quarta-feira, 10 de junho de 2020
 Em maio, o índice foi de -0,22%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, em São Luís, registrou queda de -0,22%. É o segundo mês consecutivo em que a capital maranhense apresenta quadro deflacionário, sendo que a queda dos preços no mês de maio foi menor que a queda detectada no mês de abril, -0,44%.

São Luís seguiu o comportamento geral dos preços das 16 regiões pesquisadas, havendo deflação em todas elas, sendo que a maior deflação no mês de maio foi detectada em Belo Horizonte (-0,60%) e a menor deflação foi observada em Recife (-0,18%). Depois de Recife, São Luís foi a segunda região de investigação da pesquisa a apresentar maior resistência à queda de preços.

IPCA
Período
São Luís
Brasil
Maio/20
-0,22%
-0,38%
Abril/20
-0,44%
-0,31%
Maio/19
0,25%
0,13%
Acumulado no ano
-0,30%
-0,16%
Acumulado 12 meses
0,91%
1,88%

No caso de São Luís, dentre os nove grupos de produtos e serviços investigados pela pesquisa de preços ao consumidor do IBGE, em cinco deles foram detectados recuos de preços em relação ao mês anterior, sendo que três desses grupos são os de maior peso nas despesas mensais das famílias: alimentação e bebidas, peso de 23,93%; transporte, 17,74%; e habitação, 14,57%. Dessa forma, os recuos de preços nos respectivos grupos impactaram consideravelmente a queda geral dos preços em São Luís no mês de maio.

As maiores taxas de deflação foram observadas nos grupos habitação, -0,60%, transporte, 0,40%, e alimentação e bebidas, -0,37%. Os outros dois grupos de despesas que apresentaram diminuição de preços foram vestuário, -0,04%, e artigos de residência, -0,03%. Na contramão desse quadro deflacionário, isto é, com apontamento de elevação de preços, estão comunicação, +0,21%, despesas pessoais, +0,15%, educação, +0,07%, e saúde e cuidados pessoais, +0,05%. Como esses grupos de despesas, excetuando saúde e cuidados pessoais, têm menor peso nas despesas mensais das famílias em São Luís, acabaram por não impactarem o suficiente para suplantar a queda nos grupos habitação, transporte e alimentação e bebidas.

Abaixo, quadro geral para variação mensal dos preços de São Luís e respectivos impactos na formatação final do IPCA em maio, podendo-se fazer um cotejamento com o mês de abril último:

Grupos de Despesa
Variação Mensal
Impacto (ponto percentual – p.p.)
abr/20
mai/20
abr/20
mai/20
Índice Geral
-0,44
-0,22
-0,44
-0,22
Alimentação e Bebidas 
1,65
-0,37
0,39
-0,09
Habitação 
-1,69
-0,60
-0,25
-0,09
Artigos de Residência 
-2,12
-0,03
-0,10
0,00
Vestuário 
-0,42
-0,04
-0,03
0,00
Transportes 
-1,76
-0,40
-0,32
-0,07
Saúde e Cuidados Pessoais 
-1,08
0,05
-0,15
0,01
Despesas Pessoais 
0,04
0,15
0,00
0,01
Educação 
-0,25
0,07
-0,01
0,00
Comunicação
0,3
0,21
0,02
0,01

No caso do grupo alimentação e bebidas, percebeu-se queda de preços em diversos tipos de carnes, cuja média geral desse item de despesa foi de -3,69%, com destaque para acém, - 7,87%, chã de dentro, -7,54%, e alcatra, -6,89%. Dentre todos os cerca de 50 itens de despesa pesquisados, carnes foi o que mais impactou na queda do IPCA no mês de maio: -0,1671 p.p.. Foi detectada também diminuição de preços no item frutas, na ordem de 4,36%. Nesse item, foram detectados recuos de preços para laranja-pera, - 7,61%, banana d’água, -7,05%, banana-prata, -6,12%, e farinha de mandioca, -4,50%. Os subitens que mais causaram impacto para provocar a deflação foram: alcatra (-0,0443 p.p.), costela (-0,0396 p.p.), contra-filé (-0,0358 p.p.), banana-prata (-0,0290 p.p.) e farinha de mandioca (-0,0211). Na contramão da queda de preços, dentro do grupo alimentação e bebidas, estão batata inglesa e cebola, que tiveram alta de 11% e 17,04%, respectivamente.

A queda de preços no grupo de alimentação e bebidas cortou uma trajetória ascendente nos preços iniciada em janeiro:

No grupo habitação, foi observada pequena redução de preços no item energia elétrica residencial, na ordem de -1,63%. Esse foi um item também de grande impacto para o quadro deflacionário em São Luís: -0,0890 p.p..

No grupo transporte, com deflação de 0,40%, houve recuo de preços nos subitens passagem aérea, (-28,05%; -0,0611 p.p.), óleo diesel (-6,44%; -0,0184 p.p.) e gasolina (-0,94%; -0,0450 p.p.). A gasolina teve uma queda de preços menor que o óleo diesel, porém com impacto maior, pois se trata de subitem de despesa com peso maior no orçamento das famílias, cerca de 4,8% dentre 250 subitens investigados.    

No grupo artigos de residência, foram registradas diminuições de preços para subitens como móvel para sala, -2,58%, ventilador, -1,73%, e roupa de cama, -0,87%. No grupo vestuário, os subitens que tiveram recuos e que impactaram na queda de preço do referido grupo foram vestido, -2,63%, bermuda/short feminino, -3,43%, tênis, -1,58%, e bermuda/short masculino, -1,10%. Desde janeiro de 2019, esse grupo de despesa apresentou alta de preços apenas em três meses: agosto/2019, dezembro/2019 e fevereiro/2020. Em todos os demais meses, o quadro é de deflação no grupo vestuário.

Dos quatro grupos de despesas que tiveram quadro de avanço de preços, maior percentual de aumento foi observado no grupo comunicação, +0,21%. É o segundo mês consecutivo de aumento de preços, depois dos três meses iniciais do ano com deflação. Contribuiu de forma mais significativa para a inflação nesse grupo de despesas o aumento de preços no subitem aparelho telefônico, +1,86%, com impacto de 0,0105 p.p. para o aumento de preços nesse grupo. O segundo grupo de despesas com maior aumento de preços no mês de maio foi despesas pessoais, +0,15%, com variação positiva de preços para subitens como cartório, 4,99%, e empregado doméstico, +0,31%. O grupo educação teve inflação de 0,07%, muito pelo aumento de subitens como caderno, +2,31 (impacto de +0,0027 p.p. no IPCA do grupo), e artigo de papelaria, +0,78% (impacto de 0,0011 p.p.).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês de abril/2020, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril de 2020 a 28 de maio de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março de 2020 a 29 de abril de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de maio variou - 0,23% em São Luís

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como ocorreu com o IPCA, pelo segundo mês consecutivo, teve movimento negativo de preços de -0,23% em São Luís. O INPC do Brasil, no mês de maio, foi de -0,25%

O acumulado do INPC, no ano, em São Luís, está na casa de -0,21%, bem abaixo do INPC Brasil, que tem acumulado no ano de 2020, janeiro a maio, uma pequena inflação de 0,06%. Dentre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, a maior deflação foi observada em Campo Grande, -0,52%, ao passo que recuo de preço num patamar menor foi detectado no Rio de Janeiro, -0,07%.

Queda de preços nos grupos de despesas transporte, -0,68%, habitação, -0,61%, e alimentação e bebidas, -0,23%, impactou o patamar de recuo no INPC de São Luís no mês de maio. Para o INPC, o peso do grupo alimentação e bebidas nas despesas familiares de São Luís, 25,1%, no mês de maio de 2020, é sempre maior do que para o IPCA, peso de 23,93% em maio/2020. Por isso mesmo, qualquer recuo ou aumento de preços nesse grupo de despesa do INPC terá maior influência na formatação final do índice do que no caso do IPCA.   

O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele tem subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA.

Para o cálculo do INPC do mês de maio/2020, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 28 de maio de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março de 2020 a 29 de abril de 2020 (base).

Informação: IBGE/MA 

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