quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Temática está no centro da campanha Novembro Roxo, que tem como ápice o Dia Mundial da Prematuridade em 17 de novembro


São Luís (MA) – Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil por ano. Um relatório divulgado em 2023, pela OMS, a Unicef e a Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil demonstrou que 10% dos nascimentos no mundo são prematuros. Em 2020, segundo esta pesquisa, foram 13,4 milhões de bebês. Novembro é internacionalmente reconhecido pela cor roxa para sensibilizar a sociedade sobre o combate à prematuridade. Neste contexto, o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA/Ebserh) por meio da Unidade Materno Infantil alerta sobre as causas, a prevenção e os cuidados para que esses bebês se desenvolvam com saúde.

É considerado prematuro o bebê que nasce com menos de 37 semanas. Junto a esse marco temporal específico, há uma classificação mais detalhada das idades gestacionais segundo a OMS: entre a 34ª e 36ª semana e seis dias, é considerado como prematuro tardio; de 32 a 33 e seis dias, como moderados; muito prematuros entre 28 e 31 semanas e seis dias; e prematuros extremos para aqueles bebês nascidos abaixo de 28 semanas. Quanto menor a idade gestacional, maiores são os riscos de não sobreviverem.

Segundo o Ministério da Saúde, 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil. Uma outra pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidades para a Infância (UNICEF) e pela Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil ((PMNCH, sigla do inglês Partnership for Maternal, Newborn and Child Health), que analisou o número de casos no mundo entre os anos de 2010 a 2020, demonstrou que 1 a cada 10 nascimentos é prematuro. Somente em 2020, 13,4 milhões de bebês foram prematuros.

As causas da prematuridade podem ser diversas, com riscos já presentes desde a fase pré-concepcional e/ou no período gestacional, motivadas por problemas de saúde da mãe, do bebê e da placenta. Fatores de risco, como a idade (gestação na adolescência ou tardia, após os 40 anos), gravidez múltipla, problemas nutricionais, infecções maternas (sífilis, HIV, infecção urinária), diabetes, hipertensão, uso de álcool, cigarro ou drogas ilícitas, doenças uterinas (como incompetência istmo cervical) e síndromes placentárias são os principais fatores.

Consequências da prematuridade

Nas mulheres que já tiveram parto prematuro, aumentam-se as chances de que nas próximas gestações aconteça o mesmo desfecho, “porque já é uma paciente submetida às condições da gravidez anterior”, ressalta a neonatologista Silvia Cavalcante, chefe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do HU-UFMA, principalmente se forem gestações com curto espaço de tempo entre os partos. As recomendações direcionam para que a espera seja de, pelo menos, 18 meses.

A especialista explica que o bebê nascido antes de completar nove meses apresenta imaturidade nos órgãos, ou seja, não está completamente formado e precisam continuar se desenvolvendo mesmo após o nascimento. Por isso, este recém-nascido está predisposto a infecções, já que seu sistema imunológico ainda não está fortalecido; sua pele é mais sensível; há uma maior presença de desconforto respiratório, e incidência de problemas renais, cardíacos e neurológicos.

Por esses aspectos, Silvia esclarece que os cuidados começam assim que nascem, especialmente controlando a temperatura corporal, alimentando com leite materno, monitorando continuamente sua frequência cardíaca e fornecendo assistência ventilatória aos que precisam. No caso dos bebês nascidos abaixo de 34 semanas, o estado de saúde é mais delicado e precisam necessariamente passar pela Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) para tratamento das intercorrências, alerta a neonatologista. Entre 34 e 37 semanas, a depender das condições dos nascidos, podem não precisar da internação na UTI. A condução depende do estado clínico de cada bebê.

Assistência humanizada ao prematuro na rede Ebserh

Hospitais vinculados à Ebserh, por meio do atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), garantem assistência integral à mãe e ao bebê, especialmente nos casos de gestação de alto risco e nascimento prematuro. Além da realização do pré-natal, do parto bem assistido, dos cuidados neonatais nas UTINs, também atuam na reconhecida Política de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido – Método Canguru. Esse é um modelo de atenção integral voltado para a psiconeuroproteção do desenvolvimento do recém-nascido, com protocolos para o controle da dor e manuseio, controle de ruídos e da luminosidade nas Unidades Neonatais e contato pele a pele precoce entre o recém-nascido e seus pais. 

O Método Canguru

A prática tem início com os cuidados pré-natais, quando é percebida uma gestação de risco com chance à prematuridade, passando pelo parto e pelo acompanhamento na UTIN. A segunda etapa consiste na alta da UTIN ou da Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) para a Unidade de Cuidado Intermediário Canguru (UCINCa). Nela, os pais, especialmente a mãe, têm um contato ainda mais próximo com seu filho, podendo ela ficar 24h em internação com ele e é quando ocorre a transição da sonda de alimentação para a amamentação via seio. É nesta etapa que o contato pele a pele na posição canguru é realizado o maior tempo possível.

A terceira etapa já se dá com a alta hospitalar e acompanhamento nas consultas em ambulatório no próprio hospital, compartilhada com a Atenção Primária nas Unidade Básica de Saúde. Por essa razão, inclusive, o evento mundialmente realizado nas instituições de saúde neste mês, a Semana da Prematuridade, tem como tema proposto pela OMS e pela Aliança Global para o Cuidado do Recém-nascido: "Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares." Entre os benefícios do Método, o MS identifica menor tempo de internação, estabilidade térmica, estimulação sensorial e oxigenação adequada.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Informação: HU-UFMA 

0 comentários:

Postar um comentário