domingo, 25 de junho de 2023
Pra quem está sofrendo por um sentimento que acabou, é sempre bom lembrar: a beleza do amor é eterna.

Blue Valentine

(Imagem: Blue Valentine / Reprodução)

“E se eu parti o seu coração ontem à noite, é porque você é quem eu mais amo”. No filme Blue Valentine — em português, “Namorados Para Sempre” —, essa é a música que o personagem de Ryan Gosling usa para conquistar Cindy.

• A cena é despretensiosa, mas resume de forma certeira a mensagem que o filme pretende passar.

A história começa mostrando um dia ruim no casamento dos protagonistas, em contraposição ao início cheio de paixão que marcou o primeiro encontro entre Cindy e Dean.

Nessas duas linhas do tempo, o espectador pode até se enganar com o que é mostrado no presente, mas depois percebe que não foi apenas uma briga no motel que culminou no fim do relacionamento.

Desconstruindo a ideia hollywoodiana de amor perfeito, o filme mostra que, sem cuidado, não existe química que consegue fazer um relacionamento perdurar no tempo.

• Caminhando pelo passado cheio de vida, em comparação à dureza do presente, o longa tem uma pergunta constante: “para onde foi o nosso amor?”

Se existe uma resposta, ela está dispersa nos acontecimentos que moldaram a vida dos personagens, mas apontar um culpado não muda os fatos — e nem traz o amor de volta.

Por fim, das diferentes linhas do tempo, a magia do passado nos é lembrada a todo instante, mostrando que nem o presente consegue apagá-la. Afinal, a beleza do amor é eterna. 

Estou aqui

BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL

(Imagem: Tumblr / Reprodução)

Cláudia e o Pedro foram apresentados por um amigo em comum. Em menos de um mês, estavam namorando. Um ano depois, já moravam juntos.

• Há quem diga que foi tudo “rápido demais”. Mas, para eles, o amor sempre fluiu naturalmente.

Depois de dois anos dividindo um apartamento, o Pedro pediu pra oficializar a união. Prática, a Cláudia nunca sonhou em subir no altar, mas sempre quis dizer “sim” para um grande amor.

A cerimônia aconteceu em uma tarde de sábado. Como a grana era curta, cada familiar deu de presente uma contribuição pra festa, o que deixou o dia ainda mais especial.

A comida foi feita pelos avós — a massa italiana da família dele, e o pernil ao molho madeira da família dela. As primas da Cláudia deram os docinhos e a tia do Pedro contribuiu com o bolo.

• O amigo que apresentou os dois pagou o fotógrafo, e as madrinhas dividiram o DJ e o bar de drinks.

Foi um dos dias mais lindos da vida da Cláudia. Duas famílias celebrando a união de pessoas que se amam muito e escolheram passar uma vida juntas — por opção e não por “falta de”.

O início do casamento foi tão lindo quanto à cerimônia, até que o cenário mudou. Eles caíram na rotina e o incômodo das diferenças falou mais alto do que a vontade de ficar junto.

Assim, depois de alguns anos de tentativa — e muitas cicatrizes acumuladas —, a Cláudia pediu o divórcio.

• Sem querer entrar no mérito dos motivos que a levaram até essa decisão, ela preferiu contar sobre o dia em que já estava tudo resolvido.

Era uma terça-feira, e os dois deveriam estar no cartório às 15h pra assinar a papelada. A Cláudia chegou atrasada e logo viu o carro do Pedro — que era, de certa forma, único.

Quando entrou na sala, todo mundo já estava posicionado. Mãos suando e pernas tremendo. Em poucos minutos, eles leram, releram, conferiram e corrigiram cada detalhe.

Tudo finalizado. Cada um com a sua via do documento, um aperto de mãos sem graça dos advogados e um aceno do escrivão. Todo mundo se despediu. Exceto a Cláudia e o Pedro.

• Se aproximaram um do outro no estacionamento do cartório e ficaram em silêncio por alguns segundos.

Quando a Cláudia pensou em mexer os lábios para dizer alguma coisa, o Pedro a envolveu em seus braços. Um abraço tão apertado e forte que parecia até que seria o último.

Depois de aproximadamente 30 segundos de acolhimento, inevitavelmente, as lágrimas desceram para ambos. Tentando segurar o choro, a Cláudia disse: “isso é só um papel”.

• Cada um entrou no seu carro, ela fez o retorno e viu que ele permaneceu ali parado por um bom tempo.

Usando as palavras de Caio Fernando de Abreu, “como dizer adeus pra alguém que você nunca imaginou sem? Eu não disse adeus. Não disse nada. Apenas fui embora”.

Algum tempo depois, a Cláudia recebeu uma notícia que a deixou desnorteada. Com problemas na família, ela teve uma forte crise de ansiedade e sentiu que estava sozinha no mundo.

No mesmo dia, tinha assuntos burocráticos para tratar com o Pedro. Ela fez de tudo pra disfarçar, mas só de ouvir a sua voz, ele já sabia que alguma coisa ali não estava bem.

A Cláudia não conseguiu mentir e confessou que se sentia sozinha. De prontidão, o Pedro respondeu: você não está sozinha. Não sei se sou a melhor pessoa, mas estou aqui”.

• Depois de conversarem um pouco, ele perguntou se ela queria dormir em sua casa. Só dormir mesmo, apenas pra ter companhia.

Nesse momento, a Cláudia percebeu que o amor nem sempre tem um final feliz, mas não deixa de ser amor. Independentemente do resto, esse infinito “estou aqui por você” mostra que tudo valeu a pena.

Informação: The Stories 

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