segunda-feira, 13 de julho de 2020

Vinte e quatro horas passam rápido nos dias de hoje. Parece que rompemos a barreira do tempo e nem percebemos. Também, com tantas atribuições, quem consegue vencer a quantidade de coisas a fazer imposta pelo mundo moderno? 

Além das atividades diárias que levam tempo e nos preenchem o dia, ainda temos que contar com elementos que nos tempos da vovó não existiam: congestionamentos, filas em banco, o “sistema” de pagamentos fora do ar, a internet que “está” lenta, as senhas para atendimento em farmácias, consultórios, dentre outros. Um dia é muito pouco para que possamos deitar com a sensação de não estar devendo nada para o dia seguinte. 

Para medir o tempo, inventaram o relógio. Isso para facilitar as coisas, porque antes, o tempo era medido de formas muito variadas. A ampulheta talvez seja um dos símbolos mais conhecidos de todos nós. Tenho um amigo que sabe que horas são apenas vendo sua sombra no chão. Ele já me explicou o princípio do relógio de sol, mas nunca aprendi.

Os pescadores veem a altura do mar e sabem mais ou menos as horas. Para mim, basta a barriga roncar, que já tenho ideia...

Já o relógio de pulso é considerado um acessório de luxo e de moda. Evoluíram com o tempo e conheço muitas histórias de verdadeiros aficionados.

Há conhecidos que não vivem sem e dormem e tomam banho com ele. Na atualidade, é bem verdade que o telefone celular tem substituído em muitos casos, mas, ainda assim, não ameaça a hegemonia do relógio para medir o tempo.

Por muitos anos, inclusive, os relógios ornamentaram prédios e igrejas. Eu sinceramente considero uma pena terem perdido essa “mania” com o tempo. Além de lindo, acho muito prático, saber que tem um relógio à sua frente, devendo para se atualizar, apenas levantar a cabeça.

Em São Luís, essa característica arquitetônica também se faz presente em alguns cantos da cidade, em especial no Centro Histórico.

Um deles, um dos mais simpáticos, fica na Rua da Estrela, já chegando na Avenida Pedro II. 

Os outros dois estão nas torres da Catedral da Sé e o mais emblemático de todos, talvez aquele que todos os moradores tem em sua memória afetiva, é o relógio do Largo do Carmo.

Quem nunca olhou para aquele relógio quadradão no meio do Largo e lamentou ele não estar funcionando e pontual como o Big Ben, em Londres, por exemplo?

Entra ano e sai ano e o relógio está lá, sem funcionar.

Já vi com o vidro quebrado, já presenciei hippies usando como mictório e já fui testemunha de fogueiras para esquentar pandeirões bem ali no pezinho do relógio!

Temos uma joia no meio do centro da cidade e não cuidamos dela. Não a usamos com o devido respeito e nem damos a ela a importância histórica que tem.

Como sonho um dia ver esse relógio funcionar, mas fazendo um retrospecto rápido com outros símbolos da nossa história, vejo que a cada ano meus sonhos de ver minha cidade organizada e sustentável, ficam mais caducos e inexequíveis, o que é uma pena!


Texto Originalmente publicado na Edição N° 106 - julho de 2013 do Jornal Cazumbá
Imagem Ilustrativa/Internet 


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