Anderson Lindoso

Advogado. Secretário de Estado da Cultura

O Maranhão é conhecido por suas diversidades. A tradição herdada dos africanos influenciou muitas das nossas manifestações culturais. A história do Tambor de Crioula se mistura a um passado de lutas, e embora suas origens não sejam muito precisas, sabe-se de sua ancestralidade africana. Há referências de práticas realizadas no século XIX por escravos como forma de resistência, júbilo e devoção.

Essa experiência vivida e trazida pelo tempo culmina hoje como um saber amplamente conhecido e valorizado como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Um título que nos dá orgulho e nos faz prestar reverência aos mestres que não deixaram morrer a beleza do tambor.

Na quinta-feira, 18 de junho, comemoramos o Dia Nacional do Tambor de Crioula. Não foi possível comemorar do jeito que queríamos por causa da pandemia e a necessidade de nos protegermos, evitando aglomerações. Mas há muitas formas de comemorar, de brincar, e o tambor hoje está mais presente do que nunca em nossas vidas.

A presença do Tambor de Crioula nos eventos realizados pelo Governo do Maranhão se intensificou nos últimos anos. No São João, Carnaval, Mais Cultura e Turismo, isso sem falar nas Ocupações Artísticas que acontece o ano inteiro. A Quarta do Tambor já é uma referência para turistas e moradores da cidade.

No centro histórico de São Luís todas as quartas-feiras, os tambores são postos para afinar no fim da tarde em frente a Casa do Tambor, espaço importante de encontros, de apresentações, de oficinas e outras atividades.

Precisamos manter viva a memória da nossa cultura e garantir que o conhecimento não se perca, que ele permaneça em nossa história, dialogando com as gerações futuras.

O ritmo peculiar, a dança das coreiras, as toadas cadenciadas, as parelhas, o colorido das saias, a devoção a São Benedito, tudo isso é expressão de uma cultura de extraordinário valor.

Quando essa pandemia passar, estaremos juntos de novo fazendo a festa e nos alegrando com o Tambor de Crioula do Maranhão.

Informação: Cultura.MA