quarta-feira, 8 de julho de 2020
O aumento no volume de vendas no estado se dá após três meses de queda. Mas, em comparação com maio/2019, houve recuo de 13,6%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, hoje (8), a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), referente ao mês de maio/2020. A PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país.

Comércio Varejista

No mês de maio de 2020, em comparação com o mês de abril de 2020, com ajuste sazonal, o índice de volume de vendas do comércio varejista no Brasil teve alta de 13,9%, depois de um recuo na ordem de 16,8% no mês de abril. Esse número do mês de maio/2020 representou o maior percentual de aumento na série histórica iniciada em fevereiro de 2000. Ao contrário do que aconteceu no mês anterior, abril/2020, quando os oito grupos de atividade de comércio varejista tradicional investigados no país apresentaram queda no volume de vendas, no mês de maio/2020, todos os oito grupos apresentaram aumento no volume de vendas na comparação com mês imediatamente anterior, com destaque para a) tecidos, vestuário e calçados, b) móveis e eletrodomésticos e c) outros artigos de uso pessoal e doméstico - lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc.:

Atividades
abril 2020
maio 2020
Combustíveis e lubrificantes
-15,2
5,9
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
-11,7
7,1
Tecidos, vestuário e calçados
-69,0
100,6
Móveis e eletrodomésticos
-21,0
47,5
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
-16,8
10,3
Livros, jornais, revistas e papelaria
-51,7
18,5
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
-28,9
16,6
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
-29,5
45,2

Quando se compara os dados do mês de maio de 2020 com maio de 2019, sem ajuste sazonal, constatou-se retração no volume de vendas na ordem de 7,2%, índice bem menor do que o ocorrido no mês de abril, levando-se em conta, a mesma base de comparação: -17,1%. No acumulado do ano (jan./20 a mai./20), comparação que é feita com igual período do ano anterior, o índice é negativo na ordem de 3,9%. Pelo segundo mês consecutivo, nessa base de comparação temporal, o número é negativo. No acumulado até abril/2020, o volume de vendas era de -3,1%. No acumulado de 12 meses, findo em maio de 2020 (junho de 2019 a maio de 2020 cotejado com junho de 2018 a maio de 2019), o índice de volume de vendas foi de 0,0%, refletindo as três quedas consecutivas na base de comparação mês/mês igual ano anterior: março (-1,1%), abril (-17,1%) e maio (-7,2%).   

Em relação ao Maranhão, destaca-se que, em maio de 2020, frente a abril/2020, com ajuste sazonal, o índice de volume de vendas ficou na casa de 6,5%. De dezembro/2007 a maio/2020, foi a segunda maior taxa de aumento nessa base de comparação temporal, sendo superada apenas em novembro/2011, quando essa taxa foi de 8,1%. Há três meses consecutivos que esse índice de base temporal, mês/mês imediatamente anterior, vinha apresentando recuos: fev./2020 (-0,6%), março (-5,7%) e abril (-12,9%). Diferentemente do ocorrido no mês anterior, abril/2020, quando todas as 27 Unidades da Federação (UFs) tiveram recuo no volume de vendas nessa base de comparação temporal, em maio/2020, todas as UFs apresentaram avanço no volume de vendas. Os maiores aumentos foram observados em RO (+36,8%) e PA (20,0%). SP e RJ, que têm um peso considerável no comportamento do volume de vendas, tiveram aumento de 9,2% e 8,5%, respectivamente. As menores elevações no volume de vendas foram detectadas no DF (3,9%) e PA (0,9%). 

Em relação ao mesmo mês do ano de 2019, no Maranhão, em maio/2020, sem ajuste sazonal, foi detectado novo recuo no volume de vendas, desta feita na casa de 13,6%. No mês anterior, abril/2020, nessa base de cotejamento temporal, a queda foi maior: -18,4%. Em março, o recuo tinha sido de -5,0%. Em toda a série histórica, a maior queda, nessa base de comparação, sem ajuste sazonal, foi observada em março de 2003, na ordem de 19,2%. Essas sucessivas quedas no volume de vendas nessa base de comparação, três meses seguidos, deram impulso na retração no volume de vendas acumulado no ano de 2020.  

Na base comparativa no ano, isto é, o volume de vendas de janeiro a maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, o Maranhão apresentou uma queda de 6,4%, sendo que, até abril/2020, o acumulado no ano estava em -4,5%.

Quanto ao acumulado nos últimos 12 meses (junho de 2019 a maio de 2020 cotejado com junho de 2018 a maio de 2019), o índice de volume de vendas no Maranhão retraiu 2,6%, o que praticamente selou uma tendência de queda nessa base de comparação que vem sendo observada desde o final de 2018 e início de 2019.

Comércio Varejista Ampliado

Quando se analisa, em nível de Brasil, o comércio varejista ampliado - em que se agregam aos oito tradicionais setores do comércio varejista os setores de material de construção e veículos/motos/partes/peças, no cotejamento maio/2020 com mês imediatamente anterior (abril/2020), com ajuste sazonal - teve seu volume de vendas aumentado na ordem de 19,6%, a maior taxa de aumento para a série iniciada em fevereiro de 2003, ao contrário do que aconteceu no mês anterior, quando se deu a maior retração no volume de vendas desde o início da série: -17,5%. No mês de março/2020, o volume de vendas já tinha sido deprimido na ordem de 14,0%, até então o maior tombo na série histórica.  

Quando se analisa especificamente os dois ramos de comércio que compõem o comércio varejista ampliado, o de veículos/motos/partes/peças e o de material de construção, na base comparativa mês atual/mês imediatamente anterior, o primeiro teve elevação no volume de vendas, em maio/2020, na ordem de 51,7%, depois de uma queda, em abril/2020, de 35,8%; e o segundo, um aumento de 22,2%, depois de uma queda, em abril/2020, de 1,9%. Em março/2020, no caso do volume de vendas de material de construção, o índice foi -17,4%.  

Na comparação com mesmo mês do ano anterior (maio/2019), detectou-se, no Brasil, decréscimo no volume de vendas na ordem de 14,9%, influenciando a perda acumulada no ano de 2020 na ordem 8,6%. A queda no setor de veículos/motos/partes/peças, na comparação maio/2020-maio/2019, foi de -39,1%, um ritmo de queda inferior ao detectado no mês anterior, abril2020/abril2019, -58,1%, esta que foi a maior queda na série histórica encetada em janeiro/2001. A taxa do mês de maio/2020 foi a segunda maior retração nessa base de comparação temporal. No caso de material de construção, comparando-se maio/2020 com maio/2019, o volume de vendas caiu na magnitude de 5,2%, ritmo também menor que o observado no mês anterior: -21,1%. Desde fevereiro de 2020, que, nessa base de comparação temporal, o setor de material de construção vem apresentando números negativos.   

No acumulado nos últimos 12 meses, fechado em maio de 2020, o indicador volume de vendas do comércio varejista ampliado passou a apresentar queda: -1,0%. Até abril de 2020, esse indicador temporal ainda era positivo: +0,8%.

No Maranhão, na comparação maio/2020 com mês imediatamente anterior (abril/2020), o volume de vendas do comércio varejista ampliado voltou a ser de aumento, 6,4%, depois de dois recuos consecutivos, março/2020 (-17,1%) e abril (-7,8%), que foram as duas maiores quedas na série histórica iniciada em fevereiro de 2004.

Nesse indicador de base temporal, todas as UFs apresentaram taxas positivas, ao contrário do ocorrido no mês anterior, quando todas as UFs apresentaram recuo.  As maiores taxas foram detectadas em RO (35,2%), RS (27,9%) e ES (27,1%), ao passo que menores aumentos foram observados no MA (6,4%), RR (5,9%) e PA (0,3%).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, maio.2020/maio.2019, no Maranhão, foi detectada retração, -21,1%, queda essa maior que a apresentada em nível de Brasil, -14,9%.  Maiores níveis de retração foram observados no AP, -38,7%, e CE, -31,3%, e os menores, no MS, -1,5%, e PR, -3,3%.

Na base de comparação dos cinco primeiros meses de 2020 com os cinco primeiros meses de 2019, o decréscimo no volume de vendas foi na casa de 11,4%. É o quarto mês consecutivo de queda nessa base de comparação temporal. Em fevereiro, esse indicador temporal foi de -0,6%, em março, -3,7%, e em abril, -8,8%. Essa queda de 11,4% no mês de maio/2020 somente foi menor do que os números de cada um dos meses do ano de 2016. No acumulado dos últimos 12 meses (junho de 2019 a maio de 2020 comparado com junho de 2018 a maio de 2019), o recuo, no Maranhão, foi de 5,1%. Quedas mais significativas foram observadas em SE (-6,9%) e PI (-9,3%).  

Informação: IBGE/MA 

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