quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A Sociedade precisa ser mais inclusiva de fato e menos capacitista

A APAE de São Luís promove ações de conscientização na Semana da Pessoa com Deficiência

As pessoas precisam ter mais informação, e mais empatia para de fato respeitarem na prática os direitos garantidos por lei a todas as pessoas com deficiência múltipla e intelectual. Além de não serem aceitas totalmente na comunidade de modo geral – seja em escolas, ambientes públicos e coletivos, e mercado de trabalho – as pessoas com deficiência também não são representadas sem preconceito em áreas como a propaganda, por exemplo.

Por tudo isso, a Semana Nacional da Pessoal com Deficiência Intelectual e Múltipla é mais que oportuna, e esse ano tem como tema “É Tempo de Transformar Conhecimento em Ação”. Ou seja, é um chamamento para a sociedade como um todo entender que é preciso agir de fato, para incluir esse público e avançar enquanto sociedade.

Ações que precisam deixar de ser pontuais para serem cotidianas, a exemplo do que fez a marca de beleza L’Oréal Paris ao anunciar Maju de Araújo, de 18 anos, como a 1ª brasileira com Síndrome de Down a compor o time de embaixadoras da marca! Agora, ao lado de mulheres como Taís Araújo e Larissa Manoela, Maju reforça a mensagem da marca de que a beleza está na pluralidade, incluindo pessoas com deficiência. Na época em que foi escolhida, a modelo Maju postou em suas redes sociais o seguinte desabafo:

“No mundo sempre existiu um lugar pra mim, mesmo quando era difícil de acreditar, e hoje posso dizer que finalmente me encontrei. Ser modelo não é sobre luxo e fama, é um trabalho que nos coloca como referência e símbolo de representatividade daqueles que ainda não descobriram seu lugar no mundo. Como sempre gosto de dizer, a beleza é diversa, é colorida, é real e você não precisa mudar nada para que haja beleza em você! Que continuemos construindo e reconstruindo uma sociedade consciente e repleta de oportunidades e espaço para todos. Que a representatividade, empatia e o respeito sejam rotineiros!” conclamou Maju.

Segundo a LBI / Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146 de 2015) é obrigação de toda a sociedade conhecer e respeitar esse Estatuto que assegura direitos, igualdade de oportunidade e acessibilidade às pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Isso passa não apenas pelas oportunidades de estudo, como também oportunidades de trabalho para as pessoas com deficiência, além da locomoção urbana.

Para o Pres. da APAE de São Luís, Sebastião Vanderlaan Rolim “é preciso debatermos mais com a sociedade questões como transporte, saúde, moradia, acesso à educação e assistência social. Precisarmos ter uma sociedade mais justa e mais inclusiva de fato”, prega ele. Para isso, a APAE de São Luís está promovendo diariamente até 28.08 uma ampla programação com debates, vídeos e oficinas, que podem ser conferidas nos canais oficiais do YouTube (Apae São Luís) e instagram (@Apaedesaoluis).

A atriz Regina Casé postou um vídeo em seu instagram, juntamente com a filha Benedita que é surda, pedindo o fim do preconceito para com as pessoas com deficiência e do capacitismo predominante no país.  Vale lembrar que capacitismo é a discriminação de pessoas com deficiência. O capacitismo se dá de forma velada e muitas vezes, até entendido como heroísmo ou supervalorização por quem o pratica, de tão estrutural e inconsciente que é a discriminação em razão da deficiência. Regina Casé e Benedita citaram exemplos dessa lógica capacitista, na qual a sociedade está acostumada a enxergar a deficiência, como exceção, condição a ser superada ou corrigida, e não como diversidade e valorização do respeito às diferenças.

Outro que denuncia essas questões é o cartunista capixaba Ricardo Ferraz, que se tornou um ativista da causa dos PCD´s através de sua arte. Ele é autor do livro “Visão e Revisão. Conceito e Pré-Conceito”, uma coletânea de cartuns temáticos produzidos desde 1981 sobre os preconceitos sofridos pelas pessoas com deficiência no Brasil. Segundo ele era muito comum também nos cartuns vermos piadas maldosas sobre “o ceguinho, o gago, o surdo ou o aleijado”. Para lutar contra isso, ele usa o desenho como arma, percorrendo escolas e outros espaços com sua mensagem de respeito e inclusão.

Graças às redes sociais pessoas com deficiências começaram a ser vistas de forma mais inclusiva, e alguns influenciadores ganharam além de milhares de seguidores, além de apoio, respeito e aceitação social. Vale a pena conhecer perfis de PCD´s no instagram como @_pequenalo, da psicóloga Lorrane Silva que usa humor para mostrar seu cotidiano como o mais feliz e “normal” possível, com sua baixa estatura e deficiência física mostradas como uma realidade e não como um problema. Outro que faz sucesso é Gabriel Bernardes, que tem síndrome de down e começou a cozinhar aos nove anos e não parou mais. Fez cursos de culinária e comanda com sucesso canal no YouTube e no instagram (@downlicia_oficial) onde ensina receitas deliciosas e compartilha seu dia a dia, sendo também embaixador de algumas marcas. 

Informação: Intermídia Comunicação

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