sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Em entrevista à Agência de Notícias do Turismo, ministro comenta resultados de sua gestão


Há exato um ano, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, assumia o comando da Pasta com um importante desafio: colocar o turismo em um lugar de destaque da agenda econômica do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. No primeiro dia útil do ano de 2020, o titular do Ministério do Turismo avalia o ano de 2019 e comenta os planos e perspectivas para este ano em entrevista à Agência de Notícias do Turismo.

ANT - Como o senhor avalia o ano de 2019?

MINISTRO - Tenho muito orgulho em dizer que vivemos em 2019 o melhor ano para o Turismo Brasileiro. Os resultados que conseguimos ao longo de todo ano confirmam que, pela primeira vez, o segmento foi colocado na agenda econômica do governo federal. Foram muitas as conquistas, como a isenção de vistos para turistas americanos, australianos, canadenses e japoneses. Esta era uma reivindicação histórica do turismo que, apenas em julho, primeiro mês após o início de validade da medida, registrou aumento de 43% dos gastos dos turistas estrangeiros no Brasil em relação ao mesmo período de 2018: uma injeção de US$ 598 milhões na economia brasileira.

Conseguimos, no Congresso Nacional, a aprovação de até 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas brasileiras, o que permitirá a entrada de mais concorrentes no país. Vimos o mercado de Low Costs se consolidar com a entrada de quatro empresas: Sky Airlines, Norwegian Air, Flybondi e Jetsmart. Isso vai contribuir para aumentar a concorrência e atrair turistas para o Brasil.

No campo da geração de emprego e renda, registramos números recordes no setor, como o aumento de 329,9% no número de empregos formais criados pelo setor nos últimos 12 meses na comparação com o mesmo período de 2018, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No total, houve a abertura de 24.902 vagas de trabalho, especialmente no segmento de hospedagem e alimentação (+163,1%).
Ainda no final do ano tivemos a publicação da Medida Provisória 907, que transformou a Embratur em Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, eliminou a cobrança do ECAD em quartos de hotéis e em cabines de cruzeiros e assegurou importantes benefícios fiscais para o setor. Essas foram algumas das excelentes notícias que compartilhamos com a população longo do ano.

ANT - Que outras conquistas de 2019 o senhor gostaria de destacar?

MINISTRO - Acredito que os resultados alcançados neste ano apenas reafirmam todo o potencial para geração de empregos e renda que nosso segmento carrega em seu DNA. Nos primeiros sete meses de 2019, o faturamento do turismo atingiu R$ 136,7 bilhões, considerado o maior dos últimos quatro anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O Turismo de Negócios também registrou forte expansão com crescimento de 14,7% apenas no primeiro semestre de 2019, se comparado com o mesmo período do ano retrasado. Os gastos destes turistas também registraram aumento de 14,8%, saindo de R$ 4,85 bilhões para R$ 5,57 bilhões. São dados que mostram como o turismo responde rápido quando recebe investimentos.

Observamos também um importante crescimento no segmento de cruzeiros. Para a temporada 2019/2020, o país conta com oito navios – um a mais do que na última temporada. De acordo com a CLIA Brasil, entidade responsável pela regulamentação, promoção e expansão dessa atividade, houve 293 mil embarques de turistas brasileiros em navios na costa do país, entre janeiro e junho de 2019, representando um aumento de 21% em relação ao mesmo período em 2018.

ANT - Qual a importância da edição da MP 907 para o turismo brasileiro?

MINISTRO - A MP 907 foi mais uma importante conquista para o nosso setor. A Embratur agora vira uma agência de promoção internacional do Brasil. Trata-se de um grande passo do Brasil que passa a ter um ganho de competitividade no exterior. Como autarquia, a Embratur investiu, em 2018, US$ 8 milhões na promoção do país. Ao se tornar uma agência, a Embratur poderá contar com US$ 120 milhões para promover o país no exterior e atrair cada vez mais visitantes. Precisamos garantir agora que a Embratur seja confirmada pelo Congresso como agência de promoção internacional, para que possamos finalmente competir com outros destinos que já tiveram suas economias recuperadas por meio do turismo.

Com o incremento da Embratur poderemos, finalmente, competir em pé de igualdade com países como México, Colômbia e Peru, que investem milhares de dólares em promoção internacional e que veem, ano a ano, a atividade turística ganhar papel central na economia de seus países. Vale lembrar que, de acordo com levantamento da FGV, a cada R$ 1 investido em pormoção, mais de R$ 20 retornam ao país.
Vou conversar com cada deputado e cada senador comprometido com o nosso país para defender essa proposta.

ANT - Quais as perspectivas para o turismo brasileiro?

MINISTRO - As expectativas são as melhores possíveis. Um exemplo disso são os dados do buscador SkyScanner que mostra o Brasil entre os “Top 3” dos destinos emergentes para se viajar em 2020. Isso representa o crescimento de 27% nas buscas globais em relação ao ano anterior. Seguiremos trabalhando com dois focos: a estruturação de destinos e a redução do custo Brasil. Hoje contamos com 60 milhões de brasileiros fazendo turismo doméstico e queremos inserir mais 40 milhões de brasileiros neste mercado, chegando a 100 milhões até 2022.

ANT - Ministro, qual sua prioridade para o ano de 2020?

MINISTRO - Temos uma pauta ampla e extremamente positiva para o setor. Vamos trabalhar para a construção de terminais rodoviários em cada uma das 30 rotas prioritárias do programa Investe Turismo. Também iremos cuidar da criação de linhas de ônibus saindo dos aeroportos para essas rotas turísticas e também para cidades do entorno. Essa promoção da conectividade dos modais de transporte no Brasil vai revolucionar o turismo e impulsionar ainda mais a economia, gerando emprego e renda.

Trabalharemos também para implantar o projeto piloto do Programa Revive que tem como objetivo recuperar e valorizar patrimônios públicos subutilizados, gerar investimento, criar postos de trabalho, diversificar e ampliar a oferta de produtos turísticos, aumentando a atratividade e a competitividade dos destinos.

No campo do turismo náutico, o Brasil terá seu primeiro porto com terminal de passageiros exclusivo para cruzeiristas, em Balneário Camboriú, e o objetivo é que o Brasil conte com outras instalações voltadas para o turismo marítimo de forma a integrar a costa brasileira.

Precisamos ainda investir na questão da conectividade aérea e rodoviária. Hoje já contamos com quatro empresas de Low Cost, mas queremos ainda mais e vamos nos dedicar a isso. Só quem tem a ganhar com isso é a população brasileira, que verá, enfim, o preço das passagens aéreas reduzir e contará com mais opções de serviços. Aguardem nossos próximos movimentos nesse setor.

Texto e foto: Mintur

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