quarta-feira, 13 de abril de 2022
Por: Anderson Lindoso e Jonatan Cardoso


Este artigo é o marco inicial de um projeto no qual pretendemos discutir, semanalmente, diversos assuntos: cultura, educação, política, artes, esporte, entre outros. Em conjunto, queremos compartilhar com os leitores do Jornal O Imparcial nossas opiniões e reflexões sobre a atualidade. 

A magia do São João do Maranhão vai muito além das cores e dos mistérios envoltos de diversos contos populares que tradicionalmente atravessam gerações. É fato que, quando se pensa em São João no Maranhão, imediatamente vem à cabeça a imagem do boi, das bandeirinhas, dos canutilhos, do Cazumbá e tantas outras personagens marcantes da nossa Cultura Popular.

Após dois anos sem essa tradicional festa maranhense, a importância de sua realização ampliou na medida em que agora, para além do tradicional, temos a dimensão econômica mais difundida e compreendida pela população. É fato que a pandemia e suas consequências ajudaram o cidadão a entender a grandiosidade da cadeia produtiva da cultura.

São inúmeros profissionais que terão acesso novamente a uma importante fonte de renda. E aqui não se fala apenas dos fazedores e fazedoras de cultura, mas de todo o sistema produtivo que passa pelo artesanato, pelas bordadeiras, profissionais que montam toda a estrutura, motoristas de táxis e aplicativos e, claro, toda a cadeia do turismo com hotelaria e gastronomia.

Em observância ao preconizado pela comunidade científica internacional, o governador Flávio Dino determinou uma série de medidas sanitárias para conter a evolução do vírus no território maranhense. 

A interrupção de atividades públicas durante o auge da crise epidemiológica gerou impacto negativo em todos os setores da sociedade, mas o mundo da cultura certamente foi um dos mais afetados em escala global, visto que as atividades artísticas e manifestações culturais prescindem de agitação social, do intercâmbio direto ou indireto entre artistas e público.

Para mitigar os danosos efeitos da pandemia entre os artistas, o governador Flávio Dino adotou algumas iniciativas com vistas a dar apoio financeiro aos profissionais da cultura, duramente afetados com o surto viral.

 A primeira medida adotada foi o lançamento do projeto Conexão Cultural, edital para apresentações culturais via internet, que visa oferecer à população arte e cultura de forma online. Ou seja: um incentivo a mais para que as pessoas permanecessem em casa.

Foram cerca de 3.500 acessos à programação diária disponível no Instagram ou YouTube da Secretaria de Cultura do Estado (cultura.ma.gov.br), plataformas que hoje expõem talentos do Maranhão na música, literatura, artes cênicas, artesanato, fotografia, mágica, dança, entre outros gêneros artísticos.

Com a proibição dos grandes eventos - incluindo o nosso famoso e contagiante São João – seguiu-se adotando outras táticas para socorrer nossos fazedores de cultura. Graças a intensa ação parlamentar em Brasília, com participação da sociedade civil e do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, conseguiu-se aprovar a destinação de recursos federais por meio da Lei Aldir Blanc (LAB). Com a LAB no Maranhão, atores, atrizes, artistas plásticos, músicos, cineastas, repentistas e teatrólogos ganharam uma oportunidade para manter suas atividades culturais apreciáveis pela população, em formato virtual, além de receberem cachês pelos projetos selecionados na LAB.

Agora o Governador Carlos Brandão assumiu o compromisso de trazer de volta toda a alegria do período junino e com grande estilo. O novo Secretário de Cultura do Estado já anunciou uma grande programação que inicia ainda no mês de maio com prévias e que durará todo o mês de junho e “Invadirá” o mês de julho aproveitando o período de férias escolares.

Com o trabalho de continuidade de investimentos e valorização cultural, na contramão de tudo que se observa a nível nacional, o estado do Maranhão honra seu passado, trabalhando firme no presente para que possamos sonhar com um futuro cada vez melhor. Que venha o Maior São João do Brasil, aqui no nosso Maranhão.

*Anderson Lindoso é professor universitário, advogado, sócio correspondente da Academia Imperatrizense de Letras.

*Jonatan Cardoso é jornalista e assessor de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão.

Foto ilustrativa: Tambor de Crioula do Mestre Apolônio, vencedora do V Prêmio Cazumbá de Turismo e Cultura 2021. 
Fotógrafo: Charles Eduardo

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