segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Continuo apostando na minha máxima de que você conhece a categoria de um lugar pelo “naipe” do guardanapo. Acrescento ainda que o boteco pode ser o mais “pé sujo” do mundo, mas se tiver um guardanapo que não seja aquele de depilação ou apropriado para “bolar um bom baseado”, ele ganha muitos pontos e ares de descolado.

Existem muitos detalhes que me chamam a atenção nesse mundo da comilança. Detalhes são detalhes e para mim, fazem muita diferença. Já pararam pra pensar na espessura da rodela de tomate em um sanduíche? Exceto quando o sanduíche é de tomate, em qualquer outro tipo, o tomate funciona como um detalhe, um “plus”... Então é óbvio que ele não deve sufocar ou mesmo fazer sumir o sabor dos outros ingredientes, deve apenas complementar, ou seja, as rodelas devem ser finas. É ou não é um detalhe importante, esse?

O guardanapo é assim. Outro detalhe importante. Quando é ruim, machuca a boca, deixa a mesa feia, fede e dá o tom de desleixo do ambiente. Aprofundando um pouco mais, podemos chegar aos porta guardanapos. Tem coisa mais ordinária que aquele porta guardanapos de inox, “tipo televisão” que você precisa apertar para arrancar o bendito papel? E quando o papel sai pela metade ficando parte na sua mão e parte no porta guardanapos? E se uma mão estiver suja de gordura e a outra ocupada?

Bom, nada é tão ruim que não possa ficar pior! Existem aqueles momentos que você chega no ambiente, vê o porta guardanapos todo “ensebado” e os papeizinhos estão ao contrário, ou seja, com aquelas abas que facilitam o manuseio para dentro! Pois é. Melhor parar por aqui para não piorar de vez a situação dos clientes, pois é bem possível que alguém queria fazer um abaixo assinado contra a fabricação daquele tipo de porta guardanapos, o que para mim seria uma luta e tanto!

Um guardanapo bom te desperta a sensação de economia. Você fica com pena de estragá-lo, já reparou? É uma beleza usar um guardanapo macio depois de degustar um prato saboroso, ai ai...

Eles enfeitam a mesa, evocam requinte à mise en place, enfim, além do preço e mau gosto, não vejo outra justificativa para se usar um guardanapo ruim.

Se for personalizado, é comum guardar um de lembrança em viagens. Conjugado com um sousplat ou jogo americano fica um luxo!

Acho tudo tão interessante, que quando vejo pelos restaurantes os guardanapos colocados de ponta cabeça, peço licença e troco tudo. Se eles vêm dobrados de fábrica, há uma lógica que facilita a vida do comensal. Eles devem estar com a dobra para cima e não com as folhinhas soltas.

claro que isso é uma opinião muito pessoal, pois para cada pessoa tem um peso. Papai, por exemplo, diz que tem pena de comprar e quando compra, tem pena de usar (vai entender...)

Na minha infância não tenho lembranças de ser um quesito obrigatório na mesa, mas entendo perfeitamente minha mãe. Na dureza daqueles tempos, ela tinha que escolher entre o pacote de guardanapos e o pacotinho de Ki-suco de morango...

Hoje, o guardanapo representa muito em uma mesa de luxo e os porta guardanapos evoluíram bastante. Tem de todos os materiais, de todas as formas e de várias espessuras, graças a Deus!

Comprei os meus primeiros de tecido há pouco tempo. Ando muito convencida com eles. Vivo cavando oportunidades para usá-los. Em breve, comprarei de cores variadas e realizarei um sonho antigo que é ter de Poás, mas aí conto pra vocês. 

Inté!

Texto Originalmente publicado na Edição N° 87 julho 2011 do Jornal Cazumbá
Foto Ilustrativa / Internet

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