terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Atualmente, 17 estados brasileiros possuem atrativos de valor inestimável para o mundo, segundo a Unesco

Que o Brasil possui incontáveis riquezas naturais e culturais todo mundo já sabe, mas algumas delas são reconhecidas internacionalmente por seu valor inestimável para a humanidade. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) identifica e cataloga esses atrativos a fim de protegê-los e preservá-los para as demais gerações.

Eles são divididos entre Patrimônio da Humanidade Cultural, Natural e Misto - este último quando um único lugar possui características singulares dos dois segmentos. Os Patrimônios Mundiais, como também são chamados, podem ser prédios, monumentos, paisagens ou cidades inteiras. Atualmente, existem 23 desses lugares espalhados pelo Brasil, entre 15 Culturais, sete Naturais e um Misto.

“É muito importante que os brasileiros conheçam as riquezas do seu próprio país, que muitas vezes estão na sua cidade, no seu bairro ou em um município vizinho. A riqueza cultural e natural do Brasil é inquestionável. Temos capacidade para ter muitos outros Patrimônios Mundiais em todos os estados brasileiros”, destacou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

“O patrimônio cultural brasileiro é de fundamental importância para a memória, para a identidade de um povo. Na cultura brasileira, os seus patrimônios foram devidamente resgatados e devolvidos ao povo simples e sua herança civilizacional. A nossa cultura é linda e todo brasileiro deve conhecer a nossa história“, destacou o secretário Especial da Cultura, Mario Frias.

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Larissa Peixoto, explica que o Instituto é responsável pela conservação, salvaguarda e monitoramento dos bens culturais brasileiros inscritos na lista dos Patrimônios Mundiais da Unesco, e que o país possui outros bens tombados em âmbito nacional.

“Temos muito orgulho de ter tantos locais considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A nível federal, temos muitos outros bens protegidos pelo Iphan de valor inestimável para a cultura brasileira e que possuem um grande potencial de geração de emprego e renda por meio do turismo cultural”, ressaltou.

Que tal adicionar algum desses destinos tão importantes para a humanidade no planejamento da sua próxima viagem? Saiba agora onde estão cada um desses atrativos únicos que todo mundo deveria conhecer.

PATRIMÔNIOS CULTURAIS DA HUMANIDADE NO BRASIL

1. Cidade Histórica de Ouro Preto (MG)


Ouro Preto foi a primeira cidade a receber o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco no país, em 1980. A cidade tem papel importante na história do Brasil: foi palco da Inconfidência Mineira, já foi capital do estado (até 1897) e teve seus tempos de glória no período da exploração do ouro.

O charme de Ouro Preto é inquestionável, com ruas de pedras, casarios e igrejas, que abrigam obras de renomados artistas mineiros, como Aleijadinho.

Entre os principais pontos turísticos estão a Praça Tiradentes, a igreja de São Francisco de Assis, os museus da Inconfidência, Aleijadinho e de Arte Sacra, Casa de Tomás Antônio Gonzaga, Casa dos Contos e a Casa dos Inconfidentes.

2. Centro Histórico de Olinda (PE)

Olinda respira história e beleza. Ela foi a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio da Humanidade, em 1982. O centro histórico abrange uma área de 1,2 quilômetro quadrado e cerca de 1.500 imóveis, entre edifícios coloniais do século 16 e fachadas de azulejos dos séculos 18 e 19, além de obras neoclássicas e ecléticas do início do século 20.

Entre os atrativos que valem a visita estão o Convento de São Francisco, Alto da Sé, Catedral da Sé, Mirante da Caixa D’água, Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda, Mosteiro de São Bento, entre outros.

3. Ruínas de São Miguel das Missões (RS)

As Ruínas de São Miguel das Missões estão localizadas próximas à fronteira com a Argentina, a 476 km de Porto Alegre (RS). Elas foram reconhecidas pela Unesco em 1983 em conjunto com outros cinco sítios arqueológicos semelhantes do país vizinho.

O local faz parte dos vestígios do período das Missões Jesuíticas Guaranis no mundo, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da coroa espanhola na América, nos séculos 17 e 18.

Além das ruínas, o sítio arqueológico conta com o Museu das Missões, que guarda uma importante coleção de esculturas sacras dos Sete Povos das Missões Orientais, fundados pela Companhia de Jesus. Seu acervo é composto por esculturas missioneiras em madeira policromada, sendo a maior coleção pública do Mercosul nesse gênero.

À noite, o local recebe um show de luzes e deixa as ruínas ainda mais encantadoras.

4. Centro Histórico de Salvador (BA)

Considerada Patrimônio da Humanidade desde 1985, a cidade de Salvador foi a primeira capital do Brasil (1549 a 1763). Edificada sobre uma colina, em ponto estratégico da costa brasileira, teve como objetivo centralizar as ações de Portugal na América.

Os principais edifícios do local, que datam do século 17, são a Igreja dos Jesuítas (atual Catedral de Salvador), Igreja e Convento de São Francisco, Igreja do Carmo, Igreja e Convento de Santa, Igreja e Mosteiro de São Bento, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco e o Palácio do Governador.

5. Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (MG)

Considerado uma das obras-primas do barroco mundial, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade em 1985. Situado em Minas Gerais, no município de Congonhas, o Santuário começou a ser construído na segunda metade do século 18.

O conjunto consiste em uma igreja, com interior em estilo rococó, adro murado e escadaria externa decorada com estátuas dos 12 profetas em pedra sabão, além de seis capelas dispostas lado a lado no aclive frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus Cristo.

As 66 esculturas de madeira policromada em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos grupos escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das obras-primas de Francisco Antônio Lisboa, o Aleijadinho, que deixou para a humanidade uma obra de grande expressão e originalidade.

6. Brasília (DF)


O conjunto urbanístico e arquitetônico de Brasília foi reconhecido como Patrimônio Mundial em 1987. Ele foi o primeiro bem contemporâneo reconhecido pela Unesco. Até então, apenas monumentos centenários localizados em cidades históricas como Paris e Roma faziam parte da lista. Desde então, a capital do Brasil detém a maior área tombada do mundo (112,5 km²).

O título dado à Brasília há mais de três décadas, permite que o conceito modernista dos idealizadores da cidade, o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer, se mantenha inalterado. Além do formato original de “avião” que a cidade possui, outros monumentos marcam a arquitetura moderna da cidade como o Memorial JK, Congresso Nacional, Itamaraty, Palácio da Alvorada, Palácio do Planalto, entre outros.

7. Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)

O Parque Nacional Serra da Capivara é conhecido por suas belezas naturais, mas, apesar de ser uma unidade de conservação, o local foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade por preservar vestígios da mais remota presença do homem na América do Sul. Na área tombada foram localizados cerca de 400 sítios arqueológicos. A maioria deles contém painéis de pinturas e gravuras rupestres de grande valor estético e arqueológico.

Com uma área de aproximadamente 130 mil hectares, o parque está localizado a cerca de 530 km de Teresina (PI) e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias.

8. Centro Histórico de São Luís (MA)

O Centro Histórico de São Luís do Maranhão foi inscrito como Patrimônio Mundial em 1997. O local é um exemplo de cidade colonial portuguesa que tem conservado suas características urbanas harmoniosamente integradas ao ambiente que o cerca.

A área reúne cerca de quatro mil imóveis remanescentes dos séculos 18 e 19. Entre as edificações mais significativas estão o Palácio dos Leões, a Catedral (antiga Igreja dos Jesuítas), o Convento das Mercês, a Casa das Minas, o Teatro Artur Azevedo, a Casa das Tulhas, a Fábrica de Cânhamo, a Igreja do Carmo, entre outras.

9. Centro Histórico de Diamantina (MG)

O Centro Histórico de Diamantina (MG) foi reconhecido como Patrimônio Mundial em 1999. Localizada na Serra do Espinhaço, no norte de Belo Horizonte, a cidade se desenvolveu a partir da exploração de minérios e, principalmente, do diamante. A arquitetura de origem portuguesa, as ruas de pedras e as ladeiras fazem de Diamantina única.

Entre os principais monumentos que compõem o centro histórico, destacam-se o Museu do Diamante e a Biblioteca, as residências nobres e as igrejas, como a de Nossa do Carmo e a Igreja de São Francisco.

10. Centro Histórico de Goiás (GO)

O Centro Histórico da cidade de Goiás é um Patrimônio da Humanidade desde 2001. Entre os edifícios históricos estão as igrejas do Rosário, de Santa Bárbara, de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora da Abadia. Já na margem esquerda do Rio Vermelho, encontram-se os edifícios oficiais mais representativos, como a Igreja Matriz de Santana, o Palácio do Governo (Conde dos Arcos), o Quartel do Vinte, a Casa de Fundição, a Casa de Câmara e Cadeia e o Chafariz de Cauda.

11. Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE)


A Praça São Francisco, intitulada Patrimônio da Humanidade em 2010, está localizada na quarta cidade mais antiga do Brasil, São Cristóvão (SE). A praça é um conjunto monumental composto de edifícios públicos e privados que representam o testemunho do período no qual as coroas de Portugal e Espanha estiveram unidas, entre 1580 e 1640.

Entre os principais atrativos estão a Igreja e Convento de São Francisco, a Igreja de Nossa Senhora das Vitórias, a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, o Conjunto Carmelita, a Igreja de Nosso Senhor dos Passos e o sobrado de Balcão Corrido da Praça da Matriz, entre outros exemplares da arquitetura civil e religiosa. 

12. Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar 


Um dos cartões-postais mais conhecidos do mundo, o Rio de Janeiro também entra na lista dos Patrimônios Culturais da Humanidade no Brasil. O título de primeira paisagem cultural urbana foi dado às paisagens cariocas entre a montanha e o mar em 2012 de forma inédita pela Unesco.

A área inscrita destaca a dimensão da cidade como um assentamento urbano excepcional mais do que o patrimônio construído que contém. Reúne os principais elementos naturais que inspiraram o desenvolvimento urbano: dos cumes do Parque Nacional da Tijuca ao mar. Inclui também o Jardim Botânico, o cume do Corcovado – onde está localizado o Cristo Redentor -, os morros que cercam a Baía de Guanabara e as amplas paisagens da Baía de Copacabana.

13. Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ)


Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro (RJ), passou a integrar a lista do Patrimônio Cultural da Humanidade em 2017. Por lá, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

A inclusão na lista da Unesco representa o reconhecimento do seu valor universal, como memória da violência contra a humanidade representada pela escravidão. É, ainda, o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes à formação e desenvolvimento cultural, econômico e social do Brasil e do continente americano. 

O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

14. Conjunto Moderno da Pampulha (MG)


O Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, recebeu o título de Patrimônio Mundial pela Unesco em 2016. A Pampulha é o primeiro bem cultural a receber o título de Paisagem Cultural do Patrimônio Moderno.

Concebido como uma obra de arte total, integrando as peças artísticas aos edifícios e estes à paisagem, nele estão as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na década de 1940. Para a Unesco, o local representa uma obra-prima do gênio criativo humano, e o próprio Oscar Niemeyer o considerou uma de suas obras mais importantes.

Formado por uma paisagem que agrega quatro edifícios articulados em torno do espelho d’água de um lago urbano artificial, é composto pela Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Golfe Clube (Iate Tênis Clube). Completam esse patrimônio cultural os painéis em azulejos criados por Candido Portinari, esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti e José Alves Pedrosa, e os jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx.

15. Sítio Roberto Burle Marx (RJ)


O Sítio Roberto Burle Marx (SRBM), localizado na capital fluminense, foi o mais recente atrativo brasileiro a ingressar na lista de Patrimônio da Humanidade. Ele foi classificado na categoria Paisagem Cultural, que reconhece bens que possibilitam a interação entre o ambiente natural e as atividades humanas, resultando em uma paisagem natural modificada.

Localizado na Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), o local contém as coleções de plantas tropicais e semitropicais de Burle Marx. São mais de 3.500 espécies convivendo em harmonia com a mata atlântica nativa. Também reúne cerca de 3 mil obras de arte, que incluem itens do período pré-colombiano à arte moderna, inclusive, composições do próprio artista nas áreas de pintura, desenho, escultura, cerâmica, tapeçaria, litografia e design.

Em uma área de 405 mil metros quadrados, o SRBM reúne edificações, lagos, jardins, coleções de arte, biblioteca, além de proporcionar a difusão de importantes ideias sobre coleção botânica, paisagismo, design de jardins, horticultura, preservação arquitetônica, planejamento urbano e diálogo entre natureza e arte.

Atualmente, o Sítio Roberto Burle Marx está sob a responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia que integra a estrutura da Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério do Turismo.

Informação: Ministério do Turismo 

0 comentários:

Postar um comentário