sexta-feira, 10 de abril de 2020
Com a crise do novo coronavírus, empresários investem principalmente nas ferramentas digitais, oferecendo produtos diferenciados.


Principal período de vendas durante o ano para indústria de chocolate, a Páscoa, se tornou um dos maiores desafios enfrentados pelo setor. Empresários esperavam um crescimento de 5% a 10% nas vendas este ano em todo o país, de acordo com pesquisas do segmento. Mas com a pandemia provocada pelo novo coronavírus, a saída foi criar outras soluções alternativas para diminuir o impacto, decorrente da restrição de deslocamento dos clientes.  

No Maranhão, a empresária Fernanda Lisboa Ferreira Martins, se reinventou com sua sócia, Cristiane Raquel Sousa Cabral, para driblar essa crise. Proprietárias da fábrica de Chocolates Tapuio, em São Luís, buscaram estratégias para o cenário não muito positivo, minimizando contato corpo a corpo com clientes, de forma a manter a saúde, e aumento dos cuidados nos processos, para garantir ainda mais a segurança.

“Não estávamos esperando muito por esse momento, pois a páscoa representa um momento forte para quem produz na indústria do chocolate, como se fosse o natal do comércio em geral, para nós, da mesma forma. Mas ainda com esse cenário negativo, temos tido boas vendas, levando em consideração que o cenário não está fácil e as expectativas nada otimistas. Temos trabalhado fortemente no marketing, na divulgação direta das encomendas sem sair de casa. Também estamos presentes nos principais mercados de manutenção de alimentos, em São Luís”, explica Fernanda.

Para 2020, Fernanda comenta que mantiveram dentro da linha os produtos já comercializados, como bean to bar, linha aromatizada de ovos de páscoa, feitos com ingredientes naturais como amêndoas de cacau orgânico, açúcar orgânico, sem aditivos químicos na produção. Esse diferencial que tem levado aos clientes e reforçado na divulgação digital. “Prezamos pela qualidade dos produtos e a saúde do consumidor, para que tenham qualidade sensorial e boas experiências. Nosso cacau é tratado com cuidado, levamos em conta a questão de não ter perda de nutrientes que são importantes para a saúde”, confirma.  

Em relação às medidas de higiene por conta da pandemia, ela comenta que não tiveram mudança na rotina. Já seguem sempre com as boas práticas de fabricação e normas da vigilância sanitária à risca, no propósito de garantir qualidade do produto aos seus clientes e favorecer a segurança alimentar. 

O diretor técnico do Sebrae no Maranhão, Mauro Borralho, explica que “Nesse momento de grande adversidade imposta aos pequenos negócios, existem possibilidades que o mercado apresenta e que devem ser aproveitadas. O empreendedor  deve analisar de acordo com as necessidades dos clientes e assim tomar decisões estratégicas, trabalhando, inclusive,  no desenvolvimento de novas soluções e produtos”, frisa.


Em Caxias, o negócio familiar conduzido por mãe e filha, Aldaíres Mesquita e Priscila Mesquita, respectivamente, também enfrenta os desafios de vendas na páscoa, período que normalmente é um dos mais lucrativos do setor. Em meio à crise e o distanciamento social, elas também aderiram a diversas alternativas para não perder as vendas, com a Mais Q Bombom, que em outros anos, já obteve aumento nas vendas em torno de 70%.   

“Uma das vantagens da Mais Q Bombom é trabalhar com a fábrica de produção de chocolates o ano todo, e não apenas na páscoa, com mini tortas e trufas. Em relação à páscoa, propriamente dita, nossa estratégia foi a consignação, aderimos ao delivery e estamos com produtos em outros pontos do comércio que oferecem itens essenciais, que ainda estão abertos mesmo com menor fluxo. Lá deixamos uma quantidade reduzida, mas foi uma das formas de ofertar nosso produto” explica Aldaíres.

As empresárias também apostaram na criatividade com a produção de embalagens temáticas e recheio dos ovos com brinquedos, dos temas favoritos da criançada e que também chamam atenção dos adultos. A estratégia, além de atrair a atenção das crianças e adultos, foi pensada pelo fato ser um material não perecível e que pode ser reaproveitado, caso não ocorresse a venda. “Apesar da crise, seguimos otimistas com os produtos que estão saindo e confiantes de que, com as estratégias usadas, alcançaremos boas vendas durante a Páscoa e após ela também”, afirma Priscila.

Informação: Agência Sebrae 

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