domingo, 10 de setembro de 2023
O amor é raro
Em um mundo "pisa que gruda", os protagonistas da nossa história comemoram um feito raro: se apaixonaram ao mesmo tempo e na mesma intensidade.
Te Faço um Cafuné
Se eu soubesse que tu me queria
Tudo faria para te amar
Amor eu tenho para te dar
Quando eu passo
E vejo ela debruçada na janela
Da vontade e passar a mão
Nos cabelos dela
Já não consigo nem dormir
Se me deito com ela vou sonhar
Pois faria tudo isso só pra te amar
Te faço um cafuné
Quando tu for dormir
Te dou café
Quando se levantar
Dou comida na boca, mato a tua sede
Armo a minha rede
E vou te balançar
A música “Te Faço um Cafuné” é de autoria de Zezum, e foi lançada pelo cantor e sanfoneiro Dominguinhos em 1985.
• Famosa na voz de Mestrinho — e até em uma versão mais recente da Mariana Aydar — a música continua conquistando todo mundo que ama um forró.
Indo para o tópico principal da canção, o ritmo é tão gostoso que é como se remetesse de forma direta ao aconchego que é receber um cafuné de quem a gente ama.
Ainda que o mundo esteja cheio de situações complicadas e quase impossíveis de resolver, existe remédio mais eficaz pra dor e cansaço do que sentir o toque de outro semelhante?
Carla Madeira descreve o amor como um “gostar de tocar, gostar de cheirar, gostar de ouvir, gostar de olhar”. Nesse gostar de muitos verbos ao mesmo tempo, um simples toque pode dizer mais do que muitas declarações de amor.
• No caso do cafuné, é como se uma lenta carícia de uma mão hábil fizesse uma festa de preguiça nas horas quentes do dia.
Inclusive, ele é tão universal que não tem lugar pra acontecer. Está nas casas, varandas, praias e nos bancos de praça. No colo da mãe que aconchega e naquele amor que dá vontade de ficar “só mais 5 minutinhos” na cama.
Em vez de segurar suas demonstrações de afeto, se jogue no carinho “quando for dormir e faça um café pra quem se levantar”. Pra qualquer peito ferido, cafuné cura e é prova de amor.
Na mesma intensidade
(Baseado em uma história real)
O Alexandre acredita que a sua história com a Isa estava fadada a acontecer. Como sempre tiveram um sentimento familiar de já se conhecerem antes, chamam esse encontro de reencontro.
Ele tinha acabado de sair de um relacionamento de 10 anos, fazendo planos para o Carnaval e carregando a certeza de que curtiria a vida de solteiro por um bom tempo.
A Isa também tinha terminado um namoro e estava em lua de mel com a sua profissão: depois de formar em medicina em Ribeirão Preto, foi fazer residência de pediatria em São Paulo.
Seguindo bem os moldes dos romances do século XXI, foi através de um aplicativo que os dois deram match. De cara, o Xande se encantou pelas fotos da Isa e já foi logo pedir seu Whatsapp.
Depois de um tempo conversando, marcaram de tomar um café em São Paulo, no Futuro Refeitório — sem querer, o primeiro encontro já tinha “futuro” no nome.
• Sentaram lado a lado em um sofá e a conversa fluiu leve, divertida e profunda desde o início.
Entre cafés, vinhos e croissants, o local fechou e o date migrou para um bar descolado no centro.
No meio do caminho, aconteceu uma coisa boba que o Xande achou inusitada: antes mesmo de se beijarem, eles caminharam de mãos dadas, como turistas que passam a admirar a própria cidade.
Lá no bar, a noite continuou cheia de boas conversas e carícias. Depois de várias trocas de olhares, o primeiro beijo aconteceu — e eles seguiram dançando como se não tivesse mais ninguém no salão.
• O café, então, se estendeu para o bar, que se estendeu para almoço e acabou em um final de semana inteiro juntos.
Desde que se conheceram, em setembro de 2022, o Xande tem uma certeza: os dois tiveram a sorte de se apaixonarem um pelo outro ao mesmo tempo e na mesma intensidade.
Começaram a namorar dois meses depois do primeiro encontro, ao som da música “Te Faço um Cafuné” em um show do Mestrinho — e ele até fez aulas de forró pra não passar vergonha na hora do pedido.
Nas palavras da Isa, com o Xande, ela aprendeu o que vários anos de yoga não conseguiram ensinar: ter calma e confiança, de pés descalços ou na grama molhada.
• Ela diz que os dois são pano de chão, sol da manhã e livro na rede. Lanchinho com o maior pedaço pra ela, café pra esquentar e ombro pra chorar de emoção.
Discutindo livros, filmes e pensamentos filosóficos, viver ao lado do Xande é como “abrir uma janela grande para entrar em um mundo mais bonito, com arte, música, sensibilidade e amor.”
Quando escreveu esse e-mail, o Xande contou que, no terceiro encontro deles, jogaram um jogo de cartas que tinha a seguinte pergunta: “Você teria filhos com a última pessoa que beijou?”
Na ocasião, os dois só riram, mas agora compartilham uma novidade aqui no the stories: depois de um teste positivo de gravidez, o amor vai se dividir em três.
Lembrando das mãos entrelaçadas antes do primeiro beijo, o Xande diz que tudo aconteceu como deveria acontecer. Ainda que alguns pensem que “foi rápido demais”, ele sabe que o amor é raro — e não dá pra desperdiçar.
Texto e imagens: The Stories / Reprodução
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