terça-feira, 11 de março de 2025

Com o objetivo de promover o acesso e a permanência das mulheres no ensino superior, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem investido em ações que garantem a equidade de gênero na instituição. Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, a UFMA, por meio Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proaes), da Diretoria de Diversidade, Inclusão e Ações Afirmativas (DIDAAF) e do Grupo de Trabalho (GT) Acolher, lançou, nesta segunda-feira, 10, o “Relatório de Dados: resultados numéricos referentes à pesquisa sobre mães e pais de crianças pequenas na Universidade Federal do Maranhão”.

O mapeamento tem por objetivo reunir informações que possam embasar políticas institucionais voltadas a esse público, contribuindo para a construção de um ambiente acadêmico mais inclusivo e igualitário.

O relatório apresenta os resultados obtidos na pesquisa realizada no semestre 2024.2. Traz os dados referentes às 510 respostas obtidas na pesquisa realizada por meio de um questionário aplicado a toda a comunidade universitária, disponibilizada pelos sistemas institucionais.

Essa iniciativa está alinhada ao plano de gestão da atual administração e ao Programa de Modernização da UFMA, que prioriza a diversidade e a inclusão na Universidade. Entre as primeiras ações previstas a partir do relatório, destaca-se a implementação progressiva de salas de amamentação em todos os centros da instituição.

O objetivo é modernizar e atender melhor a comunidade da Universidade, especialmente, as mães e a comunidade acadêmica em geral. “Essa é uma das ações que propusemos em nosso programa de gestão: instalar uma sala de amamentação em todos os centros da UFMA. Essa iniciativa também integra o Programa de Modernização, recentemente aprovado na nossa instituição. Em parceria com a Proaes e a DIDAAF, estamos desenvolvendo um plano de implantação dessas salas, visando atender, da melhor forma possível, a comunidade da nossa UFMA”, destaca o reitor da UFMA, Fernando Carvalho.

Para a professora Maria Gislene, que preside as atividades do GT, esse é um momento muito importante para as mulheres da Universidade, que se veem reconhecidas e valorizadas. “Entendemos que criar crianças é uma responsabilidade coletiva, que envolve toda a sociedade. A Universidade não pode se tornar uma barreira. Por isso trabalhamos para construir formas de colaboração, de modo que as mães da comunidade universitária saibam que têm aliados. E que a UFMA seja reconhecida como um espaço acolhedor para as mulheres e suas crianças”.

Brenda Soares, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e representante do Movimento Mães da UFMA, salienta que os dados do relatório são fundamentais para a criação de políticas públicas que promovam a inclusão e reduzam a evasão escolar de mães universitárias, ressaltando o compromisso da UFMA com práticas mais igualitárias e acolhedoras. “Os dados apresentados pelo Relatório são de suma importância para a construção de políticas públicas que oportunizem reduzir, por exemplo, os índices de evasão escolar de discentes de graduação em decorrência da maternidade, grupo esse que se apresentou como o maior respondente da pesquisa. É um grande avanço em nossa Universidade, que tem se demonstrado cada vez mais sensível e atenta a práticas inclusivas e de combate às desigualdades, como as de gênero e sexo. Como discente, pesquisadora da temática e mãe, me sinto pessoalmente contemplada e feliz em poder fazer parte desse trabalho, que é fruto também de uma reivindicação pessoal, acadêmica e coletiva das mães da UFMA”, ressalta.

O relatório

A pesquisa foi realizada no início do semestre 2024.2 com base em um questionário que circulou por toda a comunidade universitária a partir dos sistemas institucionais. Foram enviadas 510 respostas por pessoas com filhos, entre docentes, discentes e TAEs. Pais de crianças pequenas (até 8 anos de idade) também puderam responder ao questionário, considerando a importância do compartilhamento das funções do cuidado e a diversidade na parentalidade.

Os resultados trazem diversas indicações em torno das principais demandas das mães, além de indicarem, numericamente, como estão distribuídas na Universidade. Os gráficos indicaram, por exemplo, uma elevada demanda por espaços para amamentação, assim como por ações que apoiem o desenvolvimento das atividades pedagógicas das estudantes. Outra demanda apontada nas respostas foi pela adaptação de banheiros para comportarem a troca de fraldas e a disponibilização de infraestrutura para acolherem as mães que precisam levar suas crianças à Universidade.

O documento apresentado é o primeiro fruto do GT Acolher, que tem o objetivo de trabalhar com ações e políticas para inclusão de mães e pessoas que gestam na UFMA. O grupo é composto pelas professoras Maria Gislene Carvalho Fonseca (DIDAAF-DIGED); Vanessa Ragone Azevedo (Departamento de Economia); Lissandra Dayse Cardoso Bezerra (Diretora de Atenção à Saúde Discente); e pelas discentes representantes do Coletivo de Mães da UFMA: Brenda Vanessa Pereira Soares (Doutorado em Políticas Públicas), Kelle Rayane Pereira Dias (Comunicação Social – Jornalismo) e Karina Cecília Amorim Pereira (Ciências Sociais).

O próximo passo será estudar a implementação das salas de amamentação nos dozes centros da UFMA.

O material pode ser encontrado na página da DIDAAF (acesse aqui) e utilizado para pesquisas acadêmicas, como referência para projetos, para apurações jornalísticas e construção de políticas públicas.

Informação: UFMA 

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