terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Resgatar, preservar, difundir e valorizar os cantadores do Tambor de Crioula do Maranhão, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, é objetivo do “Festival de Cantadores de Tambor de Crioula de São Luís”, que acontece no próximo 29/12, com transmissão ao vivo pelo canal no Youtube do Inspire e Comunique. A atividade é patrocinada pelo edital de fomento a projetos culturais da Lei Aldir Blanc Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão. A realização é do Instituto de Desenvolvimento Humano e de Proteção Ambiental (IDHPA) com  apoio da Federação de Tambor de Crioula do Maranhão (Fetecma). A coordenação e direção artística é do produtor cultural, poeta, compositor e presidente da Federação de Tambor de Crioula, Paulinho Dimaré. 

O Festival reunirá 35 cantadores de tambor de crioula existentes nas diversas comunidades de São Luís. Todos os procedimentos de segurança como o uso de máscaras, distanciamento e limitação de público serão adotados para evitar a contaminação da Covid-19. O evento na capital maranhense, que será realizado na quadra poliesportiva do colégio Barbosa de Godoi, no Monte Castelo (ao lado da igreja Nossa Senhora da Conceição), é uma edição inspirada no I Festival de Cantadores de Tambor de Crioula da Baixada Maranhense, realizado em 2018, com a participação de 30 municípios da região da baixada representados por 50 cantadores. 

Umas das motivações para a realização do Festival de Cantadores de Tambor de Crioula de São Luís deu-se pela grande concentração de cantadores da baixada e de outras regiões do estado que moram na capital, fortalecendo e valorizando a identidade cultural do tambor de crioula e de seus fazedores dentro da capital do estado. Para o diretor artístico do Festival, Paulinho Dimaré,  é  importante esse mapeamento e registro dos cantadores de São Luís. "É importante não só pelo seu valor histórico, mas também pela aprendizagem e produção de conhecimentos desenvolvidos e repassados de geração para geração ao longo do tempo, bem como pelos seus elementos tradicionais que se perpetuaram na formação da nossa identidade cultural maranhense”, afirmou. 

Sobre o Tambor de Crioula

A fé é a maior motivação para os brincantes que participam do Tambor de Crioula, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. Os brincantes do Tambor de Crioula possuem funções específicas durante as apresentações. Os homens são responsáveis pela sonoridade dos instrumentos na chamada ‘parelha’, que é formada por três tambores com funções bem definidas. O tambor grande ou ‘rufador’, faz o solo e improvisos, o meião ou ‘socador’ é responsável por dar o ritmo e a pulsão e já o pequeno ou ‘crivador’, faz o contra ponto.

Tudo isso é acompanhado pelas mulheres, que na dança são chamadas de ‘coreiras’, que com suas saias longas, coloridas e bem rodadas, dão o ritmo e o gingado da dança. Durante as apresentações, as coreiras fazem a ‘punga’, uma espécie de convite para que a outra dançarina entre na rosa do tambor. A manifestação é feita tanto como forma de diversão como em louvor a São Benedito, o santo protetor dos negros. A expressão de matriz afro-brasileira, típica do Maranhão, é realizada livremente sem ter um calendário específico. 

Pesquisas apontam que o Tambor de Crioula surgiu no começo do século 19. Os escravos organizavam as batucadas para aliviar o sofrimento que viviam durante o período de escravidão. Apenas dois séculos depois, em 1970, a brincadeira passou a ser tratada como dança típica e atração turística. Por conta da batida rápida, quem dança o Tambor de Crioula precisa ter muita energia para desenvolver a dança e a coreografia da manifestação.

Informação: Assessoria do Inspirar Inovação & Comunicação 

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