sábado, 23 de abril de 2022

Por Anderson Lindoso e Jonatan Cardoso


Em 1908, aos onze anos, Alfredo da Rocha Vianna Filho começou com seus primeiros acordes no cavaquinho, com um dó maior e um sol maior ensinados pelo irmão Henrique. Em uma família de instrumentistas, desde novo, Alfredo já aparentava ter um ótimo ouvido e um grande talento para a música.

Quando jovem, passou a andar com seus inseparáveis cavaquinho e flauta, tocando em bailes do subúrbio carioca. Passos esses iniciais de um jovem Alfredo que seria eternizado no Brasil e no Mundo como Pixinguinha.

Pixinguinha foi um grande instrumentista, compositor e arranjador. Sua obra inseriu o Choro como importante gênero da música popular brasileira. Por tudo que fez com o gênero, incorporando ritmos de matriz africana, bem como elementos orquestrais, na data de seu aniversário, 23 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Choro.

Junto a outros nomes, como Chiquinha Gonzaga, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Ernesto Nazareth, fez do início do século XX um período áureo do Choro no Brasil. Período que até hoje inspira diversos chorões espalhados pelo Brasil inteiro, fazendo do Choro não mais apenas um gênero que expressa o estilo carioca, mas ganhando também influência em outros estados, passando a expressar o estilo de vida do brasileiro em toda sua diversidade.

No Maranhão, temos uma tradição de talentosos chorões: desde o ludovicense Catulo da Paixão Cearense, que escreveu a letra de “Flor Amorosa”, de Joaquim Antônio da Silva Callado – considerada por muitos como a primeira composição do gênero -, até instrumentistas como Biné do Banjo, João Pedro Borges, Agnaldo Sete Cordas, Ignez Perdigão, Paulo Trabulsi, Serrinha Almeida, Roberto Chinês, entre outros – nomes que confirmam a vocação do nosso estado.

Por isso, o dia 23 de abril também é uma data importante no calendário cultural maranhense. O Dia Nacional do Choro será comemorado em grande estilo em São Luís. A Estação do Choro, equipamento vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (SECMA), realizará o I Festival do Choro, neste sábado, a partir das 17h, na Praça da Fé, ao lado da Casa do Maranhão, no Cais da Praia Grande.

Uma ótima oportunidade para apreciar este gênero musical tão refinado, rico em improvisações, que produz músicos tão virtuosos. Viva Pixiguinha, Viva o Chorinho Brasileiro!

Anderson Lindoso é professor universitário, advogado, sócio correspondente da Academia Imperatrizense de Letras.

Jonatan Cardoso é jornalista e assessor de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão.


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