segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Tudo programado! Passagens compradas, hotel reservado, a velha lista de coisas para com-prar fornecida por alguns amigos e um roteiro fechado especialmente para passar alguns poucos, mas ótimos, dias em pleno ócio com requintes gastro-nômicos. O local escolhido? São Paulo.
Isso mesmo caro ocioso, São Paulo, o centro nevrálgico do país. A cidade em que as pessoas passam o dia atra-sadas, sem tempo para nada e com um pensamento em comum: trabalho.
Viajar é uma arte e cabe ao via-jante saber extrair toda a essência dos locais que visita. Por isso, quando estou em São Paulo, não fico contagiada pela loucura da cidade e posso aproveitar ao máximo o que ela pode oferecer.
Lembro-me que uma vez, ao chegar a cidade fiz a acomodação no hotel e saí rapidinho pra tentar aproveitar tudo. Depois de uma hora andando a passos largos me dei conta que quem tinha pressa eram eles (os paulistanos) e não eu! E caminhei a passos lentos enxergando naquela cidade o que ninguém conseguia ver...
Ao contrário do paulistano, quando estou na cidade eu quero aproveitar. Os engravatados e as mulheres de tailler passam por mim na rua falando ao celular ou com aquele olhar aflito e distante de alguém que, embora esteja andando na rua está pensando o que vai fazer quando chegar ao escritório.
Não me intimido e logo encontro um cinema que está passando o filme do diretor famosos que acabou de estrear. Calmamente vou a bilheteria e compro o ingresso para passar cerca de duas horas fomentando minha bagagem cultural.
Ao sair dali, deparo-me com um momento de escolha: Aonde vou agora? Continuo andando até achar algum lugar interessante para ficar? Paro no boteco mais próximo para tomar uma cerveja geladinha? Vou até o sebo da esquina garimpar alguma preciosidade perdida no meio de tantos títulos? Qual exposição ir? Realmente a vida do ocioso não é fácil!
Um passeio à Rua Vinte e Cinco de Março tem outro barulho quando não temos horário pra voltar. Ir ao Mercadão tem cheiro de azeite e orégano e um chopp cremoso como aquele não existe noutro lugar.
E assim passam os dias que me proponho a ficar na cidade. Mergulhada na viagem vou buscando alternativas que me tragam momentos de ócio e, por que não gastronomia, pois as alternativas parecem infinitas pela cidade e vão desde o famoso “dogão prensado” vendido na rua (cachorro-quente vendido em carrinhos, traillers ou minivans, com vários acompanhamentos dentro, prensado numa chapa quente que deixa o pão com pouco mais de 3 centímetros de largura) até os mais badalados restaurantes. São tantos que dá uma confusão na cabeça. Não tem jeito, é desembarcar na Terra da Garoa pra aparecer uma dúvida: comer o que?
Diante de tantas opções, uma é certa: empada de palmito
Texto Originalmente publicado na Edição N° 65° setembro 2009 do Jornal Cazumbá
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