segunda-feira, 4 de julho de 2022

Nesta sexta-feira, 1º, foi realizada a assinatura do convênio entre a Universidade Federal do Maranhão, a Petrobrás e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Maranhão (Iphan-MA) para restauração e requalificação da antiga Fábrica Progresso, onde também funcionou o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), localizado na Rua Antônio Rayol, no Centro Histórico de São Luís. Com investimento orçado em R$ 9.275.382,38, a requalificação do prédio garantirá a guarda e preservação dos 52.624 materiais arqueológicos encontrados no município de Bacabeira-MA, durante os trabalhos de prospecção e terraplenagem da Refinaria Premium I da Petrobrás.

O prédio do século XIX já havia sido cedido à UFMA pelo Estado, em 2012. De acordo com o reitor Natalino Salgado, o imóvel vai abrigar o Museu de Arqueologia da Universidade. “Estamos bem próximos de recuperarmos um prédio histórico que vai enriquecer ainda mais nossa história e o patrimônio cultural. Quando concluirmos a obra, o prédio funcionará como o Museu de Arqueologia, onde estarão o acervo arqueológico encontrado. Temos o sonho da possibilidade de termos o primeiro curso de Arqueologia do Maranhão”, afirmou.

O representante da Petrobras, William  Frederic Schmitt, gerente de pós-projetos e administração contratual, destacou o apoio financeiro da empresa. “A Petrobrás vai entrar com o recurso financeiro para ajudar na requalificação, isso é muito importante para resgatar a história do povo maranhense e a Petrobras entende como algo relevante para o nosso cumprimento para com o maranhense”, observou.

Maurício Itapary, superintendente do Iphan Maranhão, pontuou os ganhos para a cidade com essa requalificação. “A sociedade ganha um novo espaço, um prédio histórico, que passará por restauração e será devolvido como um imóvel, respeitando suas características originais e históricas. Esse é o papel do Iphan, assegurar que esses imóveis sejam restaurados de acordo com a boa técnica e respeitando suas características”, disse.

Segundo o professor e arqueólogo Arkley Marques Bandeira, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA e coordenador de implementação da obra, o material resgatado ajuda a contar 10 mil anos de história. “Esse acervo é representado por peças cerâmicas, peças feitas em pedra, lâminas de machado, facas, raspadores, isso tudo do período pré-colonial e depois com o advento das primeiras fazendas e engenhos implantadas na região, conseguimos reunir um acervo significativo dessas primeiras vilas coloniais, muita louça, garrafa, muito metal e pedra de moer. Então, ajuda a contar 10 mil anos de história naquela região, desde as primeiras populações — caçadoras, pescadoras, coletoras —, até a chegada das populações agricultoras e a do período histórico”, destacou.

Após a assinatura, a UFMA seguirá para a etapa licitatória, a qual definirá a empresa que vai executar a obra. A Universidade vai gerir, administrar e fiscalizar a obra, em todas as suas fases, até a conclusão, utilizando os valores repassados pela Petrobras. A previsão para a entrega da requalificação e restauração do prédio será de um ano. Além de servir como centro para guarda e exposição do material, o espaço prevê salas de aula, auditório, biblioteca e laboratório para desenvolvimento de pesquisas.

Informação: UFMA 

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