sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Com a finalidade de garantir e promover a participação feminina em carreiras científicas e tecnológicas, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-Graduação e Internacionalização (AGEUFMA), lançou, nesta quinta-feira, 23, na 22ª Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT), o projeto Meninas na Ciência: Tecnologia, Inovação e Empoderamento no Maranhão.

A iniciativa é motivada pelas desigualdades de gênero e étnico-raciais que afetam o acesso e a permanência de mulheres, sobretudo negras e indígenas, nas áreas de Exatas, Engenharias e Computação. O objetivo é estimular e fomentar a participação feminina nessas áreas.

O público-alvo são meninas matriculadas nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.  A proposta será realizada em escolas públicas dos municípios de Alcântara, Pinheiro, Santa Inês e São Luís, bem como na Universidade Federal do Maranhão, focando na participação de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente aquelas provenientes de comunidades quilombolas e indígenas.

A pró-reitora da AGEUFMA e coordenadora do projeto, Flávia Nascimento, explica que o projeto foi contemplado por meio de um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a partir disso, a Universidade pensou em um projeto voltado para o público feminino. Segundo Flávia, o intuito do projeto é fazer com que as meninas conheçam e se envolvam nos laboratórios e nas ações de tecnologia da Universidade.

“Será uma oportunidade única para que elas conheçam o que se faz na Universidade e para que elas se enxerguem como futuras cientistas, engenheiras, físicas, matemáticas e químicas. Essa foi a ideia desse lançamento simbólico. Hoje, elas receberam um jaleco, que é o simbolismo de um laboratório. Estamos muito felizes de estar aqui nesse momento com elas”, salientou.

Flávia ressaltou, ainda, que realizar o lançamento durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia proporciona às estudantes um contato mais direto com a ciência. “Escolhemos lançar o projeto na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, porque é um evento nacional em que temos a oportunidade de fazer difusão científica e de apresentar o que é feito nas universidades, institutos e outros órgãos que trabalham com ciência, tecnologia e inovação”, frisou.

Para a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFMA, Zefinha Bentivi, é fundamental promover políticas que estimulem meninas e mulheres a permanecer e se desenvolver no meio acadêmico e científico. “Nós, que somos mulheres, sabemos quanto é importante o estímulo às meninas, às mulheres a permanecer fazendo ciência, fazendo extensão, fazendo, enfim, o que elas quiserem fazer, mas, no campo acadêmico, esse estímulo, essas políticas públicas que se voltam para as mulheres, para as meninas, são de fundamental importância”, destacou.

O projeto conta com professores da UFMA, professores das escolas envolvidas, de estudantes do ensino médio e de responsáveis por desenvolverem ações diretamente com essas alunas. Natalia Tassília Barbosa, formada no curso de Engenharia de Pesca do Câmpus de Pinheiro da UFMA, desenvolve ações com as meninas, representando o público quilombola.

“Eu fui convidada por representar a comunidade quilombola. Fui selecionada para, junto com essa equipe, trabalhar com essas meninas do ensino médio para a gente desenvolver as ciências exatas para o melhoramento das atividades, principalmente, para as mulheres. Eu sou responsável pelos quatro polos para a gente poder organizar as atividades que serão desenvolvidas com essas meninas. Assim, eu fico dando apoio para a professora Flávia para a gente fazer o alinhamento de todas as atividades: como participar de eventos, desenvolver projetos e também levar cursos para aprimorar mais o conhecimento das meninas”, explicou.

Para as alunas alcançadas pelo projeto, a proposta é a realização e concretização de um futuro promissor no campo científico e tecnológico. Lisandra Emanuele de Abreu Almeida, aluna do 9º ano do Instituto de Educação de Pinheiro (IEP), expressou entusiasmo e encantamento com a experiência, sentindo-se realizada e motivada a ingressar futuramente na UFMA para alavancar na iniciação científica. “Eu acho inovador e necessário. Precisamos disso. Eu me senti lisonjeada de estar aqui hoje, me encantou muito. Estou realizada. Pretendo fazer pesquisa e quero, com toda certeza do mundo, vir para a UFMA”, externou.

As atividades previstas no projeto envolvem palestras, workshops, orientações para melhoria no desempenho acadêmico, eventos, rodas de conversa sobre igualdade de gênero e diversidade étnico-racial, palestras e workshops de robótica e jogos digitais. Alunas do ensino fundamental e médio terão cursos de nivelamento em exatas, introdução à computação e preparação para o ENEM, enquanto as alunas da graduação receberão formação em pré-cálculo, empreendedorismo e programação.

Informação: UFMA 

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