domingo, 7 de janeiro de 2024

Amar é ser criança

Dizem que quando um amor é leve, "a gente canta, a gente dança e a gente não se cansa de ser criança."

Velha Infância
(Imagem: VSCO | Reprodução)


Você é assim, um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

E a gente canta, a gente dança
A gente não se cansa
De ser criança, a gente brinca
Na nossa velha infância

Seus olhos, meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

Você é assim, um sonho pra mim
Quero te encher de beijos (de beijos)
Eu penso em você (eu penso em você)
Desde o amanhecer (desde o amanhecer)
Até quando eu me deito (até quando eu me deito)

“Velha Infância” é uma música do grupo Tribalistas, que era formado por Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown.

• Com uma das melodias mais doces já composta, é quase impossível não ficar com o coração em paz depois de escutá-la.

Centrada em sentimentos de nostalgia e felicidade, a música associa o amor às memórias da infância — “e a gente canta, a gente dança, a gente não se cansa de ser criança”.

Podemos dizer que nesse período inicial de vida, sentimos uma liberdade tremenda. Pra quem tem o privilégio de viver uma infância tranquila, não existe julgamento, responsabilidade e nem preocupação.

A música propõe, então, que “quando o meu melhor amigo é o meu amor” o sentimento é tão leve e gostoso que nos faz retornar ao momento mais simples e puro da nossa existência.

• Pra quem acha que amor é o que dá frio na barriga e insegurança, talvez o nome disso seja outra coisa.

Pra Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, encontrar esse sonho de vida é ter um olhar que te guia dentro da escuridão. Pés que abrem o caminho e nunca te deixam só.

Ainda que o amor seja uma construção diária, seu encontro fortuito não deixa de ser um milagre. Pra quem teve essa sorte, a gente cita outra música dos Tribalistas, que diz que “na vida só resta seguir. Um ritmo, um pacto e o resto rio afora.”

Um certo milagre
BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL


Uma vez, a Luiza leu em um livro da Carla Madeira que “o que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer e que é preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale”.

• Pra ela, sua história com o Rodrigo pode ser resumida nessa frase, afinal, o encontro deles foi um certo tipo de milagre. 

O Rodrigo é nascido e criado em Belo Horizonte. A Luiza é de Curitiba, mas mora no interior de São Paulo, e sempre foi cética a respeito de namoro à distância: “não quero, não é pra mim”.

Ainda que existam inúmeros recursos tecnológicos, ela sempre foi do toque. Gosta de ficar perto, mãos entrelaçadas, casa com barulho e companhia pra conversar durante o almoço.

Porém, tem algumas marés que não adianta nadar contra. E o Rodrigo foi a correnteza mais forte que a Luiza já nadou.

Eles se conheceram em Belo Horizonte, numa visita rápida que ela foi fazer pra sua melhor amiga. Os dois foram apresentados sem maiores intenções, mas o interesse foi imediato.

• Bastou uma ficada numa balada aleatória — com a música bem fraca e bebida de procedência duvidosa — pra render 4 meses de trocas de mensagens.

Até que decidiram se encontrar pela segunda vez. E terceira. E quarta. Até que perderam a conta daqueles encontros que “não iam dar em nada”, mas pareciam fazer cada vez mais sentido.

A verdade é que, desde o começo, a Luiza já sabia que o Rodrigo tinha tudo que ela procurava em uma pessoa. Ele se encaixou como uma luva em todos os seus gostos e expectativas.

Eles têm os mesmos valores e prioridades, mas também combinam nos detalhes do dia a dia: gostam de frutos do mar, são fãs do mesmo jogador de tênis e amam viagens pra ficar na praia o dia todo, até escurecer.

Quando estão juntos, só almoçam depois das 14h e até compartilham da mesma linguagem de amor: dar um cheiro no pescoço do outro — à distância, isso é demonstrado com um emoji de porquinho.

• A única coisa que eles não compartilham no gosto, pra sorte da Luiza, é a sobremesa, que o Rodrigo sempre deixa inteira pra ela.

De alguma forma, ele percebeu na Luiza as mesmas coisas que ela reparou nele. E, por sorte ou destino, ele amou ela de volta.

Ainda assim, quando perguntavam “e aí? vocês estão namorando?”, a resposta era sempre a mesma: um uníssono e envergonhado “não”.

Além da distância, os dois tinham suas dúvidas, dificuldades e históricos de vida que os faziam hesitar. A Luiza não se sentia pronta, e acha que o Rodrigo também não.

• Ou ele estava apenas esperando ela. Ou os dois esperaram um ao outro. Ela não sabe, mas fala que tudo aconteceu da forma mais natural possível.

Mesmo com toda pressão externa, eles nunca tiveram uma conversa pra tentar rotular o que tinham. Respeitaram seus espaços, sem expectativas, e deixaram pra ver até onde aquele encontro ia levá-los.

Até que, 1 ano e 2 meses depois do primeiro beijo, a Luiza e o Rodrigo decidiram parar de nadar contra a correnteza e oficializaram o que já era namoro há muito tempo.

Ela não queria dar metade dela, ou molhar o pé só no raso. O tempo foi certo pra quando eles decidiram que estavam prontos pra se entregarem por inteiro um para o outro.

• Desde que se conheceram, ela descobriu o que é amar sem perder a sua individualidade. Conheceu um amor sem cobranças, sem sofrimento e sem hesitação.

Agora, pensando nos próximos passos, a Luiza ainda não sabe quanto tempo ela e o Rodrigo vão esperar pra dividir os dias da semana, o barulho dentro de casa e os encontros sem precisarem da ponte aérea.

Enquanto isso, se conforta com a certeza de que as coisas sempre acontecem no tempo certo. Celebrando a coincidência desse encontro, e citando novamente a Carla Madeira, “não é tolo dizer que o amor é sagrado”.

Fonte: The stories/Reprodução 

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