio guiado pela exposição com o artista Filipe Espíndola. A estudante do 3º ano do Ensino Médio, Tayane Garrido, de 17 anos, achou interessante a proposta da mostra.

"É curiosa porque pega partes do dia a dia do autor e coloca de uma forma que todos podem ver. Sair da sala de aula e vir até aqui é importante porque geralmente ficamos muito na teoria, mas na Galeria percebemos que arte pode ser feita com elementos que estão em todo lugar, mas que muitas vezes nos passam despercebidos", compartilhou.


Os alunos foram levados pelo professor de Arte Sheydson Reis, que ressalta a relevância desse passeio educativo para o aprendizado deles. "É necessário que eles vivenciem esse espaço, porque a teoria dada em sala de aula é muito vaga sem essa prática. A exposição é interessante porque quebra paradigmas e destaca a arte contemporânea, que necessita muito ser valorizada, além de causar um estranhamento no público acostumado a considerar arte apenas as obras clássicas", opinou.

Informação: Agência São Luís 

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