Com cerca de 500 mil hectares, o Parque Estadual do Mirador (PEM), localizado no município de Mirador, no Leste Maranhense, pertence ao bioma Cerrado e é a maior unidade de conservação ambiental do estado, com área de 500 mil hectares. O local, que abrange também outros municípios como Formosa da Serra Negra, Loreto, São Félix de Balsas, São Domingos do Azeitão, Sambaíba e Fernando Falcão, tem a gestão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), e possui localização estratégica para a conservação mundial do gato-do-mato (Leopardus tigrinus), além de outras espécies sob risco de extinção.

Esse grande protagonista do Parque Estadual do Mirador, o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) ou pintadinho, é um felino mundialmente ameaçado de extinção que se encontra nas áreas de mata, no Cerrado e na Caatinga do norte do Brasil. Ele tem o tamanho parecido com o do gato doméstico e se alimenta de ratos, lagartos e aves, sendo mais ativo na parte da noite. Por muito tempo esse animal sofreu com a caça para venda de sua pele, mas hoje é protegido por lei. Segundo especialistas, o Parque é escolhido para a conservação mundial do felino por ser propício a uma boa população dele a longo prazo. 

De acordo com dados de Tadeu de Oliveira, professor e pesquisador da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em seu artigo publicado em junho de 2020 no periódico Global Ecology and Conservation sobre a população do gato-do-mato de Mirador, estima-se uma população de 287 gatos-do-mato no local. No entanto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) considera alto o risco de vulnerabilidade do felino por conta da caça clandestina dentro do Parque, que muitas vezes é acompanhada de cachorros, o que pode acabar contaminando os felinos. Por isso, o parque conta com nove guarda-parques, todos moradores das comunidades no interior do local.

Segundo a SEMA, é de suma importância proteger o Parque Estadual do Mirador pelo fato de que os animais que estão presentes nele fazem parte do meio natural e ajudam a manter o equilíbrio da natureza. Para isso, há o controle de outras espécies, com a alimentação de pequenos e médios mamíferos, em geral, ratos, cutias, mucuras, entre outros, que são animais que podem destruir plantações, afetando assim a biodiversidade. Além disso, ajudam também no ciclo da água, pois a presença dos felinos faz os outros animais se movimentarem por todo o terreno, evitando, dessa forma, a erosão do solo e promovendo a recuperação da vegetação, necessária para a retenção de água.

Informação: Sema.MA