domingo, 3 de março de 2024

E se????

Como é mais difícil superar um "e se" do que uma decepção, a dica de hoje é: se joga. Se der errado, do chão não passa. 

City of Stars


“Here’s to the fools who dreams”. Seguindo uma das frases mais marcantes do longa, La La Land é, de fato, um brinde para todos aqueles que são tolos o suficiente pra sonhar.

• Vencedor de 6 estatuetas do Oscar e cheio de referências cinematográficas, o filme é um primor na técnica, mas brilha mais ainda na emoção.

Na história, Sebastian é um músico apaixonado por Jazz. Mia é uma atriz no início da carreira. Os dois são cheios de sonhos, mas estão frustrados com a realidade longe do estrelato.

Apesar de estarem se cruzando a todo instante, o encontro deles não acontece por um esbarrão fortuito — mas quando realmente decidem se olhar com mais atenção.

O casal nos leva, então, para uma jornada dividida em primaveras, verões, outonos e invernos. A cada estação, vemos como as paixões de um são capazes de impulsionar — e tornar reais — os sonhos do outro.

• Mas mesmo com a música alta e as cenas clássicas de musicais, os momentos mais marcantes de La La Land acontecem no silêncio.

Sebastian está esperando a Mia na frente do cinema. Ela não aparece e ele decide entrar. Sem conseguir prestar atenção no filme, seu rosto congela quando ela chega atrasada.

Tão brilhante quanto a cidade das estrelas, Mia aparece na frente da tela. Os dois se olham e nada mais precisa ser dito.

Sem adentrar em mais spoilers, é claro que o filme também mostra a parte “não tão bonita” da relação, escancarando que a vida real atropela a paixão até na “cidade que é feita pra sonhar”.

• Ainda assim, Mia entra no bar no final da noite, sem saber o que irá encontrar. Sebastian está dominando o ambiente, e os olhares dos dois se cruzam.

Novamente, eles não dizem nada. Com uma troca que é muito mais profunda do que qualquer palavra, “La La Land” transforma o silêncio em uma grande declaração de amor.

Tudo no seu tempo
(Baseado em uma história real)

Se alguém dissesse pra Bárbara, há um ano, que hoje ela estaria na casa dos seus pais com os olhos cheios de lágrimas por causa do Kel, ela não acreditaria.

• Ela diria que não sabe quem está escrevendo o roteiro desse filme, mas que o diretor deve estar bem enganado.

Teria gargalhado, tomado mais um gole do seu Fitzgerald e seguido a sua vida e seus amores.

Faz, no mínimo, a diferença de idade dela e do Kel — dois anos e meio — que brincadeiras e comentários em volta desse cenário tão hipotético existem. Agora existia, né?

Pois é… A história dos dois começou do jeito mais inimaginável possível. Ou será que eles eram apenas mais um clichê? Afinal, ele não deixa de ser um dos melhores amigos do irmão mais novo da Bárbara.

• O Kel brincava, na expectativa de um dia ser levado a sério. Ela respondia de forma ríspida — mas hoje confessa que todas essas tentativas a faziam sorrir.

Clichê ou não, o inimaginável, para ela, e a certeza tão grande, para ele, de fato aconteceu.

Cansado dos amores e escolhas da Bárbara, o cupido foi o seu irmão mais novo, que disse que ela deveria ficar com o Kel. Dias depois, ela soube que ele falou a mesma coisa do lado de lá.

Foi em uma festa de aniversário, com o anfitrião quase juntando a cabeça do casal, que o primeiro beijo aconteceu.

• A Bárbara lembra que estava desconcertada e confusa, mas olhou pro Kel e disse: isso foi bom.

Sempre com um tom de surpresa. Sim, pra ela, ele foi uma surpresa atrás da outra. Mas, brincadeira ou não, impossível ou não, esse flerte lúdico se tornou real.

A Bárbara começou dizendo que seriam apenas beijos esporádicos quando ela fosse pro interior ver seus pais. Até que eles passaram a se encontrar em São Paulo — e onde quer que fosse.

Agora, já faz alguns meses que ele não está mais na vida dela. A Bárbara sabe que não conseguiu conhecer todos os detalhes do Kel. E nem ele os dela.

• Mas deu tempo suficiente pra saber que ele adora química, que sua cor preferida é verde e que ele cuida do seu Golden como se fosse um filho.

Deu tempo deles jantarem juntos, e da Bárbara experimentar o churrasco do Kel. Deu tempo dela provar o sanduíche que a mãe dele fazia, e dele provar a sua torta de pistache.

E também deu tempo pra ela entender que foi boba. Boba por perder tanto tempo sem beijar aquele beijo gostoso, sentir aquele toque certeiro e aquela liberdade misturada com confiança.

Se alguém dissesse pra ela, hoje, que eles ainda iriam se reencontrar, e que tudo acontece no tempo certo — inclusive os dois — ela iria sorrir.

• Os olhos da Bárbara se encheriam de lágrimas, mas de esperança e alegria. Lembranças de algo breve e bom.

Se isso acontecesse, ela tomaria um gole do seu Fitzgerald e seguiria sua vida e seus amores. Pediria por favor pro roteirista estar certo, e continuaria torcendo pra encontrar o Kel virando a esquina do bar.

A Bárbara estaria pedindo ao universo por tempo. Tempo para os dois serem tudo aquilo que não foram.

Talvez seja tarde demais, mas, agora, ela consegue assumir: desdenhou e se arrependeu. E na maior humildade do mundo, confessa: “só queria aquele par de olhos azuis me olhando de novo”.

Texto e imagens: The stories/Reprodução 

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