quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Conhecer o potencial dos negócios criativos da região é um dos objetivos do mapeamento. Participantes concorrem a capacitações e premiações. O potencial criativo da região, bem como sua diversidade é um dos atrativos para turistas.


A região Nordeste do Brasil é conhecida pelo potencial criativo, manifestações artísticas e populares exuberantes, gastronomia e artesanato diversificados, e tradição artística, musical e literária incomuns. São diferenciais que revelam traços culturais únicos na cena brasileira, que tanto atraem a atenção de turistas. 

Nesse cenário sobrevivem milhares de empreendedores que usam a criatividade como matéria prima para empreender negócios formais e informais – os chamados “criativos”, que movimentam uma cadeia de negócios gigantesca, mas cujo vigor ainda é praticamente desconhecido.

Em busca de conhecer quem são esses empreendedores, saber o que fazem, em que áreas criativas atuam e que dificuldades têm para se colocar como empreendedores, o Sebrae está realizando o Mapeamento Sebrae de Economia Criativa do Nordeste, em parceria com as organizações Impacta Nordeste e Pipe.Social. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 8 de outubro.

Por que a iniciativa é importante?

A ideia do mapeamento é levantar dados sobre o potencial de negócios criativos e de inovação nos nove estados do Nordeste, para estimular a economia regional e apoiar soluções inovadoras no setor, ainda fortemente marcado pela informalidade.  

Os dados coletados são importantes para o planejamento de ações voltadas à transformação das habilidades criativas naturais dos nordestinos em ativos econômicos, com capacidade para contribuir com o crescimento socioeconômico da região.

Para Danielle Abreu, analista técnica do Sebrae Maranhão e gestora do projeto Cadeia de Valor da Economia Criativa Nordeste, a economia criativa é um importante condutor do desenvolvimento econômico da região Nordeste, com imenso potencial de geração de renda e emprego. “Trata-se de um setor estratégico com grande potencial no Nordeste e que queremos apoiar, cada vez mais”, ressalta.

Na opinião da analista, “a ausência desses dados dificulta um retrato mais preciso do potencial da economia criativa e, por isso, o mapeamento tem importância estratégica”. Os dados “vão apoiar decisões e a definição de ações a serem oferecidas pelo Sebrae na região. Isso é fundamental neste momento de recomposição da economia. Por isso, é importante a participação dos negócios criativos locais, para que tenhamos um retrato bem preciso desse setor também no Maranhão”, completa Danielle Abreu.

Quem pode e como participar? - O edital é voltado para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, abrangendo negócios nas áreas de consumo (publicidade, marketing, arquitetura, design e moda), cultura (expressões culturais, patrimônio e artes, música, artes visuais e artes cênicas), mídias (editorial, games e audiovisual) e tecnologia (P&D, Biotecnologia e TIC).

Os participantes concorrem a premiações em dinheiro e inclusão na Rede Sebrae de Criativos do Nordeste, a ser criada após o término do mapeamento. Terão ainda acesso a 20h de capacitação, oferecidas para até três melhores negócios selecionados por estado, totalizando 27 negócios na região. E, além disso, concorrem a prêmios no valor de R$ 2 mil, que vão contemplar até quatro negócios (nas quatro categorias do ecossistema criativo – consumo, cultura, mídia e tecnologia), totalizando R$ 8 mil reais/ por estado.

Para se inscrever, os criativos devem acessar o Portal Impacta Nordeste (www.impactanordeste.com.br) e preencher a ficha de inscrição, clicando no botão “Quero me inscrever”. É importante ler o edital e, em caso de dúvidas, entrar em contato pelo e-mail economiacriativa@impactanordeste.com.br

Acordes da nova MPB: exemplo de criativos que o Sebrae quer conhecer

O cantor Tiago Máci é uma das promissoras vozes da música popular maranhense na atualidade. O talento e a pegada musical contemporânea chamam a atenção. Essas características, aliadas às perspectivas de planejamento e gestão da carreira, tem tudo para fazer dele mais que uma promessa.

Tiago é um exemplo de empreendedor que o Sebrae quer conhecer com o mapeamento. Há dez anos na estrada, ele já se evidencia na música autoral do país, sendo premiado em festivais com o de Pereira Barreto (São Paulo, em 2018), com a canção "À Musa". E, novamente em 2019, com "Magma".

Tiago trafega pelo popular, canta o cotidiano e as próprias idas e vindas da carreira e faz disso matéria prima para sublinhar o inconsciente coletivo popular, com influências do samba e ritmos clássicos brasileiros. Dentre as influências artísticas, estão Zeca Baleiro, padrinho e parceiro musical, Afrobeat, R&B e lofi.

Em tempos de pandemia, Tiago acaba de lançar o álbum "Amor Delivery", que tem parceria com Zeca Baleiro na faixa "Beijo à queima-roupa".

Máci vem buscando empreender a carreira como negócio. E o caminho tem sido os projetos de Economia Criativa do Sebrae Maranhão nos últimos dois anos.

Segundo ele, o levantamento sobre o mercado criativo é fundamental para impulsionar esse mercado com ações para fortalecer esse traço dos nordestinos. Mas também “na criação de redes colaborativas, que podem ajudar muito no crescimento do ecossistema criativo, através da soma de forças e de aproximação, fazendo convergir interesses e anseios de muitos que estão na estrada em busca de se consolidarem como artistas”, frisa ele. “O Nordeste só tem a ganhar com essa iniciativa”, sublinha Tiago Máci.

ECONOMIA CRIATIVA EM DADOS

Os negócios criativos, nos últimos quatro anos, participaram do PIB Nacional com 2,62%. Em 2017, contribuíram com 2,61%, totalizando R$ 171,5 bilhões.

Essa cifra é comparável ao valor de mercado da sexta marca mais valiosa do mundo – a Samsung. Ou à soma de quatro das maiores instituições financeiras globais (American Express, J. P. Morgan, AXA e Goldman Sachs). Dados da Firjan de 2017 e 2018.

Em 2017 a Indústria Criativa contabilizou 245 mil estabelecimentos e 837,2 mil profissionais criativos formalmente empregados. O Maranhão colaborou com 0,6% do volume total.

Informação: Sebrae-MA 

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