domingo, 19 de fevereiro de 2023
Ainda que você não seja fã de bloquinho, fevereiro é tempo de ser feliz. Sambando em casa ou na avenida, que tal levar a alegria do carnaval pra vida?
Você já foi à Bahia?
(Imagem: Pinterest / Reprodução)
Você já foi à bahia, nega?
Não?
Então vá!
Quem vai ao bonfim, minha nega
Nunca mais quer voltar
Muita sorte teve
Muita sorte tem
Muita sorte terá
Você já foi à bahia, nega?
Não?
Então vá!
Lá tem vatapá!
Então vá!
Lá tem caruru
Então vá!
Lá tem munguzá
Então vá!
Se quiser sambar
Então vá!
Nas sacadas dos sobrados
Da velha são salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do imperador
Tudo, tudo na bahia
Faz a gente querer bem
A bahia tem um jeito
Que nenhuma terra tem
A música “Você já foi à Bahia?” é obra de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que nasceu em 1914, na cidade de Salvador.
Ainda na infância, ele desenvolveu sozinho a habilidade para a pintura e o gosto pelas janelas, de onde observava as belezas arquitetônicas da cidade e também o mar, sua paisagem preferida.
• O gosto pela música veio aos 11 anos, com o baiano pegando o violão escondido do pai e imitando os cantores que ouvia no rádio.
Depois de fazer sucesso por lá, Caymmi foi para o Rio de Janeiro. Amigo de Tom Jobim e admirador da bossa de João Gilberto, ele ficou conhecido mundo afora, mas sempre cantando sobre o que a Bahia tem de melhor.
Seja na sua magia, no trio elétrico, na alegria do seu povo, no axé, no samba, no vatapá, no acarajé, em Salvador ou em Caraíva, tem como falar de Carnaval sem pensar na Bahia?
Hoje, essa energia já está espalhada no Brasil inteiro, mas ainda bem que Dodô e Osmar subiram a Landeira da Montanha com um carro de som, dando origem ao famoso Carnaval de Salvador.
Pulando no trio elétrico ou mergulhando no mar, a Bahia tem o poder de pausar o correr do viver. Citando Dorival Caymmi, essa terra realmente “tem um jeito que nenhuma terra tem”.
Dia de Iemanjá
(Baseado em uma história real)(Imagem: Praia do Rio Vermelho, Salvador / Flickr)
Na madrugada do dia 02 de fevereiro, Dia de Iemanjá, a Julia conheceu o Pedro. Para muitos, isso pode parecer irrelevante, mas ela sempre confiou na força da rainha do mar.
• Eles estavam em Salvador, saindo do festival de verão no ano de 2014. A festa já tinha acabado, mas o Pedro chegou junto com o táxi.
A Julia estava cansada, com o pé sujo de lama, e o grau já alterado depois de beber 10 príncipes malucos — bebida típica da capital da Bahia. Mas, mesmo com todos os contras, o papo entre os dois fluiu.
Sabe quando, de repente, o sono passa? Se antes o que batia forte era a vontade de ir embora, agora, o tempo passava arrastado.
Ele pediu o número dela, e os dois migraram a conversa para o WhatsApp. Como não poderia deixar de ser, o primeiro encontro foi na Arena Fonte Nova, num clássico entre Bahia e Vitória — “bora bahêa minha p*”.
• Parece até que era um presságio de que Salvador faria parte dessa história, como um personagem que sempre esteve no cantinho das memórias.
Depois de alguns meses, eles se separaram, mas o destino vivia fazendo arte e cruzando o caminho dos dois.
Se esbarraram no Rio Vermelho, onde as esculturas de Jorge Amado e Zélia Gattai foram testemunhas de muitas histórias. Se cruzaram, também, no Farol da Barra, palco de inesquecíveis momentos de amor.
Nessas idas e vindas ficaram até 2018, quando a Julia decidiu que precisava se afastar de vez, evitando todos os lugares que sabia que poderia encontrar com o Pedro.
• Mas, usando as palavras de Cecília Meireles, ela sentia de longe: “da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância.
Passaram por todo ano de 2019 com o destino dando trégua, mas foi só chegar 2020 que o acaso “mexeu os pauzinhos” para uni-los novamente.
Era Carnaval, claro, em Salvador. A Julia tinha ficado de encontrar com uma amiga, que atrasou ao encontrar o Pedro. No desabafo, ele perguntou como a ex estava, e no final soltou: “ela me odeia, né?”
Quando ficou sabendo disso, a Julia passou a noite inteira pensando nele. Depois de rolar na cama, às 4h da manhã
Como da primeira vez, engataram o papo no WhatsApp e combinaram de se encontrar no dia seguinte. O almoço emendou no jantar, que virou café da manhã e acabou em um pedido de namoro, dia 15/03/2020.
Na mesma semana, a Julia escreveu pra ele “não importa que seja eterna ou provisória, mas que seja linda e louca a nossa história”. E, desde então, lá se vão 3 anos desse reencontro — e 9 anos do primeiro beijo.
• Naquela época, ela não sabia qual seria o desfecho dessa aventura, mas confessa que já desejava esse Carnaval pro resto da vida.
Há quase uma década, um encontro mudou a vida da Julia. Por obra de Iemanjá, acaso ou destino, ela acorda feliz todo domingo, e só tem um desejo: que essa fantasia seja eterna.
Texto e imagens: The stories
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