segunda-feira, 7 de dezembro de 2020


Penalva, Centro dos Pifeiros, Taquaritiua, Camaputiua são comunidades tradicionais no Maranhão que vivenciam a experiência de um acesso mais rápido e democrático à informação por meio da Internet. Quebradeiras de coco babaçu, indígenas e  quilombolas integram o projeto do Instituto Nupef (Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação)  que tem como um dos objetivos promover o Direitos Humanos e a Justiça Social, por meio do uso de tecnologias da informação e da comunicação.

A terceira comunidade, em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), a receber a estrutura tecnológica, na segunda quinzena de dezembro, será o quilombo Bom Jesus, na Baixada Maranhense.  Na semana passada, quilombolas e representantes do Instituto se reuniram para definir como será o processo de implantação no território.  

Para a liderança comunitária e quebradeira de coco babaçu de Bom Jesus, dona Maria do Rosário Costa Ferreira, o acesso à informação representa maior autonomia, principalmente, em relação à defesa do território. “Tecnicamente o acesso será viabilizado pelo Nupef, mas é essencial que comunidade se organize no uso dessa comunicação: gerar informação sobre as nossas necessidades, falar sobre a nossa história, viabilizar o acesso às aulas durante o período pandêmico entre outros conteúdos”, afirmou.

De acordo com a assessora técnica do Nupef no Maranhão, Carolina Magalhães, as ações do Nupef integram às diretrizes do Instituto do direito à livre comunicação e expressão “que é um direito fundamental e considerado condição essencial para o exercício pleno da cidadania”, afirmou.


Participaram da reunião, lideranças quilombolas de outras comunidades com o sistema já implantado.  Foi o caso da quebradeira de coco babaçu, Maria Antonia, do quilombo Camaputuia, também na Baixada Maranhense. Ela falou sobre o uso das senhas individuais para a comunidade e a experiência sobre a coleta da verba para pagamento do plano mensal (em média R$ 15,00por pessoa). “O sistema ajudou muito a comunidade, principalmente os jovens que estudam nesse tempo de pandemia. Ruim mesmo é ficar sem internet, sem comunicação”. 

O Nupef proporciona os equipamentos (roteadores e computadores, além de garantir a carência por seis meses do pagamento pelo uso da Internet).  Enquanto a comunidade se responsabiliza pela manutenção e uso dos aparelhos. Para isso, a própria comunidade indica os representantes que participarão da capacitação para resolução de pequenos problemas técnicos. O diferencial é que a própria comunidade fica responsável pela manutenção dos equipamentos, acesso e distribuição das senhas e pagamentos. 

Ampliação da rede de comunicação e provedor comunitário no quilombo Bairro Novo em Penalva. Outubro 2019. A comunidade construindo a sua internet com as próprias mãos. Obrigado a todos que de alguma forma ajudaram a tornar essa ação possível.

Informações e fotos: Por Yndara Vasques, Inspirar Inovação & Comunicação 

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