quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Pesquisa realizada pela CNI aponta dificuldades na aquisição de matéria-prima para fabricação de produtos, principalmente no Nordeste

Análise realizada no mês passado, pela CNI, e divulgada na publicação Sondagem Especial Mercado de Insumos e Matérias-Primas (Nº 78), aponta uma conjuntura com muitas preocupações para o setor industrial, particularmente para alguns segmentos específicos. 

Segundo a pesquisa, cerca de 68% das empresas se queixam de dificuldades na obtenção de insumos e matérias-primas no mercado interno e 56%, no internacional, o que leva a acreditar numa segunda onda de efeitos da pandemia do Covid-19. 

No primeiro semestre, várias indústrias paralisaram suas atividades e outras reduziram suas produções, o que levou à redução de estoques e, certamente, a uma variação positiva de preços, notadamente de alguns insumos e matérias-primas. Isto fez cair o faturamento e, em consequência, os pedidos de encomenda. Com a queda nas encomendas, as empresas não se sentiram estimuladas a produzir. 

No Maranhão alguns segmentos, principalmente os de saneantes de uso caseiro, têm sido impactados com a falta de caixas de papelão e de resinados para produção de embalagens. Conforme empresas instaladas no interior do estado alguns insumos chegaram a aumentar cerca de 54%, obrigando os fabricantes a repassar os preços aos produtos, o que está dificultando as vendas. 

Os fabricantes de sabões e sabonetes do estado se deparam atualmente com esse grande transtorno, consequência do retorno das atividades e a disparada do dólar. Em análise sobre o problema, o presidente do Conselho Temático de Política Industrial da FIEMA (COPIN), Luiz Fernando Renner, advertiu que: “o sebo bovino foi direcionado para a produção de biodiesel e seu preço disparou; o óleo de palmiste foi destinado à exportação e o óleo de babaçu desapareceu do mercado. Dificultando ainda mais o mercado, a falta de material de embalagem, como caixas de papelão e resinas para produção de frascos de desinfetantes e água sanitária, bem como de filmes termo-encolhíveis para embalar os produtos nas fábricas, emperram o processo produtivo", ponderou Renner.  

Ele acentua, ainda, que no descompasso entre o varejo e a indústria, o grande prejudicado é o consumidor que não encontra a sua marca preferida nas prateleiras dos grandes varejistas. “Neste momento é importante para a economia maranhense a flexibilização das políticas de compras, privilegiando os fabricantes locais para preservar empregos e renda”, disse Renner. 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Edilson Baldez das Neves, vê esses números com preocupação, principalmente em razão do prazo para normalização, mas, ao mesmo tempo, entende que a insuficiência de oferta de insumos e matérias-primas é muito pontual. 

Do total de empresas que não conseguem aumentar a produção, segundo informações da CNI, 76% alegam que não ampliam a produção por falta de insumos. E o problema deve durar pelo menos mais três meses. Mais da metade das empresas acreditam que a capacidade de atender os clientes se normalizará apenas em 2021. “Nesse contexto, as micro e pequenas empresas são as mais prejudicadas”, avalia Baldez. 

Informação: Fiema 

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