quarta-feira, 15 de abril de 2020
Peças artesanais em madeira, cerâmica, azulejaria, souvenir, biojóias feitas a partir de sementes tipicamente maranhenses, sacolas de buriti, rendas de bilro, entre outras.

Essas são algumas das dez tipologias que serão adquiridas de artesãos selecionados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur-MA), que ao todo irá investir R$ 20 mil na compra de peças artesanais.

Um dos artesãos contemplados pelo Programa “Nosso Artesanato” é o mestre Douglas Castro, de 46 anos, que se destaca pela beleza de seus trabalhos com bordados de aplicação ou de Bumba-meu-boi.

Para o Programa, o mestre Douglas irá produzir e comercializar 80 peças de boizinhos de 15 centímetros confeccionados a partir do buriti e decorado com tecido franzido solto, popularmente chamado de saia rodada.

Para o artesão, a ajuda por meio do Programa “Nosso Artesanato” ao segmento é um motivo de felicidade em meio à crise ocasionada pelo coronavírus na economia e na saúde do estado e se disse honrado por ter sido selecionado.
“O secretário Catulé Júnior sempre esteve prestando todo apoio e atenção ao segmento do artesanato. Nesse momento difícil de crise que estamos passando não está sendo diferente. Estou muito feliz e agradecido pela lembrança pelo meu trabalho. As peças estão sendo produzidas com todo cuidado e capricho”, revelou.

TRAJETÓRIA

Natural do município de Apicum-Açu, o mestre Douglas trabalha produzindo e comercializando suas peças artesanais há 28 anos no Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA) e, ao longo desse tempo, ganhou destaque e reconhecimento por trabalhar bastante a representação da cultura popular maranhense em seus trabalhos, como os bordados em couro de bumba-boi, peças de peitoral e peitilho em indumentárias de festas juninas feitos com miçangas e canutilhos.

Além dos bordados, o artesão confecciona embarcações em miniaturas feitas com o buriti e boizinhos souvenir. A beleza e exuberância de suas peças fez dele o vencedor do prêmio do turismo 2019 na categoria artesanato.

A habilidade e arte em bordar, técnica transmitida e herdada pelo pai, quando mestre Douglas ainda era criança, é hoje é única fonte de renda para o sustento de sua família. Por meio do ofício, ele e a esposa, que também é artesã, conseguem custear as despesas de casa e sustentar suas três filhas, que também seguem os passos dos pais ajudando na confecção das peças. “Mesmo tendo a sua rotina de estudos organizada, minhas filhas me ajudam bastante. Claro que o meu foco é a educação e o estudos delas, além de terem a liberdade para seguir a carreira que elas almejam. Mas é gratificante vê-las empenhadas a desenvolver uma atividade que é uma tradição familiar”, revelou orgulhoso o artesão.

Outro artesão selecionado pelo Programa “Nosso Artesanato” é Nill Muniz, natural do município de Icatu, que há mais de 15 anos usa todo talento para produzir peças de cerâmica de personagens que retratam a cultura popular maranhense, como os boizinhos, coreiras, cazumbá e caboclos de fitas e de penas.

Em seu ateliê, Muniz retomou a produção das peças artesanais que serão adquiridas pelo governo do estado, sendo 40 boizinhos e 40 cazumbás em miniatura, totalizando 80 peças.

Para o artesão, o projeto de ajuda aos artesãos veio em ótima hora, pois a iniciativa irá amenizar os danos e as dificuldades que muitos artesãos estão enfrentando durante a crise sanitária. “Agradeço muito ao governo do estado por ter lembrando do nosso segmento, pois é muito difícil a gente viver de arte. Com essa crise as dificuldades aumentaram ainda mais. Fica a gratidão ao governo e a Setur pela ajuda que estão dando”, destacou o artesão que, nas horas vagas, também é surfista e fotógrafo.

TRAJETÓRIA

Criado na região do Munim, Nill Muniz se interessou muito cedo por arte. Desde criança, ajuda sua avó a limpar as obras de artes como, quadros, jóias e esculturas, que ela ganhava de presente de amigos do segmento político.

A rotina diária de limpeza das peças e a beleza dos traços e detalhes contidos nelas, fez com que despertasse no artesão o interesse por arte. Mas, sua paixão pela arte em esculpir peças só surgiu aos 20 anos, após ver um artesão esculpindo em madeira. “Quando vi o artesão esculpindo me atraiu de uma forma inexplicável. Então comecei a perguntar para ele algumas curiosidades que eu tinha a respeito daquele trabalho”, relatou.

Para sua sorte, pouco depois, surgiu um curso sobre Arte Sacra em Morros, onde se inscreveu e cursou por um período de seis meses e, desde então, iniciou sua vocação pela arte, optando por viver exclusivamente dela quando decidiu largar seu negócio no ramo do comércio e se mudar para São Luís no início dos anos 2000.

Levado pela paixão por festas da cultura popular maranhense como carnaval e São João, Muniz fotografava os personagens das festanças culturais e as esculpia em cerâmica os personagens fotografados. “Eu acompanhava muito essas festas e ficando admirando os personagens: bois, cazumbás, fofão, tambor de crioula, caboco de fita e de penas. Isso despertou minha vontade de retratar esses personagens em escultura”, explicou o artesão.

As belezas das peças do artesão, esculpidas por meio da técnica com argila, ganhou destaque e chamou a atenção de algumas agências de publicidade, lojas de corações e empresas maranhenses. Entre os trabalhos desenvolvidos estão a produção de algumas peças para o Serviço Social do Comércio (SESC-MA) e loja Cantinho Doce.

SÉRIE ARTESÃO DO CEPRAMA

Para saber mais sobre esses e outros artesãos, acompanhe os videos semanais sobre esses profissionais no instagram @seturmaranhao e @ceprama_setur

Informação: Turismo.MA 

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