Para a Confederação, o acordo é um novo marco na inserção internacional competitiva da indústria brasileira
SÃO LUÍS – O encontro aconteceu durante visita oficial de embaixadores dos Estados-membros da União Europeia, 17 no total, à Federação das Indústrias do Maranhão (FIEMA) no início de abril. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o Acordo Mercosul-União Europeia resultará em mais exportação brasileira com tarifa zero, mais emprego, incentivos para empresas de todos os portes exportarem bens de maior valor agregado, compromisso com a sustentabilidade e promoção de melhorias no ambiente de negócios.
A recepção na FIEMA foi uma oportunidade para que representantes do bloco europeu conhecessem mais de perto a economia do Maranhão e as oportunidades de negócios apontadas tanto pela Federação das Indústrias quanto pelo Governo do Estado. São exemplos os setores de energia renovável, as cadeias produtivas de grãos, pecuária, avicultura e minerais; as indústrias de base florestal; a exploração de petróleo e gás natural e o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O presidente da FIEMA, Edilson Baldez, falou das potencialidades do Maranhão para ampliação bilateral do comércio, citando a vantagem logística e a proximidade do Porto do Itaqui com os países europeus.
Um dos momentos mais concorridos foi a apresentação de Marcus Silva, analista da Gerência de Comércio e Integração Internacional da CNI. Ele falou sobre o tema “Perspectivas do Acordo de Associação Mercosul–União Europeia”, que remonta a 1995 e atualmente encontra-se em negociação do Instrumento Adicional. “A CNI tem sido vocal e proativa em defender a conclusão do Acordo com a União Europeia, sem reabertura das negociações concluídas em 2019”, frisou Marcus, acrescentando que o acordo é uma ferramenta importante para que mais indústrias maranhenses possam se internacionalizar e isso traria efeitos multiplicadores para a economia. Além do Brasil, integram o Mercosul a Argentina, Paraguai e Uruguai.
COMÉRCIO EXTERIOR - Em 2012, a União Europeia (EU) perdeu para a China a posição de principal destino das exportações brasileiras. E entre 2002 e 2022, houve uma queda de 6,7 pontos percentuais na participação das exportações brasileiras de bens de alta e média-alta complexidade tecnológica para a UE. Uma vez que o acordo entre em vigor, a CNI projeta que mais de 5 mil produtos terão tarifa zero de exportação, o que corresponderá a R$ 140 bilhões em vendas brasileiras. Esse valor é quase 90% de tudo que o país exporta de bens industriais à União Europeia.
A geração de empregos também terá impacto positivo, segundo a Confederação Nacional da Indústria. Em 2022, a cada R$ 1 bilhão exportado para a UE foram gerados 21,4 mil empregos. Já as vendas para a China, principal parceiro comercial do Brasil, geraram apenas 15,7 mil empregos para cada um bilhão de reais exportados. Outro ponto considerado importante é o aspecto sustentável do acordo, que reafirma compromisso de proteção ao meio ambiente, combate às mudanças climáticas e de proteção dos direitos humanos.
Além disso, a CNI diz que com o acordo empresas nacionais de todos os portes terão a oportunidade de ter incentivos para exportar bens com maior valor agregado e, por fim, que o acordo promova melhorias no ambiente de negócios, já que há compromissos específicos para melhorar áreas como ambiente, barreiras técnicas, medidas sanitárias, serviços e investimentos, entre outros.
Mais da metade de todo o investimento estrangeiro recebido pelo Brasil tem origem na União Europeia, o equivalente a US$ 327 bilhões em 2021. Além disso, o Brasil é o país latino-americano que mais investe na EU. O mercado do bloco europeu é o principal destino da internacionalização das empresas brasileiras. Daí porque a CNI e a FIEMA defendem o acordo como um novo marco na inserção internacional competitiva da indústria brasileira.
Informação: Fiema
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