quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Maria de Fátima, 72 anos, sente diariamente a famosa “dor nas juntas”. O incômodo, tão comum entre pessoas da mesma faixa etária, a impede de realizar tarefas simples como caminhar ou pegar objetos no chão. Ela conta que teve que aprender a conviver com a dor. "Antes eu adorava caminhar, fazer minhas coisinhas sozinha, mas agora até para pegar um copo d'água é difícil. Não me cuidei enquanto era nova, agora tenho que aguentar isso", lamenta. 

Assim como Maria de Fátima, 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos sofrem com dores nas articulações, segundo estudo financiado pelo Ministério da Saúde e divulgado no ano passado. O mesmo estudo revelou que as mulheres são as mais atingidas com diagnóstico de artrite. 

A médica reumatologista e professora da Faculdade de Medicina de Açailândia (IDOMED Fameac), Poliane Costa, explica que com o envelhecimento da população, ocorrem algumas alterações são esperadas nas articulações. “A nossa cartilagem, que fica dentro da articulação, vai afinando com o passar dos anos. Também ocorre um desequilíbrio dos componentes dessa cartilagem. Isso, associado com outros fatores de risco, como a obesidade, entre outros, pode levar a uma osteoartrite, conhecida popularmente como artrose, que é uma das doenças articulares mais comuns no nosso dia a dia”, conta ela. 

Ainda segundo a professora da Fameac, a artrose é apenas uma das doenças que acometem as articulações com o passar dos anos. A perda de densidade óssea, que torna os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas, é outro problema comum. "Outro fator que acontece com o envelhecimento é que perdemos a densidade óssea, ou seja, o osso fica mais frágil, mais poroso e mais suscetível a fraturas. As mais comuns são fratura vertebral, fratura de fêmur ou fratura do rádio. Também, com o passar do tempo, com a idade, a gente perde força e massa muscular, e isso também sobrecarrega a articulação", explica a médica.

A PREVENÇÃO COMEÇA MUITO, MUITO ANTES!

Para prevenir e aliviar as dores nas articulações, a reumatologista destaca a importância de hábitos saudáveis desde a juventude. "Na juventude devem ser realizadas algumas medidas, como cessar o tabagismo, evitar o excesso de bebida alcoólica, adotar uma dieta saudável e equilibrada, praticar exercícios físicos e controlar o peso. Tudo isso você pode fazer durante a juventude para evitar que você algumas das doenças mais comuns da velhice”, afirma a especialista.

Mas o que fazer quando a dor já faz parte da rotina? A médica explica: “Se você já tem a doença instalada, a gente pode usar alguns anti-inflamatórios tópicos, orais, fisioterapia, algumas aplicações de corticoide, o ácido hialurônico e o exercício físico, que também serve para a prevenção e para o tratamento das doenças. Infelizmente não tem cura, mas é possível amenizar os incômodos”, finaliza. 

É importante ressaltar que o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz. “Ao perceber os primeiros sintomas, como dor, inchaço, rigidez e dificuldade para realizar movimentos, é fundamental procurar um médico reumatologista”, comenta a professora. 

E Dona Maria de Fátima? “Hoje eu já faço hidroginástica, caminho todo dia 5h da manhã e como direitinho. Ainda sinto dores, mas bem menos. Se eu soubesse, tinha começado mais cedo”. 

Informação: Cores Comunicação 

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