quinta-feira, 2 de junho de 2022

José de Paiva Netto 

Jornalista, radialista e escritor. 

O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão (4 de junho), instituído pelas Nações Unidas em 19 de agosto de 1982, teve inicialmente o propósito de chamar a atenção para o drama dos milhões de pequeninos que sofrem os efeitos da guerra, muita vez perdendo suas vidas. 

Os cidadãos de bem, em toda parte, não podem ficar surdos aos gritos de dor desses inocentes. Trata-se de patrimônio humano, garantia de futuro — que desejamos mais feliz — da civilização. 

Mas o despertar da sociedade deve abranger igualmente as crianças que padecem de agressão nos próprios lares, nas escolas, nas ruas, mesmo em países não considerados campos de guerra declarada, e as sacrificadas pelo horrendo tráfico de órgãos, ou, ainda antes de nascerem, pelo procedimento criminoso do aborto. 

O psicólogo dr. Pedro Lagatta, à época, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em entrevista ao programa “Viver é Melhor”, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canais 196 e 696), expôs aos telespectadores várias faces da violência que acomete as crianças, sejam elas físicas ou emocionais; incluídos aí o execrável abuso sexual e o perverso bullying. Tudo isso com consequências dolorosas e duradouras. 

Trago-lhes hoje esclarecimento importante do dr. Lagatta, em que ele procura estabelecer um diferencial em torno da polêmica e famosa palmada, ainda em uso por muitos pais na educação dos filhos. “Palmada é um termo bem ruim; é um eufemismo que tenta de alguma maneira esconder o que acontece realmente nas casas. Quando a gente fala que as crianças apanham de chinelo e objetos duros, o que acontece é um sistemático espancamento. Palmada parece que os pais só vão lá e dão umas palmadinhas para fazer a criança parar de chorar, mas muitas vezes não se trata disso, se trata da autorização para a violência, uma violência séria.” 

O tema merece de pais e educadores vigilância constante quanto aos limites que devem ser absolutamente respeitados. Corrigir não significa agredir. É o que defende a Pedagogia do Afeto, que desenvolvemos na rede de ensino da LBV. 

A sabedoria popular ilustra bem ao comparar as crianças com a argila, pronta para ser moldada. É aquilo que afirmei em 2/3/1996, ao inaugurar no Rio de Janeiro o Centro Educacional da LBV, e que foi destacado pela revista IstoÉ: A criança apenas devolve aquilo que a sociedade lhe dá. Se a sociedade lhe oferecer lixo, geralmente ela vai devolver-lhe lixo, mas, se der Amor — que significa Fraternidade, Solidariedade, Compaixão, Misericórdia —, vai devolver à família e à sociedade esses nobres sentimentos de modo exponencialmente sublimado. 

Informação: Legião da Boa Vontade

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