quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Novos dados lançados pela Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (OMT) na segunda-feira (29) revelam que a pandemia de coronavírus provavelmente custará ao setor de turismo global 2 trilhões de dólares em receitas perdidas em 2021. A Organização descreveu a recuperação como "frágil" e "lenta". O turismo tornou-se um dos setores mais afetados pela crise de saúde.

Desigualdade vacinal e variantes - Apesar das melhorias recentes, o relatório alertou que a demanda por viagens poderia ser ainda mais afetada por "taxas de vacinação desiguais" ao redor do mundo e novas variantes de COVID-19, que levaram a novas restrições de viagens em alguns países.

Nos últimos dias, o surgimento da variante Ômicron levou dezenas de países a restabelecer as restrições às chegadas em seus territórios ou a adiar o flexionamento das regras de viagem e teste para COVID-19, gerando uma grande incerteza para os viajantes da temporada de férias em todo o mundo.

Os picos nos preços do petróleo e a interrupção das cadeias de abastecimento globais também tiveram um efeito negativo no setor. De acordo com os últimos dados da OMT, espera-se que as chegadas de turistas internacionais permaneçam 70-75% abaixo dos níveis de 2019 em 2021, um declínio semelhante ao de 2020.

Não podemos baixar a guarda - O estudo da organização revela que embora um aumento de 58% nas chegadas de turistas tenha sido registrado entre julho e setembro deste ano em comparação com o mesmo período em 2020, isso permaneceu 64% abaixo dos níveis de 2019.

Em agosto e setembro, as chegadas foram 63% inferiores às de 2019, que é o maior resultado mensal desde o início da pandemia do coronavírus. Entre janeiro e setembro de 2021, as chegadas de turistas internacionais em todo o mundo ficaram 20% mais baixas, em comparação com 2020, uma melhoria clara em relação à queda de 54% nos primeiros seis meses do ano. 

“Os dados do terceiro trimestre de 2021 são encorajadores”, disse o secretário-geral da OMC, Zurab Pololikashvili. “No entanto, as chegadas ainda estão 76% abaixo dos níveis pré-pandêmicos e os resultados nas diferentes regiões globais permanecem desiguais”.

À luz do aumento de casos e do surgimento de novas variantes, ele acrescentou: “Não podemos baixar a guarda e precisamos continuar nossos esforços para garantir a igualdade de acesso às vacinas, coordenar os procedimentos de viagem, fazer uso de certificados de vacinação digital para facilitar a mobilidade, e continuar a apoiar o setor.”

Recuperação desigual - Apesar da melhora observada no terceiro trimestre do ano, o ritmo de recuperação permanece lento e desigual nas regiões do mundo. Em algumas sub-regiões, como Europa Meridional e Mediterrânea, Caribe, América do Norte e Central, as chegadas na verdade aumentaram acima dos níveis de 2020 nos primeiros nove meses de 2021.

No entanto, as chegadas na Ásia e no Pacífico caíram até 95% em comparação com 2019, uma vez que muitos destinos permaneceram fechados para viagens não essenciais.

A África e o Oriente Médio registraram quedas de 74% e 81%, respectivamente, no terceiro trimestre em comparação com 2019. Entre os maiores destinos, Croácia, México e Turquia mostraram a recuperação mais forte no período de julho a setembro.

Recuperação caribenha - O Caribe teve os melhores resultados de qualquer uma das sub-regiões definidas pela OMT, com aumento de chegadas de 55% em comparação a 2020.

As chegadas de turistas internacionais "se recuperaram" durante a temporada de verão no Hemisfério Norte, graças ao aumento da confiança nas viagens, à vacinação rápida e à redução das restrições de entrada em muitos países. Na Europa, o Certificado Digital COVID-19 da UE ajudou a facilitar a livre circulação na União Europeia.

Informação: Nações Unidas 

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