domingo, 9 de julho de 2023
Decore o seu amor

ainda que um encontro especial seja fruto da sorte, é sempre bom lembrar: o amor requer cuidado.

Presente da natureza


“O amor é uma lona fornecida pela natureza e bordada pela a imaginação.”

A frase é de François Marie Arouet, conhecido pelo pseudônimo Voltaire, um dos filósofos mais importantes do Iluminismo.

Defensor das liberdades individuais e da tolerância, ele acreditava que o ser humano deveria ser livre para expressar sua vida criativa, sem interferências de cunho moral e religioso.

  • Não podemos voltar ao século XVIII para discutir com o filósofo francês suas ideias, mas dá pra arriscar uma interpretação atemporal da citação.

Ao dizer que o amor é fornecido pela natureza, podemos entender que a união de dois corações não escolhe hora, dia, mês, ano, sequer o lugar para acontecer. Ela simplesmente acontece.

Da mesma forma que não conseguimos prever quando vai cair uma tempestade, a faísca inicial da paixão responde a esse impulso misterioso que ninguém sabe de onde vem.

Por outro lado, é fato que manter esse sentimento aceso depende da nossa imaginação. Afinal, se não for regada, até a planta mais exuberante do jardim perde a vida.

  •  É… Ainda que a nossa trajetória seja marcada por vários encontros fortuitos, Rita Lee tem razão ao dizer que o “amor é sorte”.

Se estivermos abertos ao acaso, então, algum desses encontros aleatórios pode nos fazer acreditar que é realmente possível criar uma conexão verdadeira nessa loucura chamada vida.

Assim como um pôr do sol laranja, um céu estrelado ou um arco-íris depois da chuva, o amor é um presente da natureza — mas fica ainda mais bonito quando bordado pela imaginação.

Vida do nosso jeito

BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL


No começo da nossa história, lá em 2017, a Maria Clara estava em uma fase radiante: solteira, universitária, curtindo o primeiro emprego e gastando todo o seu salário em ingressos de festa.

  • Todas as suas amigas também estavam na mesma sintonia, curtindo muito e vivendo uma aventura diferente a cada noite.

Mas, depois de muitas baladas bem aproveitadas, em um sábado qualquer, a Maria cansou. Foi embora da festa mais cedo, sentou na cozinha, comeu um cachorro-quente e serviu uma taça de vinho.

Se aconchegando no calor de casa, ela conversou com Deus e fez um pedido: que Ele não deixasse mais ninguém entrar em sua vida, só se fosse pra ficar. Mas ficar de verdade.

No mês seguinte, vieram as provas da faculdade e ela teve que se dedicar intensamente para recuperar as notas e as faltas — a vida de balada tem seu preço, né? risos.

  • Depois de muito esforço, a aprovação do semestre veio e, com ela, uma comemoração merecida. Era dia de festa em Belo Horizonte.

Pela manhã, a manicure da Maria Clara disse que aquele era seu dia de sorte e acertou em cheio. No caso, a sorte veio de camisa estampada azul, cigarro de palha na orelha e um cabelo recém-cortado.

Depois de trocarem olhares, ele disse que se chamava João Caetano e ela respondeu de prontidão…“Preciso me casar com você, meu filho tem que chamar João Caetano”.

Mais alguns segundos de conversa, o beijo aconteceu e o maior desespero para os solteiros também… foram flagrados por um fotógrafo, que achou que eles já eram um casal oficial.

  • A festa acabou, eles trocaram telefone e o papo no WhatsApp foi rendendo sem nenhum esforço e nem charme pra responder.

No domingo, eles já sabiam tudo um sobre o outro. Na segunda-feira, as fotos saíram no Instagram da festa — e acabaram com todos os “contatinhos” do João e da Maria.

O primeiro encontro oficial foi na quarta-feira, em um edifício famoso no centro de BH. De lá, foram pra uma rua cheia de barzinhos alternativos, e terminaram a noite comendo nuggets na cama da Maria.

Foram 4 meses de paquera intensa e um sentimento de liberdade infinita. Ninguém queria abrir mão da vida de solteiro, mas também não queriam largar a mão um do outro.

No dia 17/02/2018, o João buscou a Maria em casa e a levou pra uma pousada no meio do mato. Depois de alguns vinhos, ele disse que queria ser livre — mas com ela do lado.

  • Assim aconteceu o pedido de namoro e lá se foram 3 anos regados de muita parceria e um desejo que os levava adiante: construir uma família.

Quando a pandemia veio, a Maria e o João decidiram se mudar para o interior. Viraram a chave e escolheram a simplicidade, e a companhia um do outro, para serem felizes.

Nessa de “felizes para sempre”, o pedido de casamento também veio depois de alguns vinhos, mas o cenário foi outro: um pôr do sol, de presente da natureza, em Tulum.

A Maria ama o João porque ele é simples, e a ensinou a ver o amor nas pequenas coisas. Todos os dias, ao acordar, ela sente o cheiro de café pronto e já sabe que o João vai acertar nas colheres de açúcar.

Além de não passar café, ela também não precisa levantar pra tomar remédio. Ele não deixa o comprido no criado, com o copo de água até a metade — porque sabe que a Maria não gosta de copo cheio.

  • O João tem simplicidade no olhar e no amar, mas nunca perde o cuidado: misteriosamente, flores aparecem pra Maria sem ter um porquê.

Segundo ela, ele odeia ser clichê, o que faz do amor dos dois o mais clichê possível: apaixonados como dois adolescentes, que ainda sentem saudade e suspiram ao falar um do outro.

Apesar disso, ainda vivem em liberdade, como combinado lá no início. Priorizado os amigos e a família, se dividem entre Lagoa da Prata e BH, dizendo sempre que casa é onde está o coração.

O João e a Maria amam viajar, mas detestam dividir isso com outros casais. Usam a frase “nossa vida do nosso jeito”, porque só eles entendem essa sintonia que é só dos dois.

Eles se casaram no dia 15 de abril, mas ela escreveu esse texto quando voltava da sua despedia de solteira, no Rio de Janeiro. Onde quer que esteja, a Maria tem uma certeza: a vida é boa, mas é muito melhor com o João.

Informação: The Stories / Reprodução 

0 comentários:

Postar um comentário