terça-feira, 30 de novembro de 2021

“Escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano”.


Essa afirmação da multifacetada escritora Clarice Lispector se enquadra perfeitamente no propósito desta exposição. Todas “as coisas tem máscaras e véus” e a arte se serve de tais vestimentas.

Em tempos de máscaras e mascarados o artista plástico, cantor, músico e compositor Betto Pereira – num gesto voluntário e nobre – criou um projeto para registrar e homenagear seus influenciadores musicais.

Como fio condutor da narrativa visual de seu trabalho, escolheu um personagem mascarado dos bois da região da baixada maranhense: o cazumbá. Trata-se de icônica figura folclórica que ora ostenta uma expressão assustadora, ora um semblante clownesco e risível. Sua força reside nas incontáveis sensações que nos oferece. Sagrado e profano, sua ética lúdica permite que ele transite por ambientes diversos.

Valendo-se de uma licença poética, o pop, o rock e outros ritmos se misturam com os chocalhos e os sons do Maranhão.

Quinze obras em acrílica sobre tela compõem a mostra, que retrata celebridades nacionais e internacionais, escondidas por trás de caretas exuberantes.

Como no conhecido show de talento “The Masked Singer”, caberá ao visitante caminhar pelos labirintos construídos com pinceladas misteriosas, e deixar-se guiar por uma bússola sonora para descobrir quem são os artistas homenageados.

Se a máscara é um verso que cobre o rosto do poema, para desvendar a poesia dos cazumbás é preciso dançar com os olhos e com o coração, ao embalo de uma orquestra de cores e mistérios.

Está mais que na hora do mundo descobrir toda a beleza, a riqueza e a potência da cultura popular maranhense. Por isso a mostra de Betto Pereira é mais que oportuna e necessária para derrubar as fronteiras culturais, começando pelos Estados Unidos em 2022, já que Nova Iorque e seu público multi étnico e cultural tem todo o perfil para receber e se encantar com essa exposição.

Essa estética dos Cazumbás é linda e muito original, sugere mistério, tem uma energia vibrante; e ao retratar também artistas internacionais como Madona, Elton Jhon, Bob Marley e Beatles, Betto Pereira criou uma exposição de forte apelo internacional. Precisamos agora, de todo apoio da iniciativa privada e do poder público, para levar a beleza da cultura popular maranhense para o mundo, eis a hora mais que certa para isso”.

Carlos Dimuro – Jornalista, escritor, pesquisador e curador da mostra Cazumbá Mundi.

Informação: Intermídia Comunicação

0 comentários:

Postar um comentário