segunda-feira, 19 de junho de 2023

Quarto festival mais antigo de cinema do país, teve grande noite de encerramento na última sexta-feira, 16

O Tradicional Festival Guarnicê de Cinema, maior evento do audiovisual maranhense e o quarto festival mais antigo de cinema do país, teve o encerramento da 46° edição nesta sexta-feira, 16. O festival, realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Universidade Federal do Maranhão com patrocínio da Equatorial Energia, Museu da Memória Audiovisual do Maranhão (Mavam) e Governo Federal, por meio do Banco do Nordeste, em seu último, laureou as melhores produções e atuações do cenário local e nacional.

O vice-reitor, Marcos Fábio Belo Matos, reafirmou a importância dessa premiação para os criadores e para universidade, que por meio de momentos como esses, cumpre o seu papel de disseminar a cultura. “O Festival Guarnicê de Cinema é realizado a quarenta e seis anos e não à toa. É um festival que premia talentos tanto do Maranhão como do Brasil, e, por isso, é fundamental para o audiovisual, pois possui uma história, uma credibilidade e todo o Brasil o conhece e respeita. Esperamos que o festival venha ser melhor a cada dia e possa chegar daqui a quatro anos, nos seus cinquenta anos, muito bem avaliado e estruturado para continuar premiando a arte maranhense e brasileira”, reitera.

A pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Zefinha Bentiví, afirma que a ocasião é de comemoração pois essa foi uma semana em que São Luís se tornou oficialmente a capital nacional do cinema. “Nós tivemos uma programação diversificada, mostras, competitivas, um grande público prestigiando a abertura, mais de setecentos e cinquenta pessoas no Teatro Arthur Azevedo aplaudindo a iniciativa da universidade e o talento que nós temos de fazer seguir realizando o festival a 46 anos”, expõe.

A diretora da Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) e coordenadora do evento, professora Rosélis Câmara, define o cinema e o audiovisual como ferramentas muito importantes para defesa dos valores democráticos. “Esse ano nós trabalhamos com o tema Democracia em Cena, que é justamente a proposta desse evento: oportuniza uma janela aberta para o audiovisual e para realizadores maranhenses e brasileiros. Isso dá a importância do festival para o cenário do audiovisual brasileiro. É um momento de encontros, de trocas entre realizadores, produtores, professores, cineastas professores e convidados de um modo geral”, pontuou.

Rafaela Gonçalves, vencedora de melhor direção de longa-metragem por "De Repente Drag", diz que apesar de ter sido um grande desafio gravar aqui na cidade de São Luís, para ela, foi uma experiência muito gratificante. “A produção ela foi feita inteiramente aqui em São Luís, e com uma equipe em sua maior parte maranhense e com o aporte da Ancine do pelo fundo setorial do audiovisual. O Guarnicê é muito significativo para mim pois a muito tempo eu acompanho e não imaginei que pudesse chegar esse dia e ganhar um prêmio melhor direção. A sensação é indescritível”, revela.

O cineasta e estudante da Universidade, Kadu Marques, recebeu, junto a sua equipe, quatro prêmios: melhor trilha original, a melhor filme pelo júri técnico, melhor montagem e melhor direção de fotografia. Ele conta que o trabalho desenvolvido nessas produções foi um processo muito íntimo, pois, o filme “A nossa festa já vai começar”, é um filme que traz uma narrativa sobre os territórios quilombolas que pertence. “São territórios que me atravessam e foi um processo muito importante  de reconhecimento também, afinal de contas esse é o meu processo de reconhecer minhas raízes, reconhecer de onde eu venho e eu tenho usado o audiovisual como ferramenta para materializar essa história e essa territorialidade. Foi um processo intenso, árduo e muito afetivo, que me deixou e me deixa muito feliz com o resultado final”, define.


Isabela Leite, vencedora do prêmio de melhor direção de curta-metragem maranhense pelo filme “Trançatlânticas”, que, nas suas palavras, invoca pra tela, o símbolo estético por meio da trança, que perpassa o aspecto estético, possuindo toda uma carga histórica ancestral e tecnológica dotada de múltiplos significados, como uma linguagem do cotidiano e que no Brasil se configurou como uma forma de empoderamento socioeconômico e cultural, principalmente entre as mulheres que sempre foram a base econômica da sociedade.

“É uma imensa honra ter essa oportunidade de levar esse trabalho para espaços de circulação, como o Festival Guarnicê. Essa produção ela teve o incentivo de um edital de baixo orçamento, por isso, apesar de disso, ela é uma produção de guerrilha. Foi muito desafiador fazer um filme com tantos sets, com uma equipe grande e tendo poucos recursos para isso, usando equipamentos emprestado, com uma equipe que se dispôs a trabalhar por um valor não tão ideal e ainda assim tivemos esse resultado, que mostra que a nossa força coletiva realmente representa a nossa missão, que é trabalhar em comunidade para alcançar a periferia com o nosso trabalho”, descreve.

Informação: UFMA 

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